Educação e Assistência realizam trabalho conjunto no combate à violência sexual
De janeiro a abril deste ano 98 casos de violência sexual foram encaminhados ao CREAS III
A Semana de Combate ao Abuso Sexual teve início no dia 11 e prossegue até o dia 15 de maio, nas escolas municipais e nos centros municipais de educação infantil (CMEIs). Neste período, a Secretaria Municipal de Educação (SME) incentiva as escolas a realizarem ações sobre o tema com seus alunos, professores e pais. As atividades buscam sensibilizar os professores no reconhecimento dos casos de violência sexual.
A Semana faz parte do calendário escolar anual, que tem como base a Lei Federal nº9.970, de 17 de maio de 2000, que estabelece o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
“Para nós é de suma importância esta semana, tendo em vista que vivenciamos isso. Crianças sofrem violência de diversas formas e este é um trabalho de conscientização com todos e um alerta à comunidade sobre qualquer sinal, para identificar e atender essas crianças,” explicou a diretora pedagógica da Secretaria de Educação, Mariangela Bianchini.
Trabalho conjunto – A Secretaria de Educação trabalha em conjunto com a Secretaria Municipal de Assistência Social, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS III). Quando a escola suspeita de violência sexual é realizado o encaminhamento de uma ficha para o CREAS III e o Conselho Tutelar.
De acordo com a psicóloga e coordenadora do CREAS III, Cristina Fukumori, o Centro busca avaliar cada caso e dar assistência à criança e à família. “Nosso foco é o atendimento psicossocial da criança e da família, o resgate dos direitos e da cidadania. Também fazemos o encaminhamento delas para outros órgãos como o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) e a Secretaria Municipal de Saúde.”
O CREAS III desenvolve um trabalho durante o ano com professores, pedagogos e diretores das unidades escolares para explicar e sensibilizar sobre a violência com crianças. Eles fazem palestras e auxiliam as escolas nos encaminhamentos em casos de suspeita de violência sexual. De janeiro a abril deste ano 98 casos de violência sexual foram encaminhados ao CREAS III e 491 casos estão em acompanhamento.
“Algumas vezes há um desconhecimento da escola do que fazer com essas crianças. Nós iremos apresentar para eles o protocolo de atendimento, descrevendo o atendimento, todas as redes de serviços que estão envolvidos e discutir na prática exemplos de casos,” ressaltou a coordenadora do CREAS III.
Ações – Nesta sexta (15), aproximadamente 100 alunos, de 3 a 6 anos, da CMEI Anita Correia participarão de duas ações de combate ao abuso sexual. A instituição fica na rua Pedro Martins, 176. No período matutino, as professoras irão discutir o assunto com as crianças, logo após a turma do Ensino Infantil (EI) 4 irá apresentar a música “Beijo, Beijinho, Beijão” do grupo Carrossel para os demais alunos e depois haverá a distribuição da flor, símbolo da campanha contra o abuso sexual.
No período vespertino haverá uma contação de história, com o livro “O Segredo de Tartanina”. O livro retrata de forma lúdica e de fácil compreensão a história de uma pequena tartaruga que é vitima de violência.
“O objetivo é levar à criança, em linguagem acessível e lúdica, de forma que eles possam compreender a importância do respeito ao seu próprio corpo. Trabalhar desde cedo à prevenção deste tipo de violência,” contou a auxiliar de supervisão da CMEI Anita Correia, Wilza Carla de Oliveira .
Já a Escola Municipal Atanázio Leonel tem trabalhado com todos os alunos sobre violência sexual. Os estudantes estão fazendo a leitura do livro “Kiko e a Mão”, produzido pelo Conselho da Europa em combate à violência sexual de crianças. A cada dia os professores desenvolvem algo diferente com as crianças , tendo o livro como base.
Aproximadamente 488 alunos da unidade já fizeram desenhos, produção de textos e discussões sobre o tema. A auxiliar de supervisão da Escola Municipal Atanázio Leonel, Dalva Gomes Clemente de Lima, contou que o livro é uma forma de instigar a criança a falar sobre o tema, ele possui diversas ilustrações e traz o abuso sexual de forma lúdica. A escola fica na rua Eliza Isabel da Conceição, 148.




