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Ano Internacional do Afrodescendente tem saldo positivo

Atividades realizadas em 2011 geraram discussão e conscientização sobre questões relativas ao combate ao racismo

A Gestão de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (GPPIR) finaliza, nos próximos dias 1º e 3 de dezembro, seus eventos com um saldo bastante positivo. Realizados em novembro até início de dezembro, os eventos realizados, alusivos ao feriado do Dia da Consciência Negra, consolidam também as ações iniciadas em fevereiro, referentes do Ano Internacional do Afrodescendente.

De acordo com a gestora pública, Maria de Fátima Beraldo, as atividades deste ano foram marcadas por grandes conquistas e geraram uma reflexão de toda a população quanto à questão da pessoa negra dentro da sociedade londrinense. “Este ano, tivemos a presença de grandes intelectuais do movimento negro do Brasil em Londrina, como a ministra Luiza Bairros, que veio lançar as campanhas do Ano Internacional do Afrodescendentes e a Igualdade Racial é pra Valer”, comentou.

Maria de Fátima destacou, ainda, o Encontro Estadual de Gestores de Políticas de Igualdade Racial, a vinda do Vovô do Ilê Aiye e de uma comitiva que veio a Londrina pesquisar sobre os negros da região sul, que são tema do carnaval 2012 de Salvador. A presença do assessor da ministra, Edson Cardoso, nas discussões sobre cotas raciais na Universidade Estadual de Londrina, e, mais recentemente, as presenças do escritor Nei Lopes e do professor Severino Lepê Correia nas comemorações do dia da Consciência Negra, todas atividades de destaque deste ano.

“Foram muitas vitórias do movimento negro, neste ano, com participação direta da prefeitura, através do prefeito Barbosa Neto, que teve a coragem e o empenho em ajudar, no que fosse necessário, por exemplo, na continuidade do sistema de cotas na UEL, que teve uma vitória histórica, dando fim à proporcionalidade e fixando a porcentagem de 20% de cotas para negros de escolas públicas nos cursos oferecidos pela universidade”, enfatizou a gestora.

Mesmo os momentos tensos foram importantes para a abordagem de temas relacionados à pessoa negra. “O caso dos livros despertou uma discussão sobre o racismo em toda a sociedade e gerou uma visibilidade de que a solução para os casos de discriminação e racismo é a educação”, declarou Maria de Fátima.

A gestora lembrou ainda do sucesso das atividades voltadas para o feriado. Também, foi um ato de coragem, o prefeito inovar, tornando Londrina a primeira cidade do Paraná a instituir o 20 de novembro como feriado municipal. “Todas as atividades tiveram um grande público, começando pelo jantar dançante, o Sexta na Concha, a semana de debates na UEL, todos tiveram grande participação da população negra e não negra”, complementou.

A demanda gerada pelos movimentos e pelas discussões foi tão positiva, que a GPPIR, o Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o prefeito Barbosa Neto já estão pensando mais além. “Estamos estudando a realização de uma Semana Municipal da Consciência Negra e a criação de um organismo para a gerência destas ações de combate ao racismo e discriminação racial”, contou Maria de Fátima.

Atividades em dezembro

Finalizando os eventos voltados para as comemorações do feriado do Dia da Consciência Negra, neste dia 1º de dezembro, no Teatro Zaqueu de Melo (avenida Rio de Janeiro, 413) a partir das 19h, haverá a entrega do Prêmio “Saberes da Diversidade”, em conjunto com o Núcleo de Estudos Afro Asiáticos da UEL (NEAA), e uma conferência magna com a doutora Elisa Larkin Nascimento “Educação e saberes plurais: o papel da escola e do professor”.
 
O prêmio “Saberes da Diversidade” valoriza trabalhos e projetos empenhados em estabelecer uma educação antirracista em Londrina e região. O Prêmio visa ser um canal de divulgação de iniciativas em andamento ou concluídas, realizadas em escolas ou outros espaços de formação, que apresentem resultados positivos para mudanças nas concepções didático-pedagógicas.
 
Em consonância com o tema do prêmio, a doutora em psicologia pela USP,cofundadora e atual diretora presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO), Elisa Larkin Nascimento, vai falar sobre o papel da educação no combate ao racismo e discriminação racial dentro da sociedade.

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