PEV é aprovado pela comunidade
Com descartes a cada 6 minutos, CMTU valida o modelo adotado para o lixo do pequeno gerador
O primeiro Ponto de Entrega Voluntária (PEV), aberto no dia 10 de janeiro, completa 60 dias de funcionamento, e a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU-LD), avalia positivamente o modelo e a aceitação dos usuários e dos moradores do entorno, na região leste da cidade.
Nos primeiros 30 dias, a CMTU registrou um total de 2.236 descartes no PEV. Considerando os 27 dias úteis nos meses de janeiro e fevereiro, foram contabilizados 83 despejos por dia – um descarte a cada 6 minutos, em média. O volume neste período representa 8 metros cúbicos de resíduos por hora, somando um total de 72m³ por dia durante a semana e 32 m³ aos sábados, aproximadamente.
Segundo Gilmar Domingues, gerente de resíduos da CMTU, a comunidade vizinha tem aprovado o PEV e contribuído para que ele continue a funcionar organizadamente. O mesmo acontece com os usuários do Ponto, uma vez que a atividade regular facilita o descarte e dá ao transportador a segurança de estar agindo de acordo com a Lei. “Até o momento, todos aqueles que têm frequentado o PEV, têm elogiado o ponto e dito que o trabalho ficou muito mais fácil, rápido e organizado, com vantagens para quem leva e para quem reaproveita os resíduos”, ressalta Gilmar.
Balanço
Os estudos realizados no primeiro mês permitiram à CMTU traçar um perfil inicial das pessoas que fazem uso do espaço:
•A grande maioria trabalha com transporte de resíduos, em que 35% atua, exclusivamente, no ramo de jardinagem
•75% dos descartes são feitos por transportadores e 25% pelo próprio gerador do resíduo
•15% dos usuários são moradores do entorno do PEV
•98% dos usuários são homens
•3% a 5% dos descartes são feitos por empresas (pessoa jurídica), pequenos geradores
A CMTU calcula que cada usuário do PEV descarte, em média, 0,77m³ de detritos. O índice fica abaixo do volume máximo permitido por despejo, que é de 1 metro cúbico – o que equivale a 8 carriolas de pedreiro, aproximadamente.
Para o agente municipal Whander Inácio Marques, fiscal do PEV, além de possibilitar um controle maior sobre os acessos, a identificação dos usuários tem facilitado o desenvolvimento de ações específicas, voltadas para público do local, visando “educar” a população e despertar a importância dessa consciência ambiental.
No mês inaugural, a Companhia retirou 289 caminhões de resíduos do ponto de entrega. O volume soma 1.734m³ de restos de construção, móveis em madeira, resíduos verdes (grama, galhos e podas de árvores), sofás velhos, dentre outros. Aproximadamente 25% do “lixo” tem retornado para a cadeia produtiva: a madeira, para o uso em fornos de pizzarias, cerâmicas e caldeiras, os recicláveis para os coletores, os sofás (que são restaurados por empresas do segmento) e os resíduos verdes, para compostagens.
Vale lembrar que no caso de autuações e multas, os valores variam entre R$ 60 a R$ 3 mil pelo Código de Posturas do Município e de R$ 50 a R$ 50 milhões se a infração for enquadrada na lei de crimes ambientais, avaliados pela Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA) e pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Descartes incorretos
Apenas na primeira semana das atividades no PEV, um único caso de descarte irregular foi registrado, em frente ao portão do local. O fato mobilizou os agentes da CMTU e a comunidade vizinha e a ação rápida garantiu que o infrator fosse localizado. A CMTU notificou o responsável pela sujeira e a limpeza foi feita de forma imediata.
Ao longo dos 60 dias de atividade, a Companhia observou outros três casos de descarte irregular. No entanto, uma a uma, as irregularidades vêm sendo investigadas e coibidas, em que grande parte reflete a falta de informação do usuário do PEV. Por isso, a CMTU têm investido no acompanhamento e nas orientações durante os despejos. Num total, três pessoas foram notificadas em duas situações, sendo um gerador direto e um transportador e a empresa de origem (os resíduos eram de uma farmácia). Os responsáveis foram solícitos às abordagens e apresentaram o comprovante de destinação correta do resíduo interditado pela CMTU, comprovando o local adequado para os mesmos.
Nada de dengue
Apesar da diversidade dos materiais depositados, as três vistorias realizadas pelo setor de Endemias da Secretaria de Saúde não encontraram nenhum foco do mosquito da dengue no PEV. “Essa orientação é primordial. Saber que estamos ausentes dos focos do Aedes aegypti nos dá a segurança de que os processos estão sendo cumpridos rigorosamente. Nossas equipes têm trabalhado para manter o PEV livre de irregularidades e sem materiais que acumulam água”, afirma Gilmar.
Localizado na Rua Capitão João Bussi, no Jardim Nova Conquista, onde antes funcionava um antigo ecoponto, o PEV foi implantado como projeto piloto, visando inaugurar uma nova fase na gestão de resíduos no município. Os descartes são acompanhados por fiscais da CMTU, que cadastram e orientam os usuários.
O PEV está aberto à população de segunda a sexta-feira, das 8 às 17horas e, aos sábados, das 8 às 12horas. O espaço recebe resíduos verdes, móveis em madeira, recicláveis, restos de construção e pequenas reformas (argamassa), restos de concreto, restos de piso, tijolos, barro e telhas (exceto as de amianto), além de sofás, pedras e areia, por exemplo. Para mais informações os telefones para contato são: 3379-7968 e 3379-7946.
Agora, a próxima etapa é concluir o processo para a abertura de mais dois novos pontos, os quais podem ser no Jardim Santa Rita, na região oeste e no Primavera, na região norte, conforme as autorizações ambientais conferidas à CMTU pelo IAP. “Estudamos uma forma de ampliar a equipe para o monitoramento dos próximos locais, para que eles funcionem com a mesma eficácia que o primeiro PEV apresentou”, explica Gilmar.
Fotos: Adriana Marques-CMTU