Associação de Ciclismo de Londrina atua na formação de atletas há 30 anos
Com patrocínio da Prefeitura desde 2005, os projetos para a juventude e adultos já renderam medalha de bronze em competição nacional; a participação é gratuita

A Associação Londrinense de Ciclismo (ALC), que existe desde 1992, está completando 30 anos em 2022 e já ajudou a formar atletas que chegaram a competir em campeonatos nacionais e até internacionais. É o que contou o técnico e dirigente da organização, Sandro Marcelo da Rocha. “Já passaram pela ALC atletas que se desenvolveram e depois foram para Campeonatos Brasileiros e até ao Pan-Americano”, afirmou. Nestas três décadas de história, a ALC prioriza uma formação completa e pessoal, dos mais de mil alunos que já treinaram na instituição. A participação é gratuita, e novos alunos podem se cadastrar a qualquer momento.

Rocha destacou, além da contribuição do esporte para a saúde pública, o impacto na formação do caráter dos jovens, por meio da disciplina e educação, além de passarem a ter um diferencial. “O esporte é uma ferramenta muito poderosa para a juventude. O objetivo inicial do Clube era também ajudar na prevenção contra as drogas”, revelou o técnico. Anteriormente chamada de Clube Londrinense de Ciclismo, a Associação, criada em 1992, foi oficializada em 1994.
“Para nós, é muito gratificante estar à frente desses projetos, pois temos paixão pelo ciclismo, mas não é sem dificuldades. Muitas vezes precisamos fazer arrecadações informais para cobrir os custos. Mas torcemos muito quando vamos às competições, e levamos o nome da cidade com muito orgulho”, comentou a colaboradora voluntária da Associação, Catarina Tessitore.
A ALC começou a receber patrocínio da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), por meio do Fundo Especial de Incentivo a Projetos Esportivos (Feipe) a partir de 2005. O incentivo destinado à iniciativa é de R$ 100 mil para o projeto voltado à juventude e R$ 60 mil para o de adultos.
O atleta juvenil Gustavo Rodrigues, que treina na Associação há quatro anos, contou que já competiu em campeonatos paranaenses, brasileiros, escolares, jogos da juventude e muitos outros. “A ALC contribuiu de várias formas na minha vida, fiz muitas amizades e comemoramos muitas conquistas juntos, é como uma segunda família”, disse.
Ele ressaltou as dificuldades financeiras que muitos ciclistas enfrentam. “O ciclismo é um esporte muito caro e, por conta disso, poucas pessoas praticam. No Brasil, não é tão valorizado, o que faz com que acabe tendo pouca visibilidade. Eu acabo tendo que trabalhar, por conta das despesas, embora o clube arque com uma parte”, revelou o jovem.

Uma conquista recente de Gustavo junto à ALC foi a medalha de bronze na prova de Contrarrelógio no Campeonato Brasileiro de Estrada, em junho deste ano. “Levamos 14 atletas para Palmas, Tocantins. Foram quatro dias de competição, e conquistamos o terceiro lugar”, contou o técnico Sandro Rocha.
Rocha apontou que são realizadas competições de diferentes modalidades de ciclismo quase toda semana, mas não é sempre que a equipe da Associação consegue comparecer, por conta dos custos de manutenção das bicicletas profissionais e deslocamento. “Participamos de uma média de duas competições por mês”, disse.
A próxima prova de que irão participar será o 7º Desafio Morretes de Ciclismo, no dia 28 de agosto, que terá as modalidades Estrada e Mountain Bike. “Nesta prova, é possível que os atletas consigam bolsa da Confederação Brasileira de Ciclismo, se fizerem pontos suficientes no ranking”, explicou a colaboradora Catarina Tessitore.
Projeto para a juventude – Uma das principais atividades da Associação é o treinamento voltado à juventude, que conta com patrocínio do Feipe. “No momento, treinamos cerca de 30 atletas”, disse Rocha. Podem participar do projeto para jovens pessoas entre 12 a 18 anos, e não há limite máximo de idade para o treinamento de adultos. Ambas as categorias são gratuitas.
“Basta entrar em contato conosco por meio do perfil do Instagram, ou ir até o centro de treinamento preencher uma ficha de cadastro”, explicou. A sede da ALC fica na Avenida Comandante João Ribeiro de Barros, 91, no bairro Novo Aeroporto, e as equipes usam também um polo de treinamento no Condomínio Parque Tauá, Avenida dos Pioneiros, km 6, nº 600, no Jardim Morumbi, zona Leste de Londrina.

Os técnicos contam também com o trabalho de um fisiologista, que orienta os adolescentes sobre a nutrição apropriada para a atividade e sobre possíveis suplementos para aqueles que não têm acesso a uma alimentação balanceada. O profissional também é responsável por prescrever os treinos para cada atleta.
As disciplinas que os participantes podem aprender são Mountain Bike e Estrada, além do projeto Bicicross, que, apesar de não contar com apoio do Feipe é, segundo Rocha, o principal formador de aptidões para outras disciplinas, pois treina crianças a partir dos 4 anos. “Dependendo da idade, não deixamos usar todas as marchas ainda. Ensinamos os alunos a ir avançando nas marchas conforme o nível, para que tenham um melhor desempenho”, explicou.
No caso de alunos do projeto para a juventude, se houver necessidade, a Associação pode oferecer uma bicicleta, junto ao capacete, roupas e equipamentos de segurança, para atletas mais carentes que estejam começando o treinamento. “Eles podem levar para fora do polo de treinamento e ir pedalar em outros lugares e, quando tiverem condições de adquirir a própria bicicleta, devolvem para que possamos passar para outros alunos”, contou.
“Antes de participar, no caso dos menores de idade, sempre chamamos os pais e/ou responsáveis para vir na sede e explicamos como funcionam os treinamentos, e também para termos certeza de que as intenções do jovem são sérias”, disse Rocha.

Os iniciantes passam os seis primeiros meses treinando sempre junto à equipe, nas terças e quintas-feiras, na parte da noite, no polo do Condomínio Tauá. “Escolhemos a noite por ser um período que permite maior participação dos pais, prezamos por esse envolvimento, até para que eles vejam que é um esporte seguro”, apontou.
Após o período inicial, dependendo da idade, os alunos ficam livres para treinar também em outros dias e locais. Cada atleta percorre em média 300 a 700 km por semana, conforme a modalidade e nível de aptidão. A ALC usa também um aplicativo para monitorar os jovens de nível mais avançado quando saem para as estradas, para sempre saber onde estão.
“Muitos pais têm uma certa resistência, pois saímos também para a rua e estradas, depois dos primeiros meses. Mas sempre reforçamos que, principalmente com os jovens, os técnicos vão junto, dependendo do nível e idade, e acreditamos que é mais benéfico e seguro para o adolescente estar conosco treinando um esporte do que possivelmente no computador ou nas ruas”, destacou o treinador.
Texto: Débora Mantovani, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina