Projeto Cesta Mágica leva aulas de basquete para crianças da rede municipal
Mais de 300 alunos, de seis escolas, estão participando de aulas extracurriculares conduzidas pela APVE Londrina; o projeto é financiado pela Secretaria Municipal de Educação
Oportunizar a iniciação no esporte e a prática de atividade física junto com os amigos, proporcionando momentos de aprendizado, diversão e convivência saudável. Por meio de aulas gratuitas de basquete, estes são alguns dos objetivos do projeto Cesta Mágica, que atende crianças da rede municipal de ensino em Londrina, entre meninos e meninas do 1º ao 5º ano. A iniciativa é desenvolvida pela Associação Pé-Vermelho de Esportes (APVE) Londrina Basketball, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), que custeia a execução das atividades com a aquisição de materiais e pagamento dos professores.
Iniciado em março de 2023, o projeto está atendendo 307 alunos, integrantes de 15 turmas em seis unidades escolares de diferentes regiões, incluindo a área rural. As aulas são extracurriculares e feitas em período de contraturno, nas escolas municipais John Kennedy, distrito de Guaravera, San Izidro e Aúrea Alvim Toffoli, na região leste; Maria Tereza Meleiro Amâncio e Corveta Camaquã, na área oeste; e Claudio de Almeida e Silva, na região sul.
Cada turma, composta por 20 alunos, em média, realiza aulas duas vezes por semana. A adesão é por livre procura, ou seja, participam apenas aquelas crianças interessadas em aprender basquete e que estejam matriculadas nas escolas. Quem deseja ingressar nas atividades, atendendo os critérios, pode procurar o professor responsável na escola para verificar a disponibilidade de vagas. Havendo a oportunidade, será necessário preencher uma ficha com autorização dos pais ou responsáveis.
Os trabalhos são conduzidos por quatro professores profissionais de Educação Física vinculados ao Conselho Regional (CREF) da categoria. Todos eles recebem para ministrar as aulas, dentre os quais Arody Neto, atual treinador do time masculino adulto da APVE Londrina Basketball, e o atleta Felipe Esteves, que joga como ala/pivô da mesma equipe. Os outros são Jorge Luiz Barbiratto e Osmar Teixeira.
Ao todo, o investimento no Cesta Mágica, por meio do convênio entre a APVE e a SME, é de R$ 137 mil. Na última semana, o projeto Cesta Mágica recebeu 200 bolas de basquete novas que foram adquiridas e já entregue às escolas para a continuidade das atividades, garantindo as melhores condições para o ensino introdutório da modalidade junto às crianças. As bolas utilizadas, no tamanho 5, são menores que as convencionais para idades maiores – tamanhos 6 no feminino, e 7 no masculino.
Para facilitar a prática aos participantes mirins, possibilitando uma experiência mais completa e compatível com as idades, a APVE também confeccionou tabelas móveis adaptáveis no início do ano letivo. Cada uma das seis unidades receberam as minitabelas, estruturadas em ferro e com a parte superior em madeira, podendo ser ajustada entre 2,60m e 2,85m de altura, favorecendo a prática aos alunos menores. As tabelas das quadras existentes nas escolas municipais possuem altura de 3,05m.
Existe a previsão, até o fim de agosto, da chegada de mais de 300 uniformes customizados com a identificação projeto Cesta Mágica, a serem distribuídos para todos os jovens estudantes. Cada escola também receberá dois kits de uniformes de jogo, compostos por 12 camisas e 12 shorts.
Além das aulas regulares de basquete, o projeto realizará eventos de festival que irão promover jogos amistosos entre os alunos das escolas, como oportunidade para que eles possam ter uma primeira vivência na modalidade, desempenhar e aprimorar os conhecimentos adquiridos, bem como estimular a sociabilização entre todos.
O Cesta Mágica integra o quadro de projetos esportivos e culturais da Secretaria Municipal de Educação, tendo sido uma das iniciativas selecionadas por meio de chamamento público, aberto em 2022, que contemplou trabalhos de outras nove modalidades. As associações apresentaram propostas no edital com documentação e currículos, sendo atendidos aqueles que tiveram melhor pontuação. A vigência do projeto extracurricular de basquete é de um ano, havendo a possibilidade de ampliação para anos posteriores, a depender do interesse e mediante avaliação da equipe gestora e financeira da SME.
