Cidadão

Ângela Diana: a arte que transcende 

Com trajetória marcada pela paixão à arte e seu poder transformador, londrinense conta sua história em série audiovisual

Entre o rock e a arte abstrata. Desde 1986, quando entrou pela primeira vez em um ateliê, a artista visual Ângela Diana vem construindo uma trajetória marcada pela originalidade e dedicação.

Foto: Emerson Dias/Arquivo NCom

Ângela é uma das personalidades que fazem parte da série Biografias Audiovisuais, produzida pelo Museu de Arte de Londrina, que reúne entrevistas com artistas cujas obras fazem parte do acervo do local. A biografia dela e de outras nove personalidades artísticas da cidade podem ser conferidas no canal do YouTube Londrina Cultura

A série faz parte do programa “Museu de Arte em Diálogos: Artistas, Acervo e Memórias”, uma realização do Museu de Arte de Londrina/Secretaria Municipal de Cultura, que, além dos vídeos biográficos, promove exposições do acervo, atividades formativas e exposições virtuais. 

foto: arquivo pessoal

TrajetóriaLondrinense, Ângela pinta desde a infância. Incentivada por uma professora da escola, passou a frequentar o ateliê da artista visual Letícia Marquez, onde descobriu o abstracionismo e o significado da pintura.  

Em 1993, inspirada por artistas paulistas, abriu o ateliê “Oficinas de Arte Contemporânea” junto com Mira Benvenuto. Foi ali que percebeu seu talento para ensinar.

No ano seguinte, as duas criaram o projeto “Educando, Brincando e Formando Cidadãos” no bairro União da Vitória, que na época estava em formação e com pouca infraestrutura habitacional e saneamento básico. O projeto atendia cerca de 140 crianças. “Não tínhamos materiais, então pintávamos em pedras mesmo”, lembrou.

Para Ângela, a arte vai além da expressão individual, tem o poder de abraçar as pessoas e cuidar de cada uma. “Tivemos muitas perdas entre as crianças do projeto, mas muitas ainda lembram-se das coisas que eu dizia e os demais professores, e escolheram uma vida melhor para seguir. Com os projetos e com o meu ateliê, percebi que minha experiência com a arte ia além de ser artista. Minha trajetória não seria válida sem esses projetos”, explicou.

foto: Divulgação

“Debaixo de suas asas estarás seguro” – A obra que integra o acervo do Museu de Arte nasce de uma trajetória marcada por desafios e decisões importantes na carreira de Ângela Diana. 

A artista revela que sua primeira exposição individual, em 1992, foi uma experiência desafiadora e que, após uma crítica, chegou a pensar em desistir.

Algum tempo depois, ela conta que um colega a convidou para participar de um salão em Santos (SP). Mesmo relutante, aceitou. “Fiz um trabalho com três pinturas pequenas que não estavam dando certo, e isso me irritou. Então, decidi mudar completamente e produzir telas maiores. Pensei: ‘São as últimas obras que vou fazer na minha vida, então vou fazer o que eu quiser’”, relembrou.

A decisão deu resultado: a artista venceu o XIX Salão de Arte Jovem de Santos, cujo prêmio era uma passagem para Nova Iorque com ajuda de custo.

“Essa viagem foi importante para o quadro dos Anjos, pois, quando fui para Nova Iorque, eu não sabia falar a língua. Mas, os anjos foram surgindo e me ajudando a andar pela cidade. Comecei a vê-los em todos os lugares. Eles começaram a agir. Quando retornei ao Brasil, já sabia o que iria pintar”, contou. 

Vida de artista – Em anos de uma trajetória marcada pelo amor à arte, Diana reconhece que ser artista nunca foi fácil, mas diz que aceitou a missão. Para ela, cada obra é a materialização de experiências que a mantiveram no caminho artístico, incluindo a oportunidade de conhecer pessoas que vivem e respiram arte, além de observar como funcionam os museus, uma lembrança de que o mundo é grande e cheio de possibilidades. 

A artista sonha que Londrina se torne um polo cultural significativo, onde artistas possam ter espaço para mostrar seus trabalhos, participar de festivais e bienais, e que a cidade seja reconhecida pelo valor de sua produção artística. 

Desde 2020, Ângela Diana escreve uma coluna intitulada “Vida de Artista” no jornal online “O Londrinense”.

Texto: Gabriela Hirata, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação (NCom) da Prefeitura de Londrina. 

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