Projeto Letramento Digital inicia nova etapa de oficinas em escolas municipais
Doze unidades participam dessa etapa, que deve capacitar mais de 340 alunos do 4º e 5º ano em conhecimentos de programação e robótica

A Prefeitura de Londrina lançou, na tarde dessa terça-feira (18), mais uma turma de capacitação do projeto Letramento Digital. Desenvolvido nas escolas municipais desde 2021, o programa ensina, em oficinas gratuitas realizadas no contraturno, conceitos de programação e robótica. Essa nova etapa do projeto será desenvolvida no primeiro semestre em 12 escolas da rede municipal e deve ter a participação de mais de 340 alunos do 4° e 5° ano.

O lançamento da 5ª turma de capacitação foi realizado na Escola Municipal Joaquim Vicente de Castro. Na ocasião, a diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Sheila Brandão, incentivou os alunos a aderirem ao projeto e aproveitarem a oportunidade, citando o material didático fornecido gratuitamente e os trabalhos desenvolvidos por turmas anteriores. “Olhem quanta coisa nova vocês vão aprender e poder apresentar. Aproveitem bastante, porque o Letramento Digital está lançado”, anunciou.

A diretora da Escola Municipal Joaquim Vicente de Castro, Flaviani Baraldi, lembrou que esse é o quarto ano do projeto na unidade e, desde então, todas as turmas apresentaram bons resultados. “Temos turma do Letramento nos dois horários, então todos os alunos têm a oportunidade de participar. Várias crianças já passaram e a gente só ouve coisas boas e positivas. Os resultados são maravilhosos e a nossa escola vai estar sempre de portas abertas para esse projeto. Agradecemos o apoio da comunidade e a confiança das famílias”, citou.
Cada um dos alunos inscritos no projeto recebe um kit, contendo livros didáticos elaborados pela Facti, instituição científica e tecnológica especializada em soluções tecnológicas e capacitação em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e executora do Letramento Digital. Também é entregue uma placa micro:bit, utilizada para as atividades práticas de programação.

Nas 90 horas de formação, os estudantes têm contato com diferentes conteúdos, incluindo Pensamento Computacional, Programação e Robótica, Trabalho em Equipe, Resolução de Problemas, Criatividade e Inovação. A previsão é que as turmas lançadas esse mês finalizem suas atividades em junho, com entrega de certificado aos alunos que concluírem todas as etapas.
Desde que foi inaugurado em Londrina, em 2022, o Letramento Digital formou 1.529 alunos em 68 unidades escolares da rede municipal. As aulas são conduzidas por agentes multiplicadores de conhecimento, que passaram por 98 horas de formação do módulo essencial, 75 horas nos módulos complementares, e ainda têm à disposição os cursos opcionais, que somam mais 67 horas, totalizando 240h de atividades formativas.

Na Escola Municipal Joaquim Vicente de Castro, quem conduz as oficinas do Letramento Digital, desde o início do projeto, é o professor Josué Junior. Ele contou que cada turma possui cerca de 20 alunos e, ao final de cada etapa, eles apresentam projetos que desenvolveram ligados a temas de seu interesse. “A gente trabalha com lógica de programação e programação por blocos para criança, através da plataforma Scratch. E a placa micro:bit a gente utiliza outra plataforma, a MakeCode. E está sendo bem proveitoso, eles conseguem desenvolver jogos básicos e robôs. Parece simples, mas exige todo um sistema de códigos a ser desenvolvido para que o jogo e robô sejam funcionais. E essa é a meta, que eles elaborem algo com serventia, que tenha começo, meio e fim, com personagens interativos”, detalhou.

A aluna Rebeca participou do projeto em anos anteriores e foi até o lançamento para contar sua experiência e incentivar os colegas a também ingressarem no Letramento Digital. “Quando comecei, pensei que seria muito difícil e não iria conseguir meu certificado. Mas a programação foi algo fácil, muito bem explicado. O que não conseguirem fazer ou entender é só pedir ajuda; tenho certeza que também vão gostar”, comentou.
Realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Letramento Digital integra o Programa MCTI Futuro. A coordenação e execução são feitas pela Facti, com apoio da Positivo Tecnologia por meio do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação e parceria com a Softex, responsável pela gestão dos recursos do PPI da Lei de Informática. A implantação em Londrina contou com envolvimento direto da deputada federal Luísa Canziani e colaboração do secretário de Estado da Inovação, Modernização e Transformação Digital, Alex Canziani.
As doze escolas municipais que iniciam suas oficinas no decorrer dessa semana são: E. M. Cecília Hermínia Oliveira Gonçalves, E. M. Dr. Joaquim Vicente de Castro, E. M. Edmundo Odebrecht, E. M. Maestro Roberto Pereira Panico, E. M. Melvin Jones, E. M. Mercedes Martins Madureira, E. M. Norman Prochet, E. M. Professora Áurea Alvim Toffoli, E. M. Professora Geni Ferreira, E.M. Aracy Soares dos Santos, E.M. Suely Ideriha e E.M. José Hosken de Novaes.
Novos multiplicadores – Até o dia 30 de março, estão abertas as inscrições para interessados em atuar no Letramento Digital como agentes multiplicadores. A sexta turma de Agentes Multiplicadores do Conhecimento é uma formação gratuita, voltada a profissionais e estudantes que desejam aprender, disseminar conhecimentos tecnológicos e contribuir para a inclusão social por meio da educação digital.
O material didático dessa formação é exclusivo, elaborado por uma equipe qualificada da Facti, e inclui um kit com um livro físico e placa de programação BBC micro:bit. Realizada no formato híbrido, a capacitação combina uma aula inaugural online síncrona, atividades assíncronas e oficinas presenciais, integrando teoria e prática.
Os temas abordados incluem Criatividade e Inovação, Pensamento Computacional, Fundamentos de Programação, Estratégias Pedagógicas, Robótica e Prototipagem. E os interessados poderão, ainda, realizar módulos adicionais opcionais focados em Educação 4.0 e Indústria 4.0, totalizando até 240 horas de capacitação.

Podem se inscrever professores, estudantes do ensino médio, técnico ou superior, e profissionais de diversas áreas. De acordo com o secretário executivo da Facti, Alexandre Paulo, não é necessário ter experiência prévia em tecnologia, apenas disposição para aprender e ensinar. “Pode ser tanto uma pessoa externa da escola, quanto uma pessoa do próprio corpo docente. O perfil é alguém interessado em tecnologia e que tenha vontade de passar o conhecimento para os demais, porque o papel do multiplicador é esse. A gente capacita e passa todo o método, o processo de ensino, e ele vai ter essa função de espalhar para as turmas”, disse.
A cidade de Londrina foi a primeira a receber o projeto. E o secretário executivo da Facti contou que outros municípios, como Enéas Marques e Porto Alegre, devem contar com novos polos. “Londrina é um caso de muito sucesso. É uma cidade onde a gente conseguiu uma adesão muito forte do Governo do Estado, do Governo Municipal, da Secretaria Municipal de Educação e dos diretores das escolas. E isso é fundamental, se você não tem esse conjunto de pessoas atuando junto, não faz o projeto. Apenas ter o método e as ferramentas não adianta, é preciso ter todos os agentes desse sistema engajados para a coisa acontecer. E em Londrina isso aconteceu de uma maneira muito organizada e muito espontânea. É muito gratificante ver a alegria dos professores, dos diretores, e do próprio pessoal da Secretaria de Educação com o sucesso do projeto. É muito real e muito palpável o contentamento deles com o resultado. Eles são realmente muito engajados e isso é um fator determinante para o sucesso dessa ação de educação”, avaliou.