Comunidade indígena recebe orientação sobre saúde
Profissionais da UBS Vila Brasil vão acompanhar os agentes de endemias durante visita ao acampamento
A comunidade indígena Kaingáng, que vem da Aldeia Água Branca, situada em Tamarana, para comercializar artesanatos em Londrina, receberá nesta segunda-feira (18), das 9h às 12h, a visita dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde. Eles irão conversar com cerca de 50 pessoas, que estão instaladas nas proximidades do Centro Cultural Kaingáng – Vãre, próximo à Avenida Dez de Dezembro.
Os profissionais de enfermagem e estagiários da Unidade Básica de Saúde da Vila Brasil acompanharão a visita realizada pelos agentes municipais de endemias. Para o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, é importante que a equipe da Secretaria Municipal de Saúde leve informações aos indígenas, visto que eles seguem uma cultura diferente da maioria da população da cidade e têm particularidades que devem ser levadas em consideração.
“A comunidade indígena normalmente é mais vulnerável aos problemas de saúde e sabemos que, culturalmente, eles são mais afastados dessas questões. Por isso, a ação é extremamente positiva e a administração do prefeito Marcelo Belinati vem tomando todas as medidas no sentido de levar mais saúde à nossa população, inclusive aos indígenas que passam grande parte do tempo na cidade de Londrina”, explicou Machado.
Durante a manhã, os profissionais vão repassar informações sobre a importância da limpeza, questões de higiene e do descarte correto do lixo para se evitar a proliferação de doenças endêmicas comuns, como a dengue, zika, chikungunya, febre amarela, Doença de Chagas, leishmaniose, meningites e a esquistossomose. Além disso, a equipe de enfermagem passará orientações sobre as Doenças Sexualmente Transmissível (DSTs), que foi um pedido da própria comunidade.
A educadora em endemias, Lucimara Vasconcelos, explicou que apesar de os indígenas não residirem permanentemente em Londrina e sim na Aldeia Água Branca, eles são atendidos pela equipe orientativa, pois vêm a Londrina com frequência e influenciam no local onde ficam. “Essa população é referenciada pelo Município de Tamarana, mas nós vamos até o acampamento deles para repassarmos orientações importantes à prevenção de doenças e esse é um trabalho que deve ser feito com cuidado, calma e minúcia, pois a forma de assimilação das informações é diferente da comunidade urbana”, explicou.
Esse trabalho de conscientização da comunidade indígena já vem sendo realizado em Londrina. Durante as visitas, os agentes de endemias entregam sacos de lixo para a comunidade e ensinam os índios sobre a acondicionamento correto dos materiais que não serão utilizados. De acordo com Lucimara, os índios ganham muitas doações, que não têm utilidade para a vida que eles levam, como sapatos de salto alto, comidas difícies de serem preparadas e roupas em grande quantidade.
Com isso, eles costumam descartar de forma errada o que não é utilizado, deixando exposto ao tempo e aos insetos, mosquitos e outros animais que podem transmitir doenças. Além disso, muita coisa acaba indo para o Córrego que corta o acampamento.
Além dessa ação, a Secretaria Municipal de Saúde, através do Setor de Endemias, fez uma parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), para a produção de um gibi explicativo para o combate à dengue. Agora, o encarte foi encaminhado para a professora de Kaingáng, que está ensinando os alunos a traduzirem do português para o idioma nato deles. Assim que o mesmo for finalizado, ele será entregue durante as visitas. A Secretaria de Saúde já realizou outros mutirões de limpeza no acampamento, com apoio da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU). Segundo Lucimara, essas ações educativas estão dando resultados positivos e já é possível verificar uma melhora na limpeza do espaço onde eles vivem.




