Secretaria Municipal de Cultura vai receber até o dia 30 indicações dos representantes de entidades que farão parte do Conselho
Próximo de completar 80 anos e, portanto, considerada nova, Londrina já possui a preocupação com sua memória. Com o objetivo de preservar o patrimônio histórico-cultural, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, está trabalhando na formação do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural.
O Conselho deve estar formado até o aniversário de Londrina, dia 10 de dezembro. A Secretaria já promoveu uma reunião com instituições de ensino particulares e outra com representantes de Organizações Não-Governamentais (ONG), órgãos e grupos de defesa do patrimônio cultural londrinense. Também foi feito um chamamento para um encontro no dia 27, às 16 horas, na Biblioteca Pública Municipal que vai reunir movimentos sociais populares organizados. Até o dia 30 de outubro os diferentes segmentos, previamente definidos na Lei Municipal de Preservação, devem encaminhar os nomes de seus representantes para compor o novo conselho.
Atualmente, a Secretaria possui um inventário com, aproximadamente, 300 itens do que há de valor cultural na cidade. Desse número, 175 são obras de arquitetura. Esse trabalho foi feito por profissionais do Município ou por pesquisadores de Londrina. A Diretora de Patrimônio Artístico e Histórico-Cultural, da Secretaria de Cultura, Vanda de Moraes, explicou que a lei vai além do inventário que é feito, pois prevê também duas etapas posteriores, os processos de Listagem e Tombamento.
Londrina possui hoje quatro itens tombados por lei estadual, são eles: antiga rodoviária, hoje Museu de Arte de Londrina; Praça Rocha Pombo; Ouro Verde e o palacete da família Garcia. “Precisamos que esses locais sejam tombados também pela lei municipal, mostrando a valorização local do que é histórico. Londrina possui um patrimônio de 80 anos que precisa ser respeitado. Valorizar a história não é valorizar somente a antiguidade, mas também a qualidade construtiva, documentos históricos, peças artísticas ou mesmo o cenário de fatos importantes”, destacou a diretora.
Vanda explicou que itens que estão no inventário da Secretaria poderão um dia ser tombados. “Nós poderemos indicar para tombamento o que está em nosso inventário ou que fizer parte do que for listado, mas a população também poderá requerer à Secretaria. Daremos um parecer técnico para as solicitações e vamos encaminhar para o Conselho que fará a análise e vai decidir pelo tombamento ou não. Será um órgão consultivo e deliberativo.”
A diretora destacou que Londrina é uma cidade que manifesta preocupação com a sua história. “O que era feito de uma forma quase que somente afetiva, passa a ser trabalhado de forma mais técnica a partir da construção de uma estrutura adequada para isso. Somos uma cidade de quase 80 anos que se preocupa com o seu patrimônio que é construído dia a dia. Agora começaremos uma nova fase de estruturação e valorização que parte sim do afetivo, não deixando de considerar os aspectos técnicos que envolvem a preservação do patrimônio cultural.”
Lei do patrimônio cultural
De acordo com a Lei 11.188 de 19 de abril de 2011, o patrimônio cultural da cidade é integrado pelos bens materiais e imateriais, tomados individualmente ou em conjunto, que constituem a identidade e a memória coletiva londrinense. Entre as prerrogativas a serem analisadas para constituir esse patrimônio, está ser pioneiro ou um dos pioneiros; ser testemunho de épocas de desenvolvimento da cidade; pela singularidade da técnica construtiva e material utilizado; pela excepcional qualidade espacial, paisagística e/ou ecológica; pelos fatos históricos que tenham ocorrido no local; ser formador da identidade local; pelos saberes tradicionais; pela qualidade artística e tratar-se de edificação situada na área de abrangência da aerofoto de 1949 e no levantamento aerofotogramétrico da cidade de Londrina, elaborado em janeiro de 1950 e atualizado em maio de 1951, disponíveis no arquivo do cadastro da Secretaria Municipal de Obras.
Fotos: Luiz Jacobs
