Cidadão

Museu de Arte traz a Londrina “A raiz da felicidade”

Exposição da artista alemã Tita Stremlow reúne esculturas em madeira de figuras humanas, animalescas e religiosas, além de pinturas do período pós-guerra


68239c2532f5dc750e0a9108546f20cdA Secretaria Municipal de Cultura e o Museu de Arte de Londrina (Mal) lançam amanhã (dia 5) a exposição “Tita Stremlow – A Raiz da Felicidade”, às 20 horas, na sede do museu, que fica na rua Sergipe, nº. 640, no prédio do antigo terminal rodoviário. O evento abre o calendário expositivo do museu em 2010.
A mostra conta com 31 obras em madeira que fazem parte dos principais eixos temáticos abordados pela escultora alemã. Haverá também fantoches e banners que mostram cenas da vida e do trabalho de Stremlow, além de uma seleção de cartões-postais que ela criou na década de 40, com desenhos do pós-guerra. Outro destaque é uma pintura em azulejos feita pela artista, também em anos sucessores à II Guerra Mundial.
A exposição tem curadoria de Sandra Jóia, diretora do Museu de Arte de Londrina, e da artista plástica Nane Ferrari. Ambas fizeram a seleção das peças. As curadoras chamam a atenção para a expressividade das obras, que, segundo elas, transmitem muita afetividade, com definição acentuada das formas onde são realçados os detalhes. Pessoas expostas ao vento e à chuva, animais que inspiram liberdade e ternura, histórias bíblicas recontadas através da arte são elementos desse universo temático.
Sandra Jóia comentou o apego aos detalhes que a escultora alemã radicada no Brasil traz nos traços de suas obras. “Ela esculpe com grande precisão, mostrando ondulações perfeitas e destacando de maneira muito bela a expressão facial, os olhos e o rosto, especialmente nas figuras humanas”, comentou a diretora do museu.
A artista
Tita Stremlow nasceu em Munique, na Alemanha, em 1920. Lá, passou parte da juventude e frequentou a escola de artes local, onde recebeu influências da arte expressionista. Em 1952, casou-se e veio morar no Brasil, onde se radicou no Norte do Paraná, primeiro em Apucarana e, mais tarde, em Rolândia, cidade em que ela mantém um ateliê e trabalha diariamente. A artista se dedica à escultura em madeira há 70 anos e sua obra influenciou artistas paranaenses de várias gerações.
Parte da produção de Stremlow é dedicada à arte sacra, com esculturas que reproduzem figuras de santos, a Sagrada Família, o nascimento de Jesus e diversas cenas bíblicas. Às figuras humanas e de animais, a artista se dedica com o realismo do que vê nas ruas e reproduz em madeira o que chama sua atenção e toca sua sensibilidade em vivências do cotidiano.
Para conseguir esse resultado, Tita Stremlow utiliza facas e goivas, ferramentas que considera “a raiz da sua felicidade.” A frase, que se transformou no tema da exposição, remete ao trabalho de esculpir em madeira e é também um tributo ao Dia Internacional da Mulher, considerada a raiz da criação do evento. Além de trazer tal conceito, a mostra é uma homenagem aos 90 anos da artista, completados em primeiro de março deste ano.
Prêmios e livro
Tita Stremlow já participou de diversas exposições e salões de arte. Em 1965, ganhou o primeiro prêmio em escultura no Primeiro Salão de Arte Religiosa Brasileira, em Londrina. Sete anos mais tarde, ganhou medalha de bronze no 37º Salão Paulista de Belas Artes, em São Paulo. Em 1991, foi vencedora do Prêmio Zaco Paraná, durante a Primeira Mostra de Escultura João Turin, em Curitiba.
Também na capital paranaense, a artista realizou, em 1996, uma exposição individual na Casa João Turin. Em 2007, Stremlow fez a exposição “Divina Humanidade”, no Museu de Arte Londrina. Três anos depois, sua obra retorna ao mesmo local, dessa vez com uma retrospectiva que traz a síntese de seu trabalho e legado.
Em complemento à mostra, será lançado em 26 de março o livro homônimo à exposição. “Tita Stremlow – A raiz da felicidade” com texto de Célia Musilli e produção visual da gráfica Visualitá. A publicação, bilíngue – em português e alemão -, aborda a vida e a obra da escultora e traz imagens de parte de seu acervo artístico.
A exposição permanece até o dia 31 de março de 2010, com abertura ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h e, aos sábados, das 8h às 13h. A realização da Secretaria Municipal de Cultura e do Museu de Arte de Londrina tem apoio da Secretaria Municipal da Mulher.
(Londrina, 4 de março de 2010)
 

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