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Secretaria de Saúde apresenta novas diretrizes e lança programa da gestão 2025-2028

Entre os principais objetivos da nova gestão, a redução das filas de espera para exames, consultas e cirurgias; Rede Carinho, com atendimentos pediátricos 24h e programa Mulher em Foco serão lançados ainda este mês

A Prefeitura de Londrina realizou, nesta quinta-feira (6), um evento para anunciar as novas diretrizes, ações, propostas e desafios que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem para conduzir sua gestão administrativa no quadriênio 2025-2028. O levantamento, apresentado em solenidade no auditório da Associação Médica de Londrina (AML), também traz um diagnóstico situacional com dados que indicam o quadro estrutural encontrado pela gestão do prefeito Tiago Amaral, além de divulgar alguns programas para áreas específicas que terão início em breve. Na ocasião, Vivian Feijó, ex-diretora superintendente do Hospital Universitário (HU) de Londrina, assumiu oficialmente a titularidade da Secretaria Municipal de Saúde.

Em seu pronunciamento, o prefeito Tiago Amaral destacou que há um grande trabalho em curso, mesclando ações já em execução e planejamentos para readequar e modernizar as soluções em saúde em prol de Londrina. “O nosso foco maior é o cuidado com a saúde das pessoas, e estamos fazendo de tudo para termos uma rede mais integrada, articulada e parceira, munida de estratégias bem-desenhadas. Não tenho dúvidas de que conseguiremos colocar isso em prática, atraindo recursos e organizando nosso sistema com visão sistêmica, contratações e novos modelos de trabalho para progredirmos e oferecermos a qualidade em saúde que o povo do norte do Paraná merece”, afirmou o prefeito.

Foto: Vivian Honorato / NCom

Amaral parabenizou o grau de profissionalismo de sua equipe, salientando a atuação de Vivian Feijó na articulação de um novo plano de trabalho com potencial para reconfigurar toda a estrutura da saúde pública municipal. “Eu sempre pensei em formatar a Saúde tendo a Vivian à frente do projeto, não enxergo pessoa mais capacitada, dedicada e conhecedora de toda a rede pública para tocar este trabalho com seriedade e excelência. E agradeço a todos os servidores da saúde pelo comprometimento, contamos com vocês nessa jornada que vai transformar os atendimentos da nossa saúde”, completou.

Vivian Feijó agradeceu a oportunidade de comandar a pasta da Saúde, um dos pilares da nova gestão. “Estou bastante emocionada aqui hoje, honrada por poder me apresentar diante da sociedade civil organizada, mostrando os planos e desafios que temos pela frente, sendo que muito já estava e está sendo realizado desde que aceitei esta minha nova empreitada. O prefeito acredita no meu trabalho e quero retribuir essa chance com muito esforço, engajamento, eficiência e plenos resultados. Tenho esse compromisso público em tornar a Secretaria de Saúde mais dinâmica, humanizada e próxima, de fato, das pessoas. Será uma tarefa árdua pelos próximos quatro anos e estou ao lado de uma equipe maravilhosa para me ajudar a fazer história”, comentou.

Foto: Calebe Guedes / PML

O evento também contou com a presença de diversas autoridades locais, incluindo o deputado estadual Tercílio Turini, vereadores, secretários municipais, representantes de instituições locais, servidores, entre outros participantes. Após a apresentação técnica da nova titular da pasta da Saúde, a solenidade teve ainda uma apresentação cultural com o coral infantojuvenil do projeto União para a Vitória, da zona sul de Londrina.

Novidades – A atual gestão também anunciou algumas novidades para a saúde pública do município durante a apresentação desta quinta-feira (6). Ainda neste mês de março, o planejamento da pasta inclui objetivos como o fortalecimento do plano de negócio com os prestadores de serviços, entre hospitais, clínicas e demais instituições e empresas do segmento da saúde. A intenção, de imediato, é estreitar laços com o controle social, sociedade civil e entes públicos, bem como buscar tecnologia e inovação nos processos, além de atuar na reposição do quadro de servidores e qualificação das equipes.

Ainda fazem parte desse pacote de diretrizes e metas da nova gestão, a organização e realização de um mutirão de raio-x e exames de ultrassonografia. A secretária também anunciou um incremento inicial de R$ 10 milhões do programa Opera Paraná para Londrina.

“Para começar, teremos este valor de R$ 10 milhões para investir em cirurgias e ainda trabalharemos com resíduos de verbas anteriores não utilizadas no Opera Paraná que estão represadas e faremos ser aplicadas. Todos os prestadores da cidade já sinalizaram que possuem interesse em trabalhar conosco em oferta de exames, consultas e cirurgias. E correremos atrás de outros aportes financeiros para aprimorarmos nossos serviços”, informou Vivian Feijó.

Foto: Emerson Dias / NCom

Nesse sentido, o prefeito Tiago Amaral frisou que toda e qualquer verba será bem-vinda. “Independentemente do formato de captação, precisaremos de recursos para recompor nosso orçamento e poder investir com inteligência e qualidade. Vamos procurar formas de aumentar o teto para os prestadores do município, trabalhar com o governo federal e trazer os incrementos necessários, já que os hospitais estão sobrecarregados e com dificuldades no repasse de verbas. O empenho é enorme, mesmo com um déficit de R$ 300 milhões que herdamos no orçamento municipal. Mas, garanto que traremos as respostas e soluções sem prejudicar a cobertura da rede de urgência e emergência”, pontuou o prefeito.

