Saúde conscientiza alunos da rede municipal sobre hanseníase
Em 2018, estão sendo atendidos cerca de 1.600 alunos de cinco escolas; objetivo é sensibilizar os estudantes, professores e pais
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) continua com os trabalhos de conscientização e sensibilização da comunidade dentro da Campanha Nacional de Hanseníase. O objetivo é informar educandos e professores da rede municipal de ensino, bem como as famílias dos alunos, sobre esta doença, por meio de abordagens educativas para esclarecer sobre sinais, sintomas e fazer a identificação de casos suspeitos. Pelo terceiro ano consecutivo, o município de Londrina está aderindo à iniciativa do Ministério da Saúde.
Em 2018, as ações estão sendo desenvolvidas, desde março, junto a cinco escolas municipais de Londrina, e prosseguem até junho, contemplando todas as regiões da cidade. Ao todo, serão atendidos 1.600 alunos, de 6 a 14 anos, das seguintes escolas municipais: Irene Aparecida Silva (região sul), Moacir Teixeira (região norte), João XXIII (região oeste), Francisco Pereira Jr. (região leste) e Vila Brasil (centro).
O atendimento mais recente ocorreu ontem (16), na Escola Municipal Francisco Pereira Jr, e a próxima ação será no dia 23 de abril (segunda-feira), na Escola Irene Aparecida Silva. No mês de maio, já estão agendadas atividades nas escolas Moacir Teixeira (dia 7) e João XXIII (dia 17).
De acordo com a diretora de Atenção Primária à Saúde, Valéria Barbosa, as abordagens são realizadas pelas equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), em parceria com profissionais do Ambulatório de Hanseníase do Cismepar. “Os profissionais responsáveis entregam fichas de autoimagem que devem ser preenchidas em casa pelos alunos com o apoio dos pais. O formulário, conhecido por ‘método do espelho’, tem como finalidade a identificação de sinais e sintomas sugestivos de hanseníase”, explicou.
Em caso da existência de manchas suspeitas, o aluno é encaminhado pelas escolas à Unidade de Saúde mais próxima para exames clínicos especializados, onde poderá obter um diagnóstico médico mais preciso para o início de tratamento, quando necessário. “Como se trata de uma doença silenciosa e que demora a se manifestar, é importante conscientizarmos o máximo de alunos e famílias para que haja a possibilidade de um diagnóstico precoce e tratamento imediato. Muitas vezes a doença evolui sem causar dor ou coceira, por isso pode se agravar sem que a pessoa acometida perceba. Mas existe tratamento gratuito que é ofertado pelo SUS”, disse Valéria.
Durante as atividades, os estudantes também fazem desenhos ilustrando o que aprenderam, dentro dos temas: “como é a hanseníase”, “como é o tratamento da hanseníase” e “combate ao preconceito na hanseníase”. Nos meses de maio e junho, haverá o recolhimento e análise dos desenhos feitos pelos alunos, bem como das fichas de autoimagem pelo grupo técnico do Programa de Hanseníase.
Conforme a agenda, no mês de junho os estudantes com ficha indicativa de suspeita de hanseníase serão convocados pelas UBSs do município e encaminhados para avaliação médica com especialista.
Além disso, dentro da campanha, a Secretaria Municipal de Saúde está promovendo nas escolas o tratamento de verminose. Após autorização por escrito dos pais, as equipes de saúde disponibilizam aos alunos doses de medicação contra verminose.
Hanseníase – Trata-se de uma doença crônica e infecciosa, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. Existe cura para a doença, mas, se não for tratada, pode deixar sequelas nas pessoas acometidas. A doença acomete principalmente pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas.
É transmitida principalmente pelas vias áreas superiores, por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível, ou seja, com mais chance de adoecer, com uma pessoa doente e sem tratamento. Podem ser acometidas pessoas de ambos os sexos e qualquer idade em áreas endêmicas. Entretanto, é necessário um longo período de exposição e apenas uma pequena parcela da população infectada adoece.
São sintomas comuns manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.
Foto: Ilustrativa