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Prefeitura licita projeto de alta tecnologia para reforma do CMEI Malvina Pedrialli

Pela primeira vez, Município terá projeto elaborado na tecnologia Building Information Modeling (BIM), que consiste em um modelo 3D e interativo dotado de informações detalhadas sobre a obra

A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação (SMOP), está conduzindo uma licitação voltada a contratar uma empresa para a elaboração do primeiro projeto do Município realizado com a tecnologia Building Information Modeling (BIM). Com investimento máximo de R$ 220.360,00 por parte da administração municipal, o projeto se refere à reforma e ampliação do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Malvina Poppi Pedrialli (Rua Santa Clara, 125, Vila Fraternidade). A abertura de envelopes dos proponentes está prevista para quinta-feira (6), e a companhia vencedora do processo licitatório terá 180 dias após a assinatura do contrato para entregar o objeto. O projeto deverá ser baseado em um anteprojeto já elaborado pela Prefeitura, que contém as especificações e a planta da obra.

Altamente inovadora, a tecnologia BIM consiste em um modelo digital tridimensional e interativo da obra a ser construída, dotado de várias camadas que reúnem as diversas disciplinas do projeto, como as áreas de arquitetura, estrutura de concreto, infraestrutura elétrica e hidráulica, entre outras. O modelo conta com um elevado grau de detalhamento, sendo que quem o opera tem à sua disposição informações minuciosas sobre cada elemento da construção. Isso pode incluir, por exemplo, a geometria e dimensões individualizadas de vigas, paredes, pisos, portas e janelas, bem como os materiais a serem utilizados na edificação.

Dessa forma, através de softwares específicos, é possível criar parâmetros para que seja feita a compatibilização entre as diversas disciplinas de engenharia envolvidas, alertando sobre possíveis pontos a serem corrigidos na condução do projeto. Como resultado, é possível melhorar a elaboração de projetos de obras públicas, bem como o seu orçamento, execução, cronograma e acompanhamento.

A implementação do BIM pela administração pública é determinada por diversas legislações recentes, incluindo a Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n° 14.133/2021) e os decretos estaduais no 3.080/2019 e no 10.086/2022, entre outras normas. Para coordenar a adoção da tecnologia, a Prefeitura de Londrina criou, por meio do decreto municipal no 1.450/2022, o Núcleo BIM, que reúne dez engenheiros civis de diferentes setores da Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação. A iniciativa tem como objetivo fomentar o uso e a disseminação da metodologia BIM na administração municipal.

Foto: Emerson Dias/NCom

O coordenador do grupo é o diretor de Edificações Públicas da SMOP, Fernando Tunouti, que destacou a importância do avanço tecnológico propiciado pelo BIM. “Esse é um marco muito significativo para o Município, pois é um avanço comparável àquela época em que saímos da prancha de projetos para o CAD (Computer-Aided Design). Agora, nós estamos partindo do CAD para uma nova fase, que abrange modelos não apenas tridimensionais, mas que possuem um nível de informações importantíssimo para a melhoria dos projetos e das execuções de edificações por parte da administração municipal”, salientou.

Tunouti explicou que a Prefeitura mantém uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para a implantação da nova tecnologia.

“O Senai do Paraná conta com o Instituto de Tecnologia em Construção Civil, que tem engenheiros e arquitetos qualificados no uso do BIM. Graças a essa parceria, o Núcleo BIM da Prefeitura tem passado por diversas capacitações com esses profissionais, tanto presencialmente quanto de forma on-line, e eles nos ajudam na elaboração de manuais e padrões. A adoção dessa tecnologia é uma mudança completa de paradigma, e por isso será feita de forma gradual. O uso do BIM exige que os profissionais de cada área elaborem seus projetos diretamente na ferramenta, seguindo uma nomenclatura comum e trabalhando em conjunto, de forma colaborativa e simultânea. Essa padronização é um grande desafio e toda a equipe tem que se adaptar a ela”, frisou o coordenador do Núcleo BIM.

Foto: Emerson Dias/NCom

Segundo o engenheiro civil Matheus Chaves, que também faz parte do grupo, esse é um projeto-piloto, e o objetivo é aprimorar cada vez mais o uso da tecnologia para a execução de obras. “Conforme for passando o tempo, a gente vai melhorando as nossas regras e padrões, com base na experiência que teremos com os diferentes projetos realizados. Ou seja, é um ciclo de retroalimentação em que o BIM contribui para aperfeiçoar os projetos e, após a conclusão das obras, nós teremos condições de entender como poderemos utilizar melhor essa tecnologia das próximas vezes”, concluiu.

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