Destaques

Londrina debate enfrentamento à violência contra criança e adolescente

encontro.assistencia.violencia.VP

Evento foi voltado para servidores públicos da rede de serviços do município de Londrina, docentes, profissionais da área e estudantes

 

encontro.assistencia.violencia.V2A Secretaria Municipal de Assistência Social, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS III), em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), realiza nesta quarta-feira (17), um encontro com o tema “Desafios das políticas públicas no enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente”. O encontro é alusivo ao Dia 18 de maio: Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.

O público-alvo é composto por servidores públicos da rede de serviços do município de Londrina, docentes, profissionais da área e estudantes, além da comunidade em geral. O objetivo é sensibilizar a rede de serviços, chamando a atenção para a importância do trabalho intersetorial no combate à violência, promover a reflexão sobre a atuação social em rede e pensar estratégias e ações para a implementação deste trabalho, visando a proteção e o fortalecimento das famílias que possuem crianças ou adolescentes vítimas de violência.

A secretária municipal de Assistência Social, Nádia Oliveira de Moura, que representou o prefeito Marcelo Belinati no evento, ressaltou que o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é uma data para lembrar a todos que é preciso proteger as crianças e adolescentes de toda e qualquer forma de violência, discriminação e exploração, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Dados – Durante o encontro, a secretária Nádia apresentou os números de atendimentos do CREAS III. Segundo os dados apresentados, em 2016 foram inseridas, no acompanhamento do CREAS III, 577 novas famílias. Destas, 149 se tratavam de casos de violência física e intrafamiliar e 224 de violência sexual. Em 2017, de janeiro até agora, foram inseridas outras 125 famílias. Destas, 64 são resultantes de violência sexual e 37 de violência física e intrafamiliar.

A professora do departamento de Serviço Social da UEL, Vera Suguihiro, destacou que esta é uma data para avaliar todo processo já realizado até aqui, no combate à violência praticada contra este público. “O Dia 18 tem que possibilitar que avaliemos todos os processos adotados, investimentos colocados, as ações desenvolvidas e o que nós ainda temos que fazer para que este enfrentamento se torne efetivamente uma realidade”, frisou.

Para a presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Londrina (CMDCA), Magali Batista, o Dia 18 de maio não é uma data comemorativa e sim para procurar meios de combater esta violência. “O CMDCA é um órgão de proteção, que também participa de discussões como esta”, frisou. Ela lembrou que no dia 20 de maio haverá um ato público no calçadão de Londrina e Concha Acústica, a fim de chamar a atenção da sociedade para o tema.

A promotora da 6ª Vara Criminal de Londrina (Vara Maria da Penha), Susana de Lacerda, falou sobre a importância da união e integração de toda a rede para enfrentamento do problema. “Precisamos de comprometimento, pois não existe história de combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes sem comprometimento, por isso a importância de eventos como este”, disse.

encontro.assistencia.violencia.V3A juíza da 6ª Vara Criminal de Londrina (Vara Maria da Penha), Zilda Romero, explicou como é feito o trabalho no Fórum Municipal de Londrina com crianças e adolescentes vítimas de abuso. “O diferencial da 6ª Vara Criminal de Londrina é que temos uma sala especial para oitiva de crianças vítimas de maus tratos e abusos”, contou.  Segundo a juíza, a sala é fundamental porque ela possibilita que as crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, não sejam ouvidas na sala de audiência comum. “Elas são ouvidas em uma sala lúdica, com profissionais capacitados para ouvi-las. Assim, a oitiva é feita por meio de videoconferência, assegurando a proteção da criança”, ressaltou.

A juíza disse ainda que 90% dos casos de abuso contra criança e adolescentes acontecem dentro da família. “Os abusos são cometidos por pais, padrastos, tios, padrinhos, vizinhos, ou seja, pessoas que a criança confia”, elencou.

A juíza da 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Londrina, Camila Tereza Gutslaff, ressaltou que estes encontros são importantes para possibilitar que os profissionais repensem de que forma é possível ajudar ainda mais estas crianças e adolescentes vítimas de abuso e como a rede pode trabalhar ainda mais unida. “Nada funciona se não houver integração de todos. Temos que trabalhar juntos para nos fortalecermos”, afirmou.

Palestras e oficinas – Além do pronunciamento de autoridades ligadas a área, o público presente acompanhou uma apresentação dos alunos da Oficina de Teatro da Escola Profissional e Social do Menor de Londrina (Epesmel) e durante todo dia há debates e palestras. Pela manhã uma palestra com o tema “Os desafios das políticas públicas no enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente” foi um dos destaques do encontro. Ela foi ministrada pela professora Zelimar Soares Bidarra, da Unioeste.

Também foram realizadas duas oficinas, uma com o tema “O trabalho social com famílias no enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente”, conduzida pelos professores Mabel Mascarenhas Torres, do departamento de Serviço Social da UEL, e Rafael Bianchi, do curso de Psicologia da UEL. A outra, intitulada “A rede e a intersetorialidade no enfrentamento à violência contra a criança e o adolescente”, foi coordenada pela professora Vera Suguihiro, da UEL. O evento contou também com a presença do vereador Junior Santos Rosa, presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal de Londrina.

 

Fotos: Vivian Honorato

Etiquetas
Mostrar mais

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Compartilhamentos