Londrina terá uma Central de Logística Reversa para material sólido; ação inédita no país permite destino apropriado para materiais coletados em mutirões
O prefeito Barbosa Neto lançou hoje (11) o projeto “É Londrina no combate a Dengue”, que prevê ações integradas de prevenção a doença no município. O trabalho inclui o lançamento da Central de Logística Reversa para materiais inservíveis, mutirões de limpeza, contratação de mais agentes de endemias, campanhas de publicidade e o trabalho educativo sobre a dengue, através da Biblioteca Móvel Ambiental.
De acordo com o prefeito, antecipar as atividades de combate dengue vem ressaltar o trabalho de planejamento da atual administração. “Vamos iniciar com três meses de antecedência as atividades de combate a dengue em Londrina. Além das secretarias e demais entidades, o objetivo é fazer com que a população participe da prevenção da doença em Londrina, evitando qualquer possibilidade de epidemia. Estamos pensando no futuro e promovendo saúde”, disse.
A Central Logística Reversa é a primeira instalada no país e vai funcionar nos antigos barracões do Instituto Brasileiro do Café (IBC), doados à Prefeitura. Com 60 mil m² total de área, o novo local será responsável em armazenar resíduos inservíveis, ou seja, materiais como: móveis, pneus, eletrodomésticos, pilhas, lâmpadas, isopor, eletrônicos, entre outros.
“Primeiramente os materiais inservíveis serão coletados nos mutirões da administração municipal. Eles ficaram temporariamente na Central, até serem catalogados e encaminhados aos próprios fabricantes, a fim de realizarem a destinação correta dos respectivos materiais”, explicou o prefeito.
“Trabalhar com logística reversa demonstra a preocupação da cidade não só com a prevenção da dengue, já que materiais acumulados como pneus, acabam servindo de criadouros do mosquito. Mas, a instalação da Central demonstra também a preocupação com o meio ambiente”, completou o presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, André Nadai.
Outras ações em prol do combate a dengue envolvem diferentes órgãos municipais, que vão atuar de forma integrada com o apoio da comunidade. O trabalho foi divido em três frentes: limpeza urbana, fiscalização e conscientização.
Limpeza
A partir da próxima semana, a Secretaria Municipal de Saúde vai atuar com 220 agentes de endemias, número equivalente ao preconizado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Márcio Nishida, a previsão é chegar aos 260 agentes até dezembro deste ano.
Nishida ainda destacou a importância das visitas domiciliares, em diferentes regiões da cidade. “Os agentes vão vistoriar as residências, além de explicar a população sobre a separação do lixo. Não adianta promover inúmeros mutirões se não mudar uma cultura ambiental da população. A dengue se combate dentro de casa”, afirmou.
As Secretarias do Meio Ambiente (Sema); Obras e Pavimentação; e Agricultura e Abastecimento, também participam dos mutirões de limpeza em fundos de vale, além do recolhimento de materiais, que serão levados a Central de Logística Reversa. Ao todo serão dez mutirões. Dois já foram realizados.
“O trabalho dos mutirões está atrelado com a conscientização dos moradores. Os agentes de endemias passaram e vão passar nas casas entregando sacos verdes para os materiais recicláveis e sacos pretos para o rejeito”, alertou o presidente da CMTU, André Nadai.
Cronograma dos mutirões:
16 e 17 de novembro – REGIÃO LESTE – Área de abrangência da UBS do Marabá
18 de novembro – REGIÃO RURAL – Lerroville
22 e 23 de novembro – REGIÃO NORTE – Área de Abrangência da UBS Parati
29 e 30 de novembro – REGIÃO OESTE – Jardim Santiago
06 e 07 de dezembro – REGIÃO CENTRAL – CSU
13 e 14 de dezembro – REGIÃO SUL – União da Vitória
20 e 21 de dezembro – REGIÃO LESTE – Armindo Guazzi
27 e 28 de dezembro – REGIÃO NORTE – Vivi Xavier
Fiscalização e Conscientização
A Secretaria Municipal de Obras, além de participar dos mutirões, vai efetivar a fiscalização das obras civis da construção civil. A CMTU em conjunto com a Guarda Municipal estará fiscalizando os descartes irregulares com motos e veículos de apoio.
“Formamos um grupo com quatro guardas municipais e mais quatros funcionários da CMTU, que vão, exclusivamente, trabalhar no combate a dengue. Inclusive, eles estão autorizados legalmente a realizarem prisões a pessoas que estiverem poluindo ou cometendo qualquer tipo de crime ambiental”, garantiu o secretário municipal de Defesa Social, Joaquim Antonio de Melo,
Já a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) vai levar o projeto Biblioteca Móvel Ambiental as regiões em que ocorrerem os mutirões. O projeto ‘Biblioteca Móvel’ consiste num ônibus equipado livros e filmes sobre o meio ambiente. Durante a campanha de prevenção da dengue, a equipe do projeto estará trabalhando como prevenir a doença e evitar o mosquito Aedes aegypti.
Uma campanha publicitária educativa também será realizada pela Prefeitura de Londrina, com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância do combate à dengue. A campanha, orçada no valor de R$ 400 mil, deve ter início em dezembro. O edital para a contratação da empresa está em andamento.
Novo Lira
Durante a solenidade, o prefeito Barbosa Neto também divulgou o resultado do novo Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRA). “Ano passado, o Lira apontou índice de 1,1%, na mesma época do ano. Hoje Londrina apresenta um índice de infestação de 0,7%”, informou.
“Um número abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de 1%. Quero parabenizar a todos que, diretamente ou indiretamente, são os responsáveis por esse novo índice. Vale ressaltar o esforço de todos, que inclusive trabalharam em horários alternativos”, completou.
Para chegar os resultados, os agentes de endemias visitaram 8.570 domicílios. Deste total, em 1.151 houve a chamada “supervisão”, que é mais de uma visita a uma mesma residência.
Das regiões da cidade, a sul com 1,02% foi a que teve o maior índice. Pela ordem: leste com 0,82%; seguida da região central, com 0,57%; norte com 0,52% e a oeste com 0,49%.
“Para a média histórica da região, nós consideramos um índice aceitável. Está dentro do limite recomendado pelo Ministério da Saúde, prevendo que não haverá outra epidemia, se mantermos esse índice”, afirmou o secretário de Saúde, Márcio Nishida.
Os criadouros de mosquito foram encontrados em 44,4% em materiais recicláveis como latas e garrafas plásticas, e 23,8% em vasos de plantas e bebedouros de animais. Em todas as regiões, com exceção da oeste, os materiais recicláveis foram os locais com o maior foco do mosquito.
Fotos: Luiz Jacobs