Conforme contou o professor e coordenador do projeto Cesta Mágica, pela APVE, Osmar Teixeira, o retorno por parte das crianças tem sido o melhor possível, fruto de aulas produtivas que estimulam a prática do basquete e trazem benefícios ao desenvolvimento dos alunos. “Vem sendo excelente o resultado inicial, as crianças estão adorando e respondendo de maneira positiva. A tendência é melhorar, ainda mais, com os festivais que reunirão jogos entre os alunos, promovendo também encontro com os atletas das equipes adultas da APVE, tanto no masculino como no feminino, permitindo a interação e um momento especial descontraído para todos”, destacou.
Sobre o caráter educativo do projeto, Teixeira enfatizou que a ação não tem como prioridade revelar novos atletas para o basquete, mas, principalmente, trabalhar a noção de princípios e valores que o esporte pode proporcionar. “Antes de qualquer coisa, é necessário passar às crianças esses princípios básicos que incluem a importância da integração, socialização, educação, superação dos limites e ampliação de horizontes. Outros aspectos e benefícios são a promoção da saúde, ganho da motricidade, o lazer e tantos outros que vão ao encontro da formação cidadã, antes da formação de um atleta vencedor. Lá, no fim dessa imensa fila, estará uma possibilidade de surgirem talentos para a modalidade”, salientou o professor.
Segundo o professor e coordenador dos projetos esportivos e culturais da Secretaria Municipal de Educação, Alexandre Segantin, integrante do apoio técnico especializado da pasta, a escolha das escolas que recebem o projeto Cesta Mágica foi estabelecida a partir de vários critérios técnicos. “Dentre tantas unidades escolares, não foi fácil definir quais escolas seriam contempladas. A seleção levou em conta fatores como o interesse da comunidade da região pela modalidade e o interesse da equipe gestora da escola, a questão predial delas, se a quadra tem espaço suficiente e condições adequadas para a prática dessa modalidade e o bom desenvolvimento das aulas, entre outras”, informou.
O técnico da APVE Londrina Basketball e professor no Cesta Mágica, Arody Neto, há muito tempo a Associação Pé Vermelho esperava a oportunidade de trabalhar com o basquete em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, para ter acesso a um público tão especial como as crianças. “Na idade escolar, a criança tem muita facilidade de criar hábitos e de se identificar com algumas atividades que elas vão levar para a vida adulta. O projeto Cesta Mágica traz o minibasquete, onde a criança figura como ator principal. Não se trata de um jogo estereotipado em miniatura, possui regras específicas e adaptações necessárias para o desenvolvimento das crianças com a modalidade de basquetebol. Os alunos têm a oportunidade de conhecer uma modalidade esportiva que é sensacional”, valorizou.
Mais sobre o projeto – O basquete já é uma modalidade parte do currículo de Educação Física na rede municipal no ensino fundamental, como frisou Alexandre Segantin, da SME, ressaltando que todos os alunos terão contato e vivenciarão esse esporte. “Todas as escolas possuem quadra, tabela e bolas para abordar o basquete, mas este projeto extracurricular atrai aqueles alunos que se interessam mais e querem ter mais aulas por um maior período de tempo. Então, essa ação fortalece a cultura esportiva local. Se este projeto continuar, por exemplo, pelos próximos anos, as crianças terão aulas garantidas no contraturno, adquirindo uma bagagem diferente na modalidade, o que é uma visão a longo prazo”, analisou.
Nesse contexto, a visão da iniciativa é voltada para a democratização da modalidade, permitindo aos alunos o direito de experimentá-la. “Naturalmente, durante a sequência das ações, os talentos podem surgir, é claro, e isso vale para qualquer outro esporte. Mas o principal é mostrar a importância do jogo limpo, do respeito aos colegas e do trabalho em equipe. Para prosseguir no projeto, os alunos precisam seguir alguns critérios que são levados em conta, tal como a frequência nas aulas, o bom comportamento em sala de aula na própria escola e também durante os jogos”, afirmou.
Parte da cultura londrinense, o basquete sempre teve equipes representando a cidade em diversas competições, seja com times adultos de alto rendimento ou nas categorias de base, trabalho que continua com a APVE Londrina Basketball. “Existem muitos apaixonados por basquete em Londrina, já tivemos diferentes times destacando o nome da cidade no cenário nacional e revelando jogadores. A APVE hoje representa a cidade e tem equipes masculinas e femininas, no profissional e nas categorias menores. Com este projeto educacional nas escolas municipais o foco é usar o basquete como instrumento educacional, para além de fundamentos, da técnica e tática que são ensinados”, concluiu.