Município anuncia planejamento da rede cicloviária
Estudos do IPPUL têm guiado os trabalhos de execução de obras para implantação de ciclovias e ciclofaixas
Na manhã desta segunda-feira (3), o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, apresentou o planejamento da rede cicloviária da cidade, que baseia-se em pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) sobre o transporte feito através de bicicletas. “O processo de consolidação e conexão entre os diversos trechos vai se estender ao longo do tempo. Naturalmente que a Prefeitura pretende promover esta conexão pela cidade, porque a mobilidade através da bicicleta é um modal de transporte barato e sustentável do ponto de vista ambiental”, explicou Kireeff, em entrevista coletiva.
Para a presidente do Ippul, Ignês Dequech, o planejamento da rede cicloviária integra o Plano de Mobilidade Urbana de Londrina e visa atender as necessidades da população, priorizando o pedestre. “Por isso estamos investindo em ciclovias, ciclofaixas e na interligação com o transporte público. A intenção é conectar a cidade e torná-la acessível a todos, inclusive aos usuários de bicicletas”, disse Ignês.
No planejamento elaborado pelo IPPUL, a Rede Cicloviária prevê a implantação de diversos espaços para o tráfego de bicicletas. A viabilização da rede cicloviária viria de várias fontes como, por exemplo, recursos próprios do município; financiamento do Paraná Cidades; medidas mitigadoras de Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV); e de outras o Projeto de Transporte Urbano SuperBus.
“A comunidade já está percebendo que os trechos de ciclovias e ciclofaixas existentes e em execução formarão uma rede interconectada, o que possibilitará a realização dos deslocamentos dos ciclistas com maior segurança. Desta forma buscamos humanizar o trânsito, promovendo o uso mais justo e equilibrado do espaço urbano”, ressaltou a engenheira civil e gerente de Projetos Viários do IPPUL, Cristiane Biazzono Dutra.
O presidente da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), José Carlos Bruno, também esteve presente na entrevista coletiva.
Vias executadas e em execução – A implantação das ciclofaixas nas ruas Alagoas, Espírito Santo, Paranaguá, Santos e Aminthas de Barros está em andamento e deve ser finalizada na primeira quinzena de agosto. Juntas, elas totalizam 7.460 metros de extensão.
Desde 2013, já foram implantados 9.743 metros de ciclovias, que estão nas avenidas Sylvio Barros, Theodoro Victorelli e Saul Elkind; e nas ruas Santa Terezinha, Yoneki Shime, Luiz Leoni, Mitsuki Shime e Benedito Souza, além de uma ciclofaixa na Avenida Ayrton Senna da Silva.
Até o final de 2016, o objetivo é interligar as avenidas Tiradentes, Juscelino Kubitschek (JK), ruas Paranaguá e Santos, avenidas Santos Dumont, Alziro Zarur e Robert Koch através de ciclofaixas e ciclovias. Juntos, eles formarão um percurso contínuo de aproximadamente 12 mil metros de extensão. Além dessas vias, a intenção é também investir em outras como as avenidas Higienópolis, Dez de Dezembro e Duque de Caxias.
Desde a construção do primeiro espaço para tráfego de bicicletas, feito em 1988, até 2012 foram construídos 16.550 metros de ciclovias. “Acreditamos que podemos superar os 25 quilômetros até o final do próximo ano. Acredito que, somados aos trechos já feitos desde 2013 e mais aquilo que deverá ser implementado, devemos nos aproximar dos 40 quilômetros”, acredita Kireeff.
Pesquisas do IPPUL – Os interessados em contribuir para o desenvolvimento de mais estudos sobre o uso de bicicletas podem responder ao questionário disponível do portal da Prefeitura (www.londrina.pr.gov.br), seção IPPUL, Diretoria de Trânsito e Sistema Viário – Rede Cicloviária de Londrina.
Na última pesquisa realizada em 2014, 1.600 pessoas que utilizam a bicicleta como modo de transporte para o trabalho, estudo e lazer responderam as perguntas, sendo que 75% dos usuários são homens, 55% recebem como renda familiar até R$ 3.110, a maioria tem até 35 anos de idade, 40% deslocam para a região central e 29% para a região oeste da cidade.
As pesquisas norteiam a equipe técnica do IPPUL na elaboração da proposta de rede cicloviária, que é uma alternativa de deslocamento democrática, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável. A bicicleta possibilita um deslocamento sem restrições de horário ou itinerário, não tem consumo de combustível, não gera poluição, tem baixo custo e favorece o cidadão no transporte ao trabalho, à escola ou no lazer.
Fotos: Vivian Honorato