Alunos da UEL são orientados sobre a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher
Encontro na Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres indicou aos alunos de cursos de saúde como identificar e encaminhar a mulher vítima de violência
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A Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) recebeu, na tarde desta quarta-feira (19), estudantes da área de saúde da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Conduzidos pelas docentes Fernanda de Freitas Mendonça e Nathalia Assis Augusto, do departamento de Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde (CCS), cerca de 15 alunos do primeiro ano dos cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Nutrição, foram até a SMPM conhecer mais sobre a atuação da pasta no enfrentamento da violência contra a mulher.
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Os graduandos também receberam orientações sobre como é possível identificar sinais e características em mulheres que são vítimas de violência doméstica e familiar. O intuito dessa conversa é aprimorar o encaminhamento que porventura esses estudantes farão, durante sua trajetória acadêmica e profissional na área da saúde, de forma que a mulher vítima de violência receba o devido atendimento.
Para a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Liange Doy Fernandes, a sensibilização dos futuros profissionais da área da saúde é fundamental para o enfrentamento à violência contra a mulher. “Muitas vezes são eles os primeiros a identificarem uma situação de violação, em todas as faixas etárias. Saber, portanto, encaminhar para um atendimento especializado no serviço de referência, como é o CAM, é de suma importância”, frisou.
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A enfermeira e docente da UEL, Fernanda de Freitas Mendonça, contou que a reunião na SMPM faz parte do módulo de Práticas Interativas Comunitárias, um dos poucos da universidade que reúne alunos de quatro cursos distintos. “Em um primeiro momento, os alunos desse grupo vieram até a região para conhecer os equipamentos sociais disponíveis nesse território. Foi assim que fizemos o primeiro contato com a SMPM; e, agora, a gente quer discutir estratégias de intervenção no território voltadas para essa temática, para serem desenvolvidas no mês de maio”, explicou.
A apresentação aos estudantes foi feita pela gerente do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CAM), Lucimar Rodrigues da Silva Alves. Ela explicou que a SMPM já possui essa prática junto à outras universidades e instituições, como a Unicesumar Campus Londrina e o Instituto Federal do Paraná (IFPR). “Trabalhamos com alunos da área da saúde já que eles serão responsáveis por atender mulheres, e poderão identificar uma mulher que esteja em situação de violência, para que possam fazer o encaminhamento correto, dessa mulher, aos serviços especializados no município”, afirmou.
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Alves citou que em muitas situações, a mulher que sofre com a violência doméstica ou familiar não declara verbalmente o que está passando, e é preciso saber entender a comunicar não verbal. “Nem sempre a mulher vítima de violência fala verbalmente, mas ela se expressa pelo corpo. Muitas mulheres pedem ajuda pela linguagem corporal, e é possível você identificar esse pedido de ajuda, isso tem acontecido. Nesses casos os alunos não têm a certeza, mas caso suspeitem poderão nos repassar informações para que a gente faça uma busca, encontre e sensibilize a mulher, e ofereça o acompanhamento especializado que ela precisa”, detalhou.
Segundo a gerente do CAM, em média, o centro recebe 40 casos novos a cada mês, de mulheres que precisam de suporte. O CAM presta atendimento psicológico, de Serviço Social e orientação jurídica para mulheres em situação de violência física, sexual, psicológica, moral e patrimonial. “No CAM, atendemos mulheres que são encaminhadas pela rede de serviços, vêm pela busca espontânea, mais as que vêm encaminhadas pelo SINAM, sistema que o Município utiliza na área da saúde, assistência social e segurança pública. Temos em média 40 casos novos, de primeira procura, por mês. Mas sabemos que é um número não real, subnotificado, pois o medo ainda prevalece na hora de pedir ajuda. Por isso é importante falar que o CAM não é uma delegacia, ele é um local para que a mulher compreenda o que está passando, aprenda o que é violência e quais os diferentes tipos, para que possa dar um basta caso ocorra novamente. Ela tem que ter o devido acompanhamento para se fortalecer”, concluiu.