“Dê a mão para o futuro”
CMTU, Cooperativas de reciclados e fabricantes de perfumaria, higiene pessoal, cosméticos, alimentos e bebidas firmam parceria para a logística reversa de resíduos sólidos
A partir de hoje Londrina passará a contar com mais uma solução para a logística reversa de resíduos sólidos pós-consumo. Uma solenidade realizada na Prefeitura na tarde desta segunda-feira, 24, oficializou a parceria entre a associação formada por 5 cooperativas de catadores, também fabricantes de perfumaria, higiene pessoal, cosméticos, alimentos e bebidas, e o município, por meio da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU-LD), com a assinatura do Termo de Cooperação para a implementação do programa “Dê a mão para o futuro: reciclagem, trabalho e renda”.
O programa é uma iniciativa de responsabilidade socioambiental, desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), em conjunto com a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza (ABIPLA) e com a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI).
O Termo de Cooperação atende à Lei Federal nº 12.305/2010 e ao Decreto nº 7.404/2010, os quais tratam da responsabilidade compartilhada para a logística reversa entre as empresas fabricantes, o município e a população. Assinaram o Termo: a Central de Coleta e Comercialização de Materiais Recicláveis e Reaproveitáveis de Londrina e Região (Centralcoop), a ABIHPEC, a ABIPLA, a ABIMAPI, o Sindicato das indústrias de Cerveja de Alta e Baixa Fermentação, da Cerveja e Bebidas em Geral, do Vinho e Águas Minerais do Estado do Paraná (Sindibebidas-PR) e a CMTU.
Neste contexto, cinco das sete cooperativas da cidade firmaram um convênio, criando a Centralcoop para a administração e gerenciamento dos resíduos, com o objetivo de transformá-los em matéria prima para posterior comercialização. São elas:
· COOPER REFUM – Cooperativa de Coleta Seletiva de Materiais Recicláveis Refum Ltda
· ECORECIN – Cooperativa de Coleta de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis
· COOCEPEVE – Cooperativa de Trabalho dos Profissionais da Reciclagem de Londrina
· COOPERMUDANÇA – Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Londrina
· COOPERNORTH – Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis e de Resíduos da Região Norte de Londrina
Segundo Selma Maria Assis Gonçalves, presidente da Centralcoop, a parceria é um momento especial para os catadores de Londrina, com a possibilidade de ampliação do mercado a partir da comercialização direta da matéria prima por meio da Central de cooperados. “Sinto que agora estamos firmando o passo para novos rumos, para que possamos ter mais autonomia e melhores condições comerciais na venda dos produtos.
Também vejo a oportunidade como solução para outros catadores, já que eles poderão se juntar a nós tendo mais segurança e uma renda garantida com a formalização do trabalho. Minha expectativa é que a nossa capacidade de arrecadação dobre daqui algum tempo. Quem sabe até poderemos comercializar nossos próprios produtos a partir da matéria prima”, comemora.
Dentre as principais responsabilidades, destacam-se:
· O município alugará os imóveis (dois barracões de 1.000 m2) num período de 16 meses, com custo estimado entre R$ 20.000,00 a R$ 30.000,00 por mês. Também fará a fiscalização das atividades administradas pela Centralcoop e intensificará a orientação para que a população faça a separação correta dos resíduos, por meio de programas de educação ambiental.
· A Centralcoop fará a administração e o gerenciamento das operações, com a separação dos resíduos e a produção da matéria prima. Um exemplo é a transformação da garrafa pet em flake, que é o plástico em pequenos flocos para utilização industrial na produção de embalagens diversas. A Central também será responsável em capacitar e qualificar as equipes de trabalho em todo o processo, visando tornar-se comercialmente atrativa e autossustentável.
· As associações de fabricantes deverão investir em equipamentos para o sistema de logística reversa (que transformam o reciclado em matéria prima – papeis, plásticos, vidros e metais), também serão responsáveis pelo treinamento, qualificação e capacitação dos catadores nos processos de separação, valorização e comercialização dos materiais recicláveis, assessoria no processo de administração e gerenciamento da Centralcoop.
Para José Carlos Bruno de Oliveira, presidente da CMTU, este é um momento importante para a cidade, diante da possibilidade de valorização dos catadores com resultados cada vez mais positivos na promoção social. “Com esses investimentos, acredito que será possível uma melhor organização, mais produtiva, com melhores rendimentos para as cooperativas”, diz.
N-com (1).jpgA CMTU também irá intensificar o trabalho de educação ambiental, com orientações para a separação correta dos resíduos dentro de casa. “Londrina é reconhecida e premiada, nacionalmente, pela coleta de reciclados. Mas nós queremos aperfeiçoar este trabalho para um melhor gerenciamento do lixo com ganhos expressivos para o meio ambiente”, reforça Bruno.
O presidente da ABIHPEC, João Carlos Basílio, celebrou a parceria, convicto dos bons resultados do programa “Dê a mão para o futuro” em outros municípios. “Estamos dando mais um passo para avançar com este programa, gratos pela parceria para a sua implantação em Londrina”, conta.
O prefeito Alexandre Kireeff ressaltou que é necessário promover ações que colaborem para que as competências dos catadores sejam evidenciadas e valorizadas. “A reciclagem e a reutilização dos materiais são de fundamental importância para a nossa cidade. Eu defendo esse trabalho e acredito que a volta dos sacos verdes, que já deve estar sendo providenciada pela CMTU, irá complementar ainda mais esse processo em conjunto com a sociedade.”
Segundo a CMTU, a assinatura do Termo de Cooperação e a implantação da Centralcoop oferecem benefícios significativos para a cidade: o fortalecimento das cooperativas, tornando-as mais atrativas comercialmente; a inclusão e a promoção social; a melhoria direta na renda dos catadores; a qualificação profissional; melhor qualidade de vida dos trabalhadores; a potencialização da logística reversa dos materiais recicláveis; a destinação correta do lixo e a preservação do meio ambiente, com a possibilidade de elevar Londrina como cidade sustentável e referencial na separação de resíduos sólidos.
Fotos: Luiz Jacobs




