Prefeitura e Copel unidas na missão de salvar a Sercomtel
Parceria mais sólida prevê investimentos em fibra ótica, um novo parceiro para a área de celular e muito mais progresso
Na tarde desta segunda-feira (15), o prefeito Marcelo Belinati e diretores da Companhia Paranaense de Energia (Copel) detalharam para a imprensa as novidades referentes ao futuro da operadora de telecomunicações londrinense. Sócios majoritários da Sercomtel, o Município e a Copel já haviam protocolado no início do mês uma carta de intenções junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para evitar o processo de caducidade aberto pela reguladora. Agora as intenções precisam virar realidade e o primeiro passo é a aprovação das medidas pelos conselhos administrativos da Sercomtel e da Copel, órgãos geridos por regras rígidas.
Os esforços giram em torno de manter a viabilidade econômico-financeira e o funcionamento da Sercomtel sem a necessidade de privatização ou imediata mudança do controle acionário da empresa. Uma das medidas anunciadas trata do investimento da Copel de cerca de R$60 milhões em fibra ótica para a cidade de Londrina, com a finalidade de modernizar o aparato tecnológico e oferecer serviços de mais qualidade aos clientes da Sercomtel.
Outra meta é sanar o prejuízo anual de R$15 milhões anuais contabilizados pela Sercomtel na área de telefonia celular. O presidente da empresa, Hans Müller, salientou que os investimentos de um futuro parceiro podem significar a chegada da tecnologia 5G e reduzir números negativos. “Hoje temos uma média de cerca de 1,2 milhão de prejuízo mensal com telefonia móvel, e esse é um dos primeiros pontos a serem solucionados. Com relação à telefonia fixa, por exemplo, 32% da receita atual vem de fora com parceria estadual junto à Copel, o que mostra que o potencial existe e precisamos explorá-lo para dar fôlego à Sercomtel. Iremos fazer o plano de negócios, mostrar à Anatel que o protocolo de intenções será cumprido, avaliando o potencial de operação e o próprio mercado. A batalha é diária, mas estamos confiantes que vamos vencer mais uma etapa e manter a empresa em pé”, afirmou.
Também será aberto em breve um Chamamento Público para contratação de consultoria que irá colaborar com o plano de negócio em elaboração. Segundo o prefeito, todos serão beneficiados neste processo, envolvendo os clientes e acionistas da empresa, bem como o próprio ecossistema de inovação de Londrina e região. “Isso pode colocar a cidade em outro patamar no segmento de tecnologia. Queremos manter a Sercomtel viva na cidade, manter seus empregos com gestão profissional e evitar o processo de caducidade. Precisamos de parceiros e focar nas soluções para fazer com que uma empresa deixe de ser deficitária e passe a ser superavitária. A Sercomtel continuará a ser um catalisador de desenvolvimento da nossa cidade”, acrescentou.
Para o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel Holding, José Marques Filho, o setor de telecomunicações oferece variadas oportunidades e o foco será provar que a Sercomtel pode se tornar sustentável a médio prazo. “A Copel fará uma coluna vertebral para que novas tecnologias sejam possíveis com preço menor para a região, realizando o que estiver ao alcance, dentro da legalidade, para atrair recursos e fazer com que este planejamento tenha êxito e agregue valor à Sercomtel. Temos consciência que a jornada não será fácil, mas já conseguimos enxergar boas perspectivas para melhorar a governança da empresa”, disse.
A Copel também pretende estender parcerias com as universidades e instituições ligadas à tecnologia para aprimorar as pesquisas e a capacidade competitiva. “Todos os alinhamentos buscam melhorar a condição financeira e econômica da operadora de Londrina, o que passa por alterações institucionais e na maneira de acompanhar o mercado e as rápidas mudanças tecnológicas que demandam investimentos altos. A visão é de otimismo e a missão trará vitória”, completou.
Também participaram do encontro na Prefeitura o diretor presidente da Copel Telecomunicações Adir Hannouche, acionistas e conselheiros da Sercomtel, representantes da Copel, vereadores de Londrina, secretários municipais e representantes de associações e entidades locais.