Rede Carinho – Durante o evento, foi anunciada ainda a data de lançamento da Rede Carinho, programa inédito de atendimento integrado voltado a crianças. Previsto para começar a funcionar no dia 17 de março, o serviço atenderá 24 horas em espaço específico no Pronto Atendimento (PA) do Jardim Leonor, região oeste da cidade.

O projeto está em fase final de treinamento das equipes, sendo que o local já foi organizado pela SMS e abastecido com medicamentos necessários para iniciar as operações. “Teremos enfermeiros e dois médicos que foram contratados, atendendo por turno e mantendo o funcionamento 24 horas por dia, de segunda a segunda”, detalhou Vivian Feijó, enfatizando que os atendimentos do Pronto Atendimento Infantil (PAI) continuarão normalmente em sua própria unidade, na avenida Leste-Oeste.

A meta da Prefeitura, disse Feijó, é que a Rede Carinho seja expandida, futuramente, com a criação de uma segunda unidade no Jardim União da Vitória, na zona sul.

Foto: Vivian Honorato / NCom

Mulher em Foco – Outro projeto a ser lançado pela Secretaria Municipal de Saúde, já na próxima semana, em 13 de março, é o Mulher em Foco. A iniciativa envolve atendimento exclusivo às mulheres, abrangendo coleta de CO (exame ginecológico) e orientações de autoexame de mama. Com o início do programa, algumas UBSs terão o horário ampliado até às 22 horas e funcionarão também em alguns sábados (dias 15, 22 e 29), além do atendimento na sede da Prefeitura para servidoras municipais e em empresas com grande número de mulheres.

As atividades do Mulher em Foco incluem ainda uma parceria com as pastas de Políticas para as Mulheres e Assistência Social, com a realização de um “Dia D” na comunidade do Aparecidinha, na zona norte, testagem, aconselhamento, e orientações gerais de cuidados com a saúde, além de rodas de conversa com grupos de mulheres. O programa também prevê, junto ao Cismepar, a oferta de mais vagas para ultrassonografia de mama e endovaginal, fisioterapia uro-ginecológica e convocação de ginecologistas.

Filas longas de espera – Na apresentação técnica desta quinta-feira (6), a secretária Vivian Feijó também apontou que o gerenciamento das filas de espera é um dos problemas crônicos da saúde municipal e será o grande desafio da nova gestão para os próximos quatro anos. De acordo com os dados oficiais compilados pela SMS, Londrina tem, atualmente, 166.890 pessoas aguardando por atendimentos em diferentes especialidades, entre consultas, exames e cirurgias. As filas atuais seguem o seguinte quadro, por segmento: Clínico (87.054), Cirúrgico (51.154), Exames – USG (3.520) e Oncologia (146).

Além da fila de Londrina, outros municípios da região que têm a cidade como referência somam mais 13.500 pessoas esperando por atendimentos especiais e exames. São eles Cambé, Ibiporã, Rolândia, Centenário do Sul e Jaguapitã.

Com relação a filas de ultrassonografia (USG) e raio-x nas UBSs de Londrina, existe uma fila represada de 10 mil USG e 18 mil exames de raio-x.

Foto: Vivian Honorato / NCom

Um dos principais desafios, segundo a secretária Vivian Feijó, será priorizar e ampliar o acesso da população aos serviços, além de reduzir o tempo de espera e rearticular a rede de saúde. “Isso deverá ser equilibrado com transparência, eficiência e equidade. Estamos buscando novas ações com os prestadores de serviço, queremos fortalecer parcerias existentes e articular novas, trabalhando integradamente e modernizando também nossa estrutura interna. Só para março, já temos 1.200 ultrassons ofertados pelo Cismepar e tenho certeza que outros prestadores vão se interessar em nos ajudar. Vamos enxugar e zerar, por exemplo, as filas de raios-X e ultrassons, procedimentos mais fáceis, de baixo custo e com alta eficiência”, frisou Feijó.

A titular da pasta projeta que a fila por exames possa ser organizada, no sentido de qualificar a busca e remanejar as ações, em um prazo aproximado de um ano, priorizando os procedimentos de maior necessidade. “A fila cirúrgica é um pouco mais complicada por conta da complexidade dos procedimentos e da retaguarda estrutural exigida, mas vamos identificar o potencial de cada uma delas para resolver as demandas da melhor forma”, adiantou.

Defasagens – Segundo o levantamento da SMS, a saúde básica municipal de Londrina, que hoje tem população estimada em cerca de 556 mil habitantes, possui população urbana de 334.872 pessoas descobertas geograficamente pela divisão territorial das 42 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) existentes. Na zona rural, este quantitativo alcança 7.093 pessoas descobertas, de uma população de 21.593, referentes às 12 UBSs dessa área do município.

Falta de pessoal e equipamentos – Quanto ao quadro atual de servidores, a SMS tem 2.364 vagas ocupadas e 1.485 desocupadas, das quais há 436 recomposições em andamento, denotando um déficit de pessoal na saúde. “Temos quase 440 vagas já pleiteadas junto ao prefeito, em análise na Fazenda e Planejamento, para podermos convocar mais pessoas e recompor parte do quadro defasado. Fizemos toda uma revisão orçamentária e financeira para remanejar e justificarmos as vagas para contratação”, explicou Feijó.

No quesito infraestrutura e equipamentos o panorama também é de carência, sendo necessária, por exemplo, uma ampla reposição de computadores. De um universo de 1.739 máquinas, 918 precisam ser substituídas, apenas 595 apresentam boas condições de uso e 226 estão em fase de aquisição. Há ainda unidades de saúde com estruturas inadequadas, deterioradas ou com reformas insuficientes, em diferentes regiões da cidade, e que também carecem de intervenções por parte da Prefeitura.

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