Pesquisa sobre Trem Pé-Vermelho começa amanhã
Prefeito Barbosa Neto conclama população a participar de enquete, que vai definir diretrizes para a linha que ligará Londrina a Maringá
O prefeito Barbosa Neto convocou hoje (21), durante coletiva semanal realizada no Teatro Zaqueu de Melo, a população londrinense para participar da pesquisa de verificação das necessidades de 13 municípios das regiões de Londrina e Maringá, com o objetivo de otimizar a implantação do Trem Pé-Vermelho.
A enquete foi encomendada pelo Ministério dos Transportes, que investiu R$ 400 mil para a fase de pesquisas e projeto. A coordenação é da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que tem como parceiros a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em Londrina, a pesquisa será feita por estudantes do Departamento de Geociências da UEL, coordenados pela professora Yoshi Ferreira. Já em Maringá, a enquete será supervisionada pelo professor Generoso de Angelis Neto, coordenador do mestrado em Engenharia Urbana da instituição maringaense.
A pesquisa começa amanhã (22) e segue no sábado (23), domingo (24) e terça-feira (26), com objetivo de entrevistar mais de 20 mil pessoas da região norte do Paraná, usuários de linhas metropolitanas, linhas intermunicipais e motoristas de carros particulares. As abordagens acontecem em terminais rodoviários, urbanos, e nos postos da Polícia Rodoviária Estadual em Rolândia e Polícia Rodoviária Federal em Marialva e Apucarana.
O objetivo é levantar as necessidades das pessoas que viajam entre as cidades que serão atendidas pelo Trem Pé-Vermelho: Paiçandu, Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã. A linha ferroviária vai atender, portanto, cerca de 2 milhões de pessoas.
“A presença de uma linha ferroviária entre Londrina e Maringá, além de interligar as atividades econômicas entre os dois municípios, garante um impacto ambiental menor. Além disso, é uma oportunidade para que muitas pessoas conheçam outros lugares em um veículo de transporte de baixo custo”, apontou Barbosa Neto.
Segundo um dos membros da equipe de implantação do Trem Pé-Vermelho, Samuel Gomes, o estudo de viabilidade deve ser apropriado para a população. “Percorremos todos os municípios da região apresentando o projeto para a sociedade. A resposta obtida até agora é positiva, o que só adianta o sonho para que o trem torne-se uma realidade”, afirmou.
Etapas
De acordo com o coordenador técnico do projeto, Rodolfo Nicolazzi Philippi, a enquete é importante porque define outras etapas do planejamento. “Inicialmente, vamos detectar todas as demandas necessárias para que o Trem Pé-Vermelho opere em ótimas condições. Para isso, questões sociais, ambientais, técnicas e econômicas serão abordadas”, disse. O coordenador apontou que tanto o plano de outorga quanto a elaboração da licitação serão definidas após a pesquisa.
O projeto do Trem Pé-Vermelho, que vai de Ibiporã a Paiçandu, ligando dois importantes centros do Paraná, Londrina e Maringá, é parte do Programa de Resgate do Transporte Ferroviário de Passageiros, do Governo Federal, capitaneado pelo Ministério dos Transportes.
A linha da região norte do Paraná é uma das 14 escolhidas em 2009, para formar os chamados “Trens Regionais”. Além do Trem Regional Londrina-Maringá, está sendo projetado o trecho Bento Gonçalves-Caxias, na Serra Gaúcha. As duas obras têm coordenação técnica do Laboratório de Transporte e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (Labtrans) e coordenação executiva da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb), vinculada ao Ministério das Cidades.
O transporte ferroviário apresenta algumas vantagens em relação ao meio rodoviário, como, como o custo, agilidade e segurança. O projeto conta ainda com composições modulares, com formações de duas a 10 cápsulas. A previsão é que o Trem Pé-Vermelho se torne realidade em um período de cinco anos.
Estiveram ainda presentes no evento o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Londrina (Ippul), Carlos Alberto Hirata, o engenheiro civil da LabTrans, Tiago Just Milanez e o líder do prefeito na Câmara Municipal, o vereador Tito Vale (PMDB), além de vários secretários municipais.
Foto: Camilla Balsani