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Índice de Infestação da dengue chega a 7,8% em Londrina e Saúde divulga ações

Número desperta risco de epidemia na cidade e mostra que quase 100% dos focos do mosquito estão dentro das casas dos londrinenses

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulgou, na manhã desta sexta-feira (29), os resultados do 2° Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2022. De acordo com os números, Londrina alcançou o índice de 7,8%, o que coloca o município em estado de risco epidemiológico. Entre as regiões mais afetadas estão respectivamente: norte (10,25%), sul (8,11%), oeste (6,86%), centro (6,86%) e leste (4,80%). A divulgação foi no auditório da Associação Médica de Londrina (AML).

Segundo a técnica amostral, apresentada durante a reunião do Comitê Gestor Ampliado da Dengue, o bairro com maior número de focos positivos da dengue na zona norte foi o Maria Estela com 30,8% de infestação, ou seja, de cada 100 casas vistoriadas, 30 delas continham focos de dengue. Em seguida, está o Conjunto Habitacional Luís de Sá, com 30,5% de infestação; o Jardim Gávea com 28,6%; o Flores do Campo com 28% e o assentamento Nossa Senhora Aparecida com 23,5%.

No geral, as dez localidades de Londrina com maior quantidade de focos da dengue são: Acácia Imperial (35,71% de infestação); Royal Tennis (33,33%); Luís De Sá (30,49%); Jardim Gávea (28,57%); Jardim Laranjeiras (28,13%);  Flores Do Campo (28%); Jardim Del Rey (25%); Jardim Agari (23,53%); assentamento São Jorge (23,53%) e o Conjunto Roseira (23,33%). Nesse bairros, quase 100% dos focos estavam nos objetos em desuso nos quintais e vasos de plantas.

Secretário de Saúde, Felippe Machado. Foto: Vivian Honorato

Durante a inspeção dos agentes de endemias constatou-se que  93% dos focos do mosquito estavam nos quintas e jardins residenciais, em potes, vasos, latas, tambores e baldes com água da chuva, assim como em lajes, calhas entupidas, potes de água para cachorros e em caixas d’água sem tampa.

Os outros 7% dos focos foram encontrados em objetos dentro das casas e apartamentos como vasos de plantas e ralos de cozinha, banheiro e lavanderia. “Pedimos o apoio da população e da sociedade civil organizada, para que se unam ao poder público e a gente evite uma epidemia de dengue na cidade. Cada vez mais o mosquito tem buscado locais onde as pessoas circulam. Lugares como fundos de vale e descartes de pneus correspondem a apenas 3% dos focos. Se resolvêssemos o problema dentro das nossas casas e dos nossos quintais teríamos um índice muito abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde”, acredita o secretário de saúde, Felippe Machado.

Diretora em Vigilância em Saúde, Fernanda F. da Silva. Foto: Vivian Honorato

Testes para dengue – Durante a apresentação dos dados, a diretora em Vigilância em Saúde, Fernanda Fabrin da Silva, falou sobre a realização de testes rápidos para a dengue que são feitos em farmácias particulares de Londrina. “Nós necessitamos que os estabelecimentos privados, que realizam esses testes para dengue, nos informem sobre os resultados, para que a gente consiga desenvolver as ações em cima dessas notificações, porque a ação quanto mais breve, mais eficaz ela é”.

Atualmente, a Prefeitura de Londrina realiza exames nos pacientes com suspeita de dengue e os encaminha para a análise laboratorial em Curitiba ou no Hospital Universitário (HU), mas está sendo realizado um registro de preços para a compra de testes rápidos. Através deles, o Município espera que o diagnóstico seja mais rápido, ajudando assim na realizações de ações mais ágeis.

Plano de ação – Já está em andamento um conjunto de ações que visa erradicar os criadouros do Aedes aegypti em Londrina. Entre elas, amanhã (30), será realizado um mutirão nos bairros da zona norte com maior infestação do mosquito da dengue, para a conscientização dos moradores e recolhimento de objetos que acumulam água parada. A concentração para o mutirão da dengue será às 8h, em frente à praça do CCI do Idoso. Os mutirões serão realizados em todas as regiões de Londrina durante a semana.

Além disso, a Secretaria de Saúde já oficiou o  Governo do Estado do Paraná para o envio de veículos para o Fumacê, que contêm inseticida para mosquitos adultos. A intenção é utilizá-los a partir de maio. Uma campanha publicitária educativa também começará a ser veiculada em diversos meios de comunicação de massa; assim como serão ampliadas as armadilhas ovitrampas associadas à redução do vetor com a eliminação dos ovos.

Os agentes de endemias também farão reuniões com os líderes comunitários e associações de bairros para a execução de limpezas e conscientização dos moradores; e a ampliação das fiscalizações junto à Coordenação de Saúde Ambiental e Zoonoses. No momento, vem sendo feitas a orientação porta a porta feita pelos profissionais da Secretaria Municipal de Ambiente (Sema); o projeto de agente de endemias mirins desenvolvido com os alunos das unidades escolares da rede municipal de ensino através da parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), trabalho de conscientização com os acumuladores junto à Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS); e a intensificação de mutirões nos bairros com os técnicos da CMTU e de várias secretarias municipais.

Dicas – A dica dos agentes municipais de endemias é que a população reserve 15 minutos durante a semana para vistoriar os locais que podem ter água parada na sua própria casa ou apartamento. A orientação é que removam-se os criadouros do mosquito (tudo aquilo que tem água parada); descartem-se os objetos em sacos plásticos para a coleta seletiva ou para o recolhimento pelo caminhão de lixo; e que a população não espere que alguém venha resolver o problema, mas, sim, faça a sua parte: limpando a própria casa e seu quintal.

Coordenador de Endemias, Nino Ribas. Foto: Vivian Honorato

“O LIRAa mostrou que o mosquito Aedes está dentro dos quintais e está residindo dentro das nossas casas. Cabe a nós todos tomar uma conduta para permitir isso ou não. Temos que pedir a ajuda de todos, porque os agentes de endemias estão diariamente no trabalho de campo, mas se cada pessoa olhar sua casa por 15 minutos, nós vamos reduzir drasticamente o índice de dengue”, explicou o coordenador de Endemias, Nino Ribas.

Disque dengue – As pessoas que verificarem locais com água parada, como em piscinas abandonadas, terrenos, casas e edifícios com descarte irregular de materiais que acumulam água parada, devem denunciar no Disque Dengue, pelo 0800-400-1893.

O levantamento foi realizado no período de 4 a 8 de abril, em 9.924 imóveis de Londrina. Ao todo, trabalharam nesta amostragem 200 agentes de controle de endemias (ACEs) da Diretoria de Vigilância em Saúde da SMS. É por meio desse levantamento que a Prefeitura de Londrina organiza as ações que devem ser colocadas em prática para o combate e a prevenção da dengue. A divulgação dos dados foi transmitida ao vivo pelo canal do Youtube da Prefeitura de Londrina

Número de casos – Em Londrina, de 1º de janeiro deste ano até a última quarta-feira (27), 4.260 casos suspeitos foram notificados na cidade. Destes, 334 deram positivos para a dengue, 2.504 foram descartados e outros 1.422 estão em análise laboratorial.

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Ana Paula Hedler

Gestora de Comunicação, formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, especialista em Comunicação com o Mercado pela Universidade Estadual de Londrina e Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná.

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