Londrina inicia vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório para gestantes
Ofertada gratuitamente pelo SUS, pela primeira vez, a imunização tem como objetivo reduzir casos de bronquiolite em recém-nascidos
Na manhã desta segunda-feira (8), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) iniciou a vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) para as grávidas. A imunização é destinada a gestantes a partir da 28ª semana e tem como objetivo reduzir casos de bronquiolite em recém-nascidos. Inicialmente, o município recebeu 1.684 doses da vacina, disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pela primeira vez, por meio do Ministério da Saúde (MS). As doses estarão sendo distribuídas para todas as UBSs de Londrina.

Antes, a vacina era encontrada apenas na rede privada, com custo médio de R$ 1,6 mil, a mais cara do país. Para esta primeira remessa, o governo federal enviou ao Paraná 37.120 doses. Segundo o Mistério da Saúde, o VSR é responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite e 40% dos casos de pneumonia em crianças menores de dois anos. A vacina oferece proteção imediata aos recém-nascidos, reduzindo hospitalizações.
A secretária municipal de Saúde de Londrina, Vivian Feijó, esteve na UBS Guanabara para acompanhar o início da imunização às gestantes. “Hoje Londrina amanheceu feliz porque esta é uma vacina muito esperada pelas grávidas. É importante lembrar que não existe limite de idade gestacional e não há restrição de idade para a mãe. As grávidas a partir de 28 semanas podem pegar a carteirinha de vacinação, procurar a UBS e receber a vacina sem precisar agendar. A vacina é em dose única e ela foi desenvolvida especialmente para proteger o bebê, oferecendo anticorpos já nos primeiros meses de vida. Por isso, é essencial que a mãe tome a vacina antes do parto”, destacou.

A secretária explicou que a SMS está entrando em contato com as gestantes vinculadas ao SUS, e elas também serão imunizadas durante as consultas de pré-natal. Sobre o vírus, Feijó destacou que ele é responsável por quadros respiratórios graves. “É aquele vírus muito comentado no inverno passado, que provocou falta de ar, queda de saturação e levou muitas crianças a procurarem pronto-socorro e até leitos de UTI. Ele é especialmente presente nos primeiros meses de vida: do nascimento até cerca de seis meses é quando registramos a maior incidência de doenças respiratórias. É, inclusive, um dos principais causadores da mortalidade infantil no primeiro ano”, afirmou.

A gestante Maria Tereza Piazzalunga, de 35 semanas, que espera por Antônia, foi uma das primeiras a receber a vacina na UBS do Guanabara. Ela contou que foi convidada pela SMS para se imunizar. “Fiquei muito feliz, porque estava ansiosa para receber a vacina. Eu ligava todos os dias na UBS para saber se ela já tinha chegado. Então foi muito bom garantir essa dose e a proteção para a minha filha que está vindo, pois sei que esse vírus é muito grave para os recém-nascidos. Eu até estava fazendo orçamento em clínicas particulares, mas a vacina tem um custo muito alto. Recebê-la gratuitamente é um alívio, porque a gestação já traz muitos desafios e gastos”, relatou.

Outra gestante, Letícia Amorim, grávida de 36 semanas, tomou a dose na UBS do Guanabara. Ela, que espera por Tereza, disse estar aliviada com a imunização. “Eu estava aguardando ansiosamente, porque antes existia um limite de idade gestacional, então eu estava preocupada. Eu ia tomar na rede particular, mas quando soube que a UBS estava aplicando, corri para garantir minha dose. Agora fico mais tranquila, sabendo que minha filha estará protegida nos primeiros meses de vida”, afirmou.

Também grávida, de 34 semanas, Aline Ziani, que espera por Clara, recebeu a vacina contra o VSR nesta manhã. Ela contou que saiu de casa antes mesmo de tomar café da manhã para garantir a imunização o quanto antes. “Eu estava ansiosíssima por essa vacina. Ligava todos os dias nos postos de saúde para saber quando estaria disponível. Hoje, liguei cedinho e a atendente disse que eu já podia ir. Peguei a primeira roupa que vi no armário; meu marido até perguntou se eu não ia tomar café, e eu respondi que não, que a vacina era mais importante. Vim correndo para a unidade. Fico muito feliz que o SUS tenha conseguido isso para tantas mamães”, destacou.
Importância da vacinação – De acordo com o Ministério da Saúde (MS), em 2025, até 22 de novembro, o Brasil registrou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados por VSR. Desses casos, a maior concentração de hospitalizações ocorreu em crianças com menos de dois anos de idade, totalizando mais de 35,5 mil ocorrências, o que representa 82,5% do total de casos de SARG por VSR no período.




