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Prefeitura investe em RH para melhorar atendimento ao público

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Secretária aponta novo cenário para gestão de pessoas ainda este ano 

A secretária municipal de Recursos Humanos, Kátia Marcos Gomes, que também ocupa a Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda, tem planos para o setor este ano, como incentivar a capacitação do servidor e abrir maior espaço de comunicação, entre o funcionário público e a administração, na mediação de situações. Desde o final de 2013 a lei 11.973 criou e inseriu a Secretaria Municipal de Recursos Humanos no sistema organizacional da administração do município que, até então, integrava a Secretaria Municipal de Gestão Pública. A secretaria é constituída por duas assessorias, uma ouvidoria do servidor, três diretorias, nove gerências e treze coordenadorias. Além do desmembramento de atividades, a novidade está na criação da Diretoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, voltada para o processo de educação continuada na área técnica e comportamental, e da ouvidoria interna.

Kátia Gomes é graduada em psicologia, tem especialização em administração de recursos humanos, MBA em gestão de projetos, além de outros diplomas. Tem 30 anos de experiência profissional na área de recursos humanos, na iniciativa privada e em consultoria. Foi presidente e diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Regional Norte do Paraná (ABRH) e membro da Câmara das Mulheres Empreendedoras e Gestoras de Negócio do Paraná (CMEG). Iniciou no setor público na administração do Kireeff.  Confira entrevista, na íntegra, realizada pelo N.Com com a secretária Kátia Gomes, sobre os desafios, novidades e melhorias para o setor.

N.Com: Qual a importância do desmembramento da secretaria de RH e o que isso representa em melhorias?

Kátia: Criar um órgão com status de secretaria é importante para ter um olhar mais dirigido ao servidor público e sua trajetória de vida funcional e, por outro lado, prover soluções de gestão de pessoas de forma integrada às políticas públicas e serviços oferecidos pelo governo  municipal, incluindo a otimização dos gastos públicos.  Creio ser esse o diferencial quando se pensou em ter uma Secretaria Municipal de Recursos Humanos.

 

N.Com: Quais são os planos e novidades do RH para este ano?

RhKatiaLJ2PKátia: A criação da SMRH abriu um novo cenário para a gestão de pessoas. Claro que é importante salientar o tempo que temos e as condições que temos. O plano inicial é dar uma identidade e definir a missão da secretaria. Isso está sendo feito em conjunto com a equipe. A criação de uma Diretoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, voltada para o processo de educação continuada, na área técnica e comportamental, vem agregar valor às outras duas diretorias já existentes: Diretoria de Gestão de Pessoas e Diretoria de Saúde Ocupacional.
Entendemos que acolher o servidor quando ele entra para o serviço público, cuidar de sua trajetória funcional e promover seu aprimoramento até o  processo de aposentadoria traz um círculo virtuoso para a gestão de pessoas. Esse é um ponto que queremos fortalecer. Outro ganho com certeza foi a criação de uma ouvidoria interna, que será estruturada para atuar na mediação de situações que podem se tornar conflitos lá na frente se não forem cuidadas antes. Não queremos um canal de queixas e reclamações, mas sim um canal efetivo de escuta para o servidor, que facilite os encaminhamentos de soluções.

N.Com: Teremos uma nova política de RH?

 

Kátia: Os serviços públicos oferecidos por uma prefeitura são baseados em políticas públicas definidas de acordo com as necessidades observadas, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. Por outro lado qualquer órgão deve ter sua política interna de funcionamento, que nada mais são do que diretrizes que norteiam as ações a serem desenvolvidas. Com a criação de uma nova secretaria é importante que possamos rever as políticas de recursos humanos existentes e atualizá-las, até porque isso auxilia na criação da identidade do novo órgão. Vale ressaltar que o funcionamento de grande parte da secretaria já existia dentro da Gestão Pública. O intuito não é invalidar o que vem sendo feito e sim estabelecer um processo de melhoria, por isso rever as diretrizes, objetivos, atribuições e definir os focos de atuação é muito importante nesse momento de construção.

N.Com: Quais os maiores desafios da secretaria?

Kátia: No momento diz respeito às questões orçamentárias/financeiras, ou seja, usar toda criatividade para fazer mais com menos, administrar recursos escassos sem perder a qualidade na entrega dos serviços, para ter melhores subsídios na revisão do orçamento dos próximos anos.  Outro desafio é a própria construção da identidade da secretaria, que precisa deixar claro o seu papel e funções como órgão gerenciador, mediador e orientador das políticas internas de recursos humanos

N.Com: Um dos desafios é administrar as demandas salariais do servidor?  

Kátia: Sim, faz parte. Temos um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) que orienta toda essa área, mas ao longo do tempo ele deixou de ser sistêmico e passou a ter muitos desdobramentos. Será necessário um bom estudo para reconduzirmos o processo de melhorias no PCCS. Em breve terei mais conhecimento para opinar com mais propriedade, ainda estou me ambientando e estudando. No momento estamos conduzindo as negociações com o sindicato em função da data do acordo coletivo ser fevereiro. O diálogo está acontecendo.

N.Com: Com a secretaria, a prefeitura pretende incentivar a capacitação dos servidores?

Kátia: Sim, acredito que com uma diretoria voltada para isso, poderemos encontrar algumas formas que consigam diminuir a defasagem que temos hoje nesse campo. Foram muitos anos sem um plano efetivo, de treinamento e desenvolvimento, alinhado com as necessidades das demais secretarias e a necessidade de  desenvolvimento de competências, para  a entrega de qualidade e eficiência nos serviços públicos.

N.Com: Quais são seus objetivos na secretaria de RH? A senhora vai ocupar as duas secretarias em definitivo?

Kátia: Eu sou uma profissional da área de RH. Foi isso que eu escolhi fazer. Eu sei e amo trabalhar nisso, é minha missão de vida. Claro que sei quanto é diferente fazer isso na iniciativa privada em contraponto com a área pública. Estar na Secretaria de RH do município de Londrina nunca esteve nos meus planos. Mas fico muito satisfeita com o reconhecimento que tive ao ser chamada, pelo trabalho que desenvolvi, tanto como funcionária de empresas privadas como consultora organizacional. Foi uma construção feita com muito empenho, vontade, paixão, estudo, investimento de tempo, energia, dinheiro, da qual me sinto realizada.
Quanto às duas secretarias ficarei o tempo que for necessário para os encaminhamentos a serem tomados. Tenho excelentes equipes em cada uma das duas secretarias e isso me deixa mais tranquila. É claro que o tempo fica mais curto para tudo, mas trabalhar nunca foi um custo, eu me divirto trabalhando.

N.Com: Vocês estão fazendo um mapeamento de servidores. O que isto significa e qual o objetivo do mapeamento?

Kátia: O que eu solicitei à equipe foi um mapeamento para que eu tivesse um diagnóstico de nosso quadro atual. Quem somos, quantos somos, onde estamos, coisas desse tipo.  Não é possível pensar em planos de trabalho sem ter dados e informações que dêem direcionamento e subsidiem as decisões. Além disso, tenho estudado documentos e leis que regem a área de gestão de pessoas, pois existe o PCCS, o Estatuto do Servidor, os Decretos e Leis, entre outras coisas.

Fotos: Luiz Jacobs

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