Alunos de colégio estadual na zona norte recebem o Abraço pela Paz
Ação promovida pelo Londrina Pazeando e Compaz será realizada na quarta-feira (12), no Colégio Estadual Professora Ubedulha Correia de Oliveira
Cerca de 350 estudantes do Colégio Estadual Professora Ubedulha Correia de Oliveira participam, nesta quarta-feira (12), do Abraço pela Paz. A ação será promovida às 15h, pelo Movimento pela Paz e Não-Violência – Londrina Pazeando, em conjunto com membros do Conselho Municipal de Cultura de Paz (Compaz). Estarão no colégio alunos de onze turmas, do 6° ao 9° ano, juntamente com professores e funcionários. O endereço é Rua Júlio Farináceo, 110, Conjunto Habitacional Luiz de Sá.
A proposta do Abraço pela Paz surgiu do próprio colégio, dentro de uma série de ações e atividades realizadas ao longo de toda semana, na rede estadual de ensino, para incentivar a permanência dos alunos nas escolas. O convite foi feito ao Londrina Pazeando por uma das professoras, tendo em vista também os ataques ocorridos em ambientes escolares nos últimos dias, em diversas regiões do país.
Segundo a professora de Língua Portuguesa, Andréa Fleury Bertoncini, diante dos muitos episódios e ameaças de ataques às escolas, a administração escolar optou por investir em ações como o Abraço pela Paz, para trabalhar com os estudantes a cultura de paz. “Pensamos na questão da estrutura da sociedade, que é violenta. E a escola reflete esses episódios, tudo que acontece lá fora acaba vindo para dentro da escola. Precisamos educar, a partir dos alunos, para transformar o meio em que a gente vive”, comentou.
Além do Abraço pela Paz, os estudantes estão pesquisando sobre pacifistas como Zilda Arns, Malala Yousafzai e Mahatma Gandhi, e produzindo cartazes. “Teremos salas temáticas em que alguns desses personagens serão retratados, e promoveremos discussões e rodas de conversa, para que os alunos possam dialogar sobre a violência que têm visto”, acrescentou a professora.
Embora nenhum episódio grave tenha ocorrido na unidade, Bertoncini citou que surgiram vários boatos de ataques programados nas escolas da região, o que tem causado muita angústia em toda a comunidade escolar. “Os pais estão muito preocupados, muitos não trouxeram os filhos nos primeiros dias. A Polícia Militar também participa dessa ação conjunta, e esteve aqui para acompanhar a saída dos alunos. Não pensamos em solucionar todo o problema, por que é uma discussão maior, mas estamos dando uma resposta imediata a essas situações. Tivemos um período de muito incentivo ao consumo das armas, à violência, e isso está se repercutindo agora”, afirmou a professora.
O gestor administrativo do Londrina Pazeando e membro da diretoria do Compaz, Luis Cláudio Galhardi, frisou que o trabalho também envolve uma articulação com os professores, para que multipliquem essas orientações. “Rotineiramente vamos às escolas promover o Abraço pela Paz, e como estamos na fase de inscrição para a 21ª edição do livro Londrina Pazeando, também faremos uma fala no pátio com o maior número de alunos possível, convidando para que participem do livro”, comentou.
Nesta edição, a temática do livro é “Como o Pensamento dos Pacifistas como Gandhi, Malala e outros, contribuem com a AGENDA 2030 e o ODS”. “Falarei sobre isso – sobre as biografias, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Milênio –, convidando as pessoas para que contribuam com redações ou desenhos, sejam alunos, professores ou pais de alunos. Iremos em um turno fazer o convite, para que isso se espalhe, e permitindo que os professores tenham o gancho pedagógico para trabalhar a cultura de paz entre os alunos”, disse Galhardi.
O Abraço pela Paz inicia com três dinâmicas feitas com os participantes, e finaliza com o abraço, proposto de maneira lúdica e espontânea. “Para todo ser humano, abraçar as pessoas é um princípio básico. Hoje em dia, com a internet, o isolamento em bolhas ou redes sociais e a pandemia, as pessoas têm mais reservas de chegar perto e abraçar. Mas nós acreditamos que o contato e o abraço fraterno são muito importantes. Entre adolescentes há aqueles que não querem, mas acabam participando de outras atividades. E sempre há adesão de quase todos; já participei de várias rodas, a maioria quer abraçar porque um abraço faz muito sucesso. E isso é cultura de paz também, é um passo importante, assim como a linguagem. O que dizemos e verbalizamos, dar as mãos, estar juntos, tudo isso contribui para a construção de uma cultura de paz”, concluiu o conselheiro do Compaz.