Cidadão

Defesa Civil prossegue se atualizando para melhor servir à população londrinense

Órgão é composto por guardas municipais e coordenado pelo secretário de Defesa Social; entre outras atividades, atua em resposta a fenômenos adversos que possam afetar a comunidade

A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec), instituída pela lei municipal 12.273/2015, tem como principal finalidade coordenar os assuntos relativos à Defesa Civil Municipal. O órgão é subordinado à Secretaria Municipal de Defesa Social (SMDS) e é responsável pelo conjunto de medidas preventivas destinadas a evitar consequências danosas de fenômenos anormais e adversos previsíveis que possam afetar a comunidade. Também atua na efetivação de medidas de socorro, assistenciais e recuperativas.

Foto: Bruno Amaral / Defesa Civil

Em Londrina, todos os cerca de 360 guardas municipais são voluntários diretos do Compdec, que em caso de necessidade pode acionar voluntários externos (pessoas físicas, jurídicas e radioamadores). Esses colaboradores estão devidamente cadastrados no banco de voluntários do órgão, o Sistema Informatizado de Defesa Civil (SISDC), que pode ser acessado através deste link. Vale ressaltar que o órgão conta com cinco guardas municipais que são nomeados como agentes de Defesa Civil, e possuem dedicação exclusiva às ações de prevenção e resposta.

Secretário de Defesa Social e coordenador-geral da Defesa Civil Municipal, coronel Pedro Ramos. Foto: Bruno Amaral / SMDS

O secretário municipal de Defesa Social e coordenador-geral da Defesa Civil Municipal, coronel Pedro Ramos, destacou que os voluntários possuem formações variadas. “Numa situação de desastre em que você tem que acolher diversas pessoas, crianças, jovens, adultos e famílias, você deve buscar minimizar o drama daquelas pessoas. Então, nossos voluntários incluem pessoas de diversas especialidades como educação física, assistentes sociais e outras profissões que possam levar algum conforto nessas horas. O foco está inclusive em proporcionar atividades lúdicas para as crianças, e também oferecemos o atendimento de pessoas que atuam nas entidades religiosas, porque num momento de desastre a gente pode precisar acalentar as pessoas no campo espiritual”, frisou.

Cadastro de ocorrências

Há dois anos, a Prefeitura fez o lançamento do aplicativo 153 Cidadão, plataforma onde os cidadãos de Londrina podem fazer denúncias e relatar incidentes diversos para órgãos como a Guarda Municipal (GM), a Defesa Civil e a Patrulha Maria da Penha. O investimento nessa tecnologia facilitou bastante o cadastro de ocorrências, e principalmente a agilidade do atendimento aos casos.

Foto: Bruno Amaral/Defesa Social

O que a Defesa Civil faz

Através do Sistema Informatizado de Defesa Civil (Sisdc), a Compdec tem a possibilidade de cadastrar e monitorar todas as áreas de risco da cidade, como por exemplo locais em risco de deslizamento de terras, alagamentos e inundações. Conforme informou o órgão, todas as áreas de perigo de Londrina já foram vistoriadas pelos agentes e os relatórios já foram encaminhados para os demais órgãos competentes para análise e providências. Anualmente, as equipes realizam um acompanhamento periódico desses locais para atualização das informações e constatações de novas manifestações/evoluções.

Como é feita identificação

No caso de áreas com risco de alagamentos, a população liga para o telefone 199 ou informa pelo aplicativo que há o perigo. Uma equipe da Defesa Civil é enviada para verificar os fatores que estão ocasionando o alagamento, além de fazer a análise da topografia da região. A maioria dos casos acontece devido ao sistema antigo de drenagem que não comporta os níveis atuais de chuva, e por conta de obstrução das galerias pluviais devido ao acúmulo de resíduos sólidos.

Foto: Defesa Civil/ Divulgação

O coronel Pedro Ramos salientou o importante papel que o órgão tem junto à sociedade. “É importante ressaltar que a Defesa Civil Municipal, embora seja lembrada apenas em emergências ou calamidades públicas, também tem um papel importante na prevenção. O trabalho preventivo evita ou, na maioria das vezes, minimiza um desastre. Então, é importante para nós termos ferramentas que permitam catalogar locais de alagamento, locais que costumam ter deslizamento de terra e destelhamento. É importante ter o detalhamento, principalmente, de locais em áreas irregulares que ao longo do tempo foram sendo ocupadas sem respeitarem as especificidades da Engenharia Civil. Então, esse trabalho preventivo nos permite agir estrategicamente de forma imediata, dando o primeiro suporte aos necessitados”, informou.

Plano de Auxílio Mútuo

A Compdec é responsável ainda pelo acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos membros do Plano de Auxílio Mútuo (PAM). Criada em fevereiro de 2018, a iniciativa é uma parceria entre as empresas de Londrina, Cambé e Ibiporã, para que possam se ajudar caso ocorra algum sinistro com alguma delas até a chegada do órgão público responsável para atender a situação.

Frequentemente, as empresas realizam simulados de combate a incêndio para reforçar as técnicas dos funcionários, para que eles estejam aptos a poder dar uma resposta inicial. Periodicamente, a presidência do PAM realiza reuniões buscando agregar mais membros em favor da preservação da vida. As reuniões são acompanhadas pelos órgãos públicos da Defesa Civil Municipal e do Corpo de Bombeiros.

Foto: Bruno Amaral_SMDS

Vistorias

Diariamente, a Defesa Civil realiza um trabalho preventivo de vistorias em imóveis públicos e particulares a fim de preservar a vida das pessoas. A maioria das solicitações são feitas quando há alguma suspeita de que o local esteja com risco estrutural e que possa por em risco a integridade física dos ocupantes.

O serviço é solicitado por meio do telefone 199 da Defesa Civil, e basta o cidadão informar o que está ocorrendo com o imóvel. Na sequência, a equipe da Compdec vai até o endereço para realizar uma pré-análise e fornece instruções para que o solicitante possa acessar o laudo de vistoria posteriormente, via Sistema Eletrônico de Informação (SEI).

Foram realizadas ainda vistorias em alguns barracões antigos localizados nas imediações da avenida Leste-Oeste, região central, para avaliação do risco para os transeuntes que passavam pela região. Foram necessárias ações de sinalização e interdição de calçadas que culminaram inclusive na interdição de um trecho da Travessa Belo Horizonte.

Foto: Defesa Civil / divulgação

Estações meteorológicas

De acordo com informações da Compdec, o município de Londrina possui um déficit em relação ao acompanhamento meteorológico, contando com apenas uma estação que está localizada na sede do IDR-PR, região sul. Segundo Cilson Lima, secretário executivo do órgão, a instalação de mais estações na cidade melhoraria o serviço preventivo. “O ideal é que a cidade tivesse ao menos 12 estações para melhorar o atendimento, sendo uma em cada distrito rural, e uma em cada região da cidade. Muitas vezes, ocorreram eventos de forma isolada, e a Defesa Civil só consegue saber sobre o evento no dia posterior. Com essas estações, conseguimos acompanhar em tempo real a situação do tempo”, frisou.

O coordenador-geral, coronel Ramos, reforçou que o órgão precisa de investimentos para melhor atender à população. “Nesse contexto, muito embora a gente tenha sistematizado e organizado a Defesa Civil do município, é importante continuar investindo. Nós temos um sistema de atendimento de ocorrências que permite um acesso rápido, um melhor direcionamento do efetivo numa emergência, mas seria importante, como citado pelo nosso secretário executivo, termos mais estações meteorológicas. Isso possibilitará que tenhamos informações antecipadas de algum sinistro, para minimamente nos precavermos, avisarmos a população ou nos prepararmos”, pontuou.

Foto: Defesa Civil / divulgação

Ajudas humanitárias

Em eventos climáticos, a Defesa Civil é responsável imediata para a prestação de apoio à população, fornecendo material de ajuda humanitária. Conforme relatório do órgão, os locais mais afetados são as áreas de ocupação irregular, em que as construções não seguem o padrão construtivo adequado, ou seja, são residências frágeis que geralmente são danificadas devido às chuvas e rajadas de ventos. De forma paliativa, a Compdec realiza a entrega de lonas para auxiliar em casos de destelhamentos.

A fim de prestar a ajuda de forma objetiva, existe um Plano de Contingência (Plancon), plano de auxílio que é executado em conjunto com a Guarda Municipal, órgão integral de Defesa Civil, para entrega dos materiais de ajuda humanitária. Bases móveis e pontos de retirada de materiais são montados em regiões estratégicas para garantir uma logística de rápido acesso.

Foto: Defesa Civil / divulgação

Segurança das Barragens

A fim de garantir a segurança dos cidadãos londrinenses, em especial os que residem no entorno, a Defesa Civil é um dos órgãos que acompanha o Plano de Segurança de Barragens (PSB). Londrina possuem três barragens principais, a do Lago Igapó 1 e outras duas na área rural, a do Fiú e do Apucaraninha.

Abaixo das duas barragens da área rural, existem diversas residências que podem ser afetadas em caso de rompimento. Anualmente, a Compdec faz uma visita para atualizar o cadastro de moradores e levar informações atualizadas sobre como agir em caso de enchente.

Esses pontos estão localizados em Zonas de Auto Salvamento (ZAS), regiões onde não há tempo hábil para que os órgãos públicos possam prestar socorro imediato. Assim sendo, após receber alertas, a população deverá se deslocar de suas residências para os pontos mais altos, para não ser atingida em caso de inundação.

Ramos reforçou a preocupação da administração com essas regiões. “Essa questão das barragens é uma preocupação nacional, e com a gente não é diferente. Temos as duas barragens na área rural, que são preocupações constantes, até porque é difícil de atender as pessoas naquele local. Se a gente não tiver um sistema de alarme para que as pessoas possam acionar, alguma sirene, algum tipo de comunicação, para se deslocarem para os pontos mais altos já catalogados, a gente não tem nenhuma chance de fazer uma prevenção numa situação de desastre”.

Plano de contingência

O Plano de Contingência da Compdec é um manual de instruções onde estão cadastrados os recursos humanos, incluindo pessoas da sociedade civil (voluntários), que desempenham funções específicas e que podem auxiliar o órgão em alguma situação de desastre.

Foto: Bruno Amaral / Defesa Social

Por exemplo, caso a Defesa Civil necessite de uma avaliação de danos, é possível acionar um engenheiro civil voluntário que pode auxiliar na emissão de pareceres técnicos, estimando o prejuízo. Os dados coletados são utilizados para o preenchimento do Formulário de Informação de Desastres (FIDE) no Sistema Informatizado da Defesa Civil do Paraná (Sisdc), o que possibilita que o órgão posteriormente solicite recursos públicos da União para reparar os danos.

Há também um cadastro de recursos materiais, viaturas, barcos, aeronaves, materiais de ajuda humanitária:  telhas, lonas e cestas básicas. Nesse cadastro prévio, o órgão tem acesso ao contato que pode ajudar de forma mais ágil e prática. O plano contém ainda o cadastro de todas as áreas de riscos de alagamento, inundações e deslizamentos.

Dentro do plano, há também o Sistema de Comando de Incidente (SCI), no qual constam informações de todos os chefes de pastas (nos âmbitos estadual e municipal) com as suas funções e obrigações, além de órgãos como Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, assim como empresas privadas, Rotary Club, Jipe Clube, Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), entre outras organizações.

Foto: Bruno Amaral / Defesa Civil

Apoio aos outros órgãos

Nos casos de quedas de árvores, a Defesa Civil, Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) e Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (Cmtu) atuam juntas para desobstrução de vias importantes e execução da sinalização para evitar maiores transtornos maiores.

Em caso de sobrecarregamento dos órgãos, a Compdec auxilia também na desobstrução de vias importantes, com o intuito de manter o acesso liberado para a circulação, em especial veículos de emergência que necessitem passar por elas. O órgão realiza atividades inclusive com os demais setores da Prefeitura.

Conquista importante

Atualmente, a Compdec conta com um engenheiro civil de plantão para atender as demandas diárias do órgão, como por exemplo a elaboração de pareceres das vistorias realizadas. Anteriormente, era necessário acionar um servidor municipal lotado em outro órgão que, voluntariamente, prestava o apoio. O profissional exerce a função de elaboração de vistorias de risco estrutural nas edificações e a avaliação de danos.

Foto: Defesa Civil/Divulgação

O que a Defesa Civil precisa

De acordo com um levantamento feito pela equipe, ficou constatado que se faz necessário um sistema especifico para que o órgão possa exercer todas as funções que já desempenha dentro do Sisdc, sistema estadual.

O secretário executivo da Compdec, Cilson Lima, reforçou algumas demandas para que o órgão funcione plenamente. “Necessitamos, portanto, de mais estações meteorológicas e de um sistema de alarme do próprio Município para o recebimento de alertas, pois hoje dependemos do (Cegerd) Centro Estadual de Gerenciamento de Risco e Desastre, que pertence ao estado do Paraná. Seria interessante que o próprio Município desenvolvesse um sistema de alerta de desastre regional, que não dependa apenas do sistema estadual”, afirmou.

O coordenador-geral do Compdec, coronel Ramos, reconhece os avanços alcançados nessa administração. “Nós entendemos que a Defesa Civil avançou bastante nessa administração do prefeito Marcelo Belinati. Ele nos deu liberdade para fazer as mudanças, para propor o que tem que ser feito. Agora, com as coisas nos trilhos, o investimento é importante. Nós temos que avaliar as melhorias futuras, e a sociedade inclusive deve participar disso, para ver o que nós estamos propondo, como é o caso das estações meteorológicas e dos softwares, que vão nos permitir antecipar o atendimento ou fazer uma previsão de atendimento”, concluiu.

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