Guarda Municipal lamenta a morte do GM Hanriete, referência técnica e tática na instituição
Primeiro guarda municipal de Londrina a concluir o curso PATAMO, ele foi instrutor, salvou vidas e elevou o nome da corporação em todo o país

A Guarda Municipal de Londrina perdeu, na última terça-feira (3), vítima de um infarto, um de seus profissionais mais respeitados. Giovane Hanriete de Oliveira, que atuou na instituição por quase 12 anos, faleceu deixando um legado de comprometimento, pioneirismo e dedicação à segurança pública.
Reconhecido por sua postura ética, experiência operacional e espírito de liderança, Hanriete foi o primeiro guarda municipal de Londrina a concluir o curso PATAMO (Patrulhamento Tático Motorizado), no Estado de São Paulo — um marco para a história da instituição. A partir dessa conquista, tornou-se referência técnica, contribuindo diretamente para a criação de uma doutrina de patrulhamento tático e para a execução de treinamentos internos.

Foi um dos principais responsáveis pela reativação do GTAM – Grupamento Tático de Apoio com Motocicletas –, que voltou a operar em 2017. Sua atuação estratégica e seu conhecimento técnico foram fundamentais para consolidar o grupamento como força especializada.
Além de atuar nas ruas, Hanriete representou a GM de Londrina como instrutor em diversas edições posteriores do curso PATAMO, levando o nome da instituição a diferentes municípios do Estado de São Paulo e ganhando respeito entre outras guardas municipais do país. Em 2024, ocupou o cargo de coordenador técnico do curso de choque realizado na cidade de Campo Limpo Paulista, reforçando seu papel como agente formador de excelência.
Participou de várias ocorrências emblemáticas, entre elas o salvamento de uma criança engasgada e o atendimento emergencial a um homem ferido, em que realizou com sucesso o estancamento do sangramento. Casos que demonstram sua competência técnica e preparo em situações críticas.
Hanriete também contribuiu para a qualificação anual obrigatória da GM – pela qual todos os agentes passam – e deixou sua marca no desenvolvimento das futuras gerações de guardas, já que colaborou intensamente na formação da 5ª turma da Guarda Municipal de Londrina.

Para o diretor operacional da GM, Jeferson de Almeida, Hanriete foi mais do que um colega de farda. “Desde o início, quando buscou capacitação técnica fora de Londrina, ele abriu um caminho que ainda não existia dentro da guarda. Era um cara experiente, com conhecimento de vida e que já contribuía muito com quem se interessava por armamento e tática. Mas, depois que foi buscar esse conhecimento fora, virou praticamente um doutrinador. Trouxe a doutrina para dentro da instituição e ajudou quem tinha vontade de aprender. No PATAMO, isso é parte da filosofia: ser o padrinho do próximo. E ele foi esse padrinho para muita gente. Inclusive, cerca de 20 dias antes do falecimento, estava em Jandira, onde concluiu seu curso, levando outros três guardas de Londrina para também se capacitarem. Isso resume quem ele foi”, frisou.
Hanriete deixa uma trajetória marcada pela excelência profissional, espírito de serviço público e pelo respeito conquistado entre os colegas de farda. Sua ausência será sentida, mas seu exemplo seguirá vivo, inspirando as futuras gerações da Guarda Municipal de Londrina.