Após conclusão da etapa básica no ano passado, cerca de 30 servidores municipais prosseguem com aulas intermediárias até o mês de outubro deste ano
A Prefeitura de Londrina, através da diretoria de Gestão de Desenvolvimento de Pessoas (DGP), da Secretaria Municipal de Gestão Pública, promove pela primeira vez um curso intermediário de libras. O objetivo é atender ao artigo 18 do capítulo VII da Lei Nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000, que garante direito à acessibilidade a todos.
A inscrição do curso foi aberta para todos os setores do executivo. No entanto, a prioridade são os servidores que trabalham na área de atendimento. Segundo a coordenadora de Treinamento e Educação de Pessoas, Sueli dos Santos, nesta etapa específica, participam somente os funcionários que realizaram o curso básico em 2011. “É a sequência de um aprendizado. Estamos capacitando ainda mais os servidores municipais. Se houver mais interessados, haverá a possibilidade de abrirmos mais turmas no nível básico ou avançado”, disse.
As aulas são ministradas pelas professoras da rede municipal que trabalham no Instituto Londrinense de Educação para Surdos (ILES), Cleusa Camargo de Oliveira Souza e Jane Bastos Alves. “As duas fazem um trabalho maravilhoso juntas. A Cleusa é surda e a Jane faz a interpretação para facilitar o entendimento dos alunos” contou Sueli.
O curso tem carga horária de 60 horas, realizado toda segunda-feira, das 13h30 às 16h30. Ao todo, 30 funcionários participam desta etapa que deverá ser concluída no mês de outubro. Para a intérprete Jane Bastos Alves, é louvável a iniciativa da administração municipal. “É necessário pessoas preparadas para receber todos os tipos de contribuintes, principalmente, aqueles que apresentam deficiências sensoriais. Só tenho que elogiar e parabenizar a Prefeitura pela iniciativa”, disse
Deficiente auditiva e professora há mais de 23 anos, Cleusa Camargo de Oliveira, conta casos de pessoas que acabam desistindo de realizar certas tarefas, por conta da ausência deste atendimento em determinadas empresas. “É um serviço precário em Londrina, inclusive, em grandes empresas, aeroportos, delegacias e outros. São inúmeros casos de pessoas que se deslocam até determinado local, mas, acabam voltando, por não conseguirem se comunicar.”
A responsável pela Biblioteca Móvel Ambiental, Adriana Barra Rosa, destacou a importância da comunicação em libras. “No meu caso, já presenciei um caso no próprio projeto da Biblioteca Móvel, onde recebemos um aluno, no qual não conseguíamos nos comunicar. Se eu tivesse feito o curso anteriormente, não teria problemas. Já consigo, pelo menos, entender outra pessoa. Até fim do curso, certamente estarei formando frases”, ressaltou.
Fotos: Luiz Jacobs
