Planejamento estratégico e mudança de metodologia de trabalho aprimoram a eficiência da Guarda Municipal
No ano em que completa sete anos, a Secretaria Municipal de Defesa Social, por meio da Guarda Municipal, passa a adotar uma nova metodologia de trabalho, o chamado Patrulhamento Preventivo semifixo. Após diversos estudos, a Secretaria optou por mudar a forma de atuação a fim de melhorar e ampliar o atendimento aos próprios públicos municipais que não tinham um atendimento específico. Antes da mudança, a maioria dos servidores da guarda municipal era lotada em postos fixos, na escala de revezamento 12×36. Ao todo eram quase 40 postos de serviço. Cada local tinha 1 guarda municipal por turno. De acordo com o inspetor de Patrimônio, Eliel Costa, a Guarda Municipal ampliou o atendimento e melhorou a segurança, já que hoje atende diversos postos que não tinham GM fixos, como escolas municipais, centros de assistência social, academias ao ar livre e conselhos tutelares.
A Guarda Municipal presta apoio e segurança aos servidores municipais, à população que utiliza o serviço público ou não, e inclusive ajuda outros órgãos na execução de algumas atividades conjuntas, além de apoiar os demais órgãos de segurança pública. Do início do ano até o fechamento do mês de maio de 2017, a Guarda Municipal de Londrina realizou 31.195 atendimentos telefônicos pela central de emergência 153 e pelo telefone 199, da Defesa Civil e em 2016, foram registrados 18.123 atendimentos.
A alta nos números é resultado da nova metodologia de trabalho. Atualmente, o efetivo da guarda municipal se divide em duplas, resultado da junção de agentes que permaneciam fixos em postos durante todo o dia. As duplas realizam o patrulhamento preventivo, com viaturas, em diversos outros prédios públicos municipais. O que amplia a sensação de segurança em toda a cidade.
Planejamento estratégico – O departamento de Planejamento da Guarda Municipal de Londrina dividiu a cidade em regiões e microrregiões. Por exemplo, a região norte é dividida em N1 e N2. Ao todo, de acordo com o mapeamento, estão registrados, até o momento na região, 69 prédios públicos municipais. As equipes que trabalham nessa região, saem da Base Operacional com um cartão-programa. O cartão é criado com base nos índices de criminalidade da região, índices de incidência de crimes ocorridos nos bairros e prédios públicos municipais, e também de acordo com os ofícios recebidos pela Secretaria Municipal de Defesa Social. Com isso, é definida a rota de trabalho das equipes.
Essa forma de trabalho se mostrou mais eficiente, pois a dupla que trabalhava em apenas um local, passou a atender em outros, inclusive na zona rural. De acordo com o secretário municipal de Defesa Social, Evaristo Kuceki, a forma de trabalho atual não foi inventada pela atual gestão. “É um exemplo a ser seguido, que tem dado resultado em outras cidades brasileiras e até em cidades de outros países. Creio que com esse sistema, Londrina esteja no caminho certo, no que tange à manutenção da segurança pública, em total consonância com a lei 13.022/2014 que regulamenta a atuação das guardas municipais em todo Brasil”, afirmou.
Flagrantes – De acordo com dados atualizados até o dia 19 de junho, além do patrulhamento preventivo que é realizado pelas equipes em todas as regiões da cidade, e também na zona rural, no período de janeiro a junho de 2017, a Guarda Municipal de Londrina atendeu 515 ocorrências que tiveram boletim de ocorrência confeccionado. Especificamente em prédios públicos municipais, 107 ocorrências foram registradas. Ameaça a servidor público, desacato, dano ao patrimônio, arrombamento, furto e droga encontrada em escola, somam 39 ocorrências no período.
A forma de trabalho focada no patrulhamento preventivo surtiu efeito inclusive no combate ao tráfico de drogas. Foram registradas 57 ocorrências, também de janeiro a junho de 2017. Os crimes aconteciam em praças públicas, ao lado de escolas municipais, academias ao ar livre, entre outros locais de grande fluxo de pessoas. A Guarda Municipal recuperou 57 veículos, sendo 46 carros/caminhonetes e 11 motos que foram furtados ou tomados de assalto na cidade. Inclusive, alguns dos veículos roubados, estiveram envolvidos em assaltos que aconteceram contra servidores nas escolas municipais.
Patrulha Maria da Penha – Lançada em 6 de julho de 2015, a Patrulha Maria da Penha é um projeto idealizado de forma conjunta pelas secretarias municipais de Políticas para as Mulheres e de Defesa Social, com a 6ª Vara de Execução Penal Maria da Penha e o Ministério Público do Paraná, com o apoio da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Londrina. O serviço de patrulhamento preventivo é realizado exclusivamente pela Guarda Municipal, tanto na cidade, quanto nos oito distritos rurais.
O objetivo da Patrulha é garantir a proteção das mulheres vítimas de violência doméstica que possuem medida protetiva. Em março, havia 1.894 medidas protetivas ativas. Do mês de janeiro, até o fechamento do mês de maio, foram registrados 186 atendimentos. As naturezas são: pedidos de informação, orientação e encaminhamento (de agressores) por descumprimento da medida protetiva. O trabalho gera um resultado imensurável, no que tange à proteção das vidas das mulheres agredidas. Do mês de julho de 2015 até a presente data, a patrulha já realizou 669 atendimentos.
Guarda Municipal Escolar Comunitária – O grupamento da Guarda Escolar atende especificamente todas as escolas e centros municipais de educação infantil (CMEIs). Diariamente, é feito o patrulhamento preventivo e a interação com servidores através do contato direto com os agentes. Paralelo a essas atividades, em 2016, o grupo atendeu com projetos específicos, 23 escolas durante o período. O total de alunos atendidos diretamente é 1.571, divididos em 61 turmas.
“Interação Social”, foi uma das ações desenvolvidas e teve por objