Prefeitura, por meio de convênio com a SEAB/PR, entrega calcário a 71 agricultores familiares; 2ª etapa beneficiou Assentamento Eli Vive I e II
A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (SMAA), está entregando calcário, tipo de rocha composta de cálcio e magnésio, a agricultores familiares para a melhoria da fertilidade e correção de solo. A distribuição do insumo é o principal eixo do Programa de Apoio ao Manejo e Conservação de Solos, realizado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB/PR) em parceria com os municípios paranaenses.
De acordo com o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Vitor dos Santos Junior, o projeto da prefeitura, foi aprovado e firmado, por meio de convênio e, no final do ano passado, os recursos no valor de R$ 60.000,00 foram recebidos. “A partir da liberação dos recursos pelo Estado, realizamos a compra do calcário, cadastramos os agricultores e montamos a logística de distribuição”, informou.
O engenheiro agrônomo e assessor técnico na SMAA, Guilherme Casanova Junior, coordenador do projeto, explicou que a ação é importante porque atende agricultores familiares que precisam do insumo, mas muitos não dispõem dos recursos para a compra. “Não é um material caro, mas como as minas de calcário estão mais concentradas na região metropolitana de Curitiba, o custo do transporte encarece sua aquisição pelo produtor que, na redução de custos de produção deixa de investir neste item.”
Em Londrina o programa está atendendo 71 agricultores familiares em comunidades como os assentamentos Eli Vive I e II, as fazendas Alto Alegre e Akolá e nos distritos de Lerroville, Warta, São Luiz e patrimônios Três Bocas e Limoeiro, com 468,75 toneladas de calcário. Cada agricultor podia receber até 10 toneladas do insumo, com base na análise de solo e estar em dia com a documentação exigida. A seleção dos agricultores foi feita de acordo com a menor área da propriedade, assim os pequenos receberiam o produto.
A agricultora familiar com lote no Assentamento Eli Vive II, Lenícia Aparecida Moreira da Silva, 37 anos, recebeu no dia 30 de março, quatro toneladas de calcário. Segundo ela, a expectativa era grande pela chegada do insumo que nunca teve condições de comprar. “A gente ficava sonhando com a chegada do calcário e eu fiz todo o planejamento para a aplicação. Para começar já vamos colher a batata doce, e para essa área estamos reservando mil quilos para aplicar após a colheita. Isso vai melhorar muito a produção”, comemorou.
Lenícia é chefe de família. Com ela moram dois filhos menores e no mesmo lote, uma filha e o genro construíram uma casa. Outra filha casada, também possui um lote no assentamento. Em seu lote, ela produz, além da batata doce, mandioca, feijão e leite. “É uma luta, mas estamos conseguindo. Ficamos 12 anos em um acampamento em Cascavel e mais dois anos acampados no Eli Vive I. Agora estamos há dois anos com esse lote. A gente vende para particulares e intermediários, mas também participo do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) pela cooperativa. O calcário só vai melhorar nossa produção”, frisou.
Programa de Apoio ao Manejo e Conservação de Solos – O Paraná produz mais de quatro milhões de toneladas de calcário, volume concentrado na Região Metropolitana de Curitiba e nos Campos Gerais, insumo fundamental para correção do solo. Segundo Guilherme Casanova, o Programa de Apoio ao Manejo e Conservação de Solos, da SEAB/PR tem o objetivo de ajudar o pequeno agricultor a ser mais competitivo, com custo controlado e apto a praticar uma agricultura qualificada. “O objetivo é promover o máximo de resultado em aumento de produtividade com qualidade, conservando o solo.”
De acordo com o agrônomo, o repasse de recursos é feito por convênio com as prefeituras, sem a exigência da contrapartida em dinheiro. Os municípios cumprem atribuições técnicas como a seleção dos agricultores e a logística para depositar o calcário e promover a distribuição rápida e efetiva aos agricultores. “Além disso, todas as etapas, inclusive a finalização das entregas que ocorreu no último dia 4 foram levadas para aval do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (CMDR)”, destacou.
A partir de agora, conforme ele, começa a fase de acompanhamento e fiscalização da aplicação do calcário. “Esse processo é mais lento, já que para a aplicação do insumo é necessário que o agricultor tenha colhido a produção e isso depende da sazonalidade de cada produto”, explicou.
A Prefeitura de Londrina deve agora encaminhar o Termo de Recebimento à SEAB/PR que comprova que a distribuição foi finalizada e o Governo Estadual passa a fiscalizar a garantia de aplicação do insumo, responsabilidade assumida por cada agricultor beneficiado.
Foto: Lorena Rostirolla – Agricultura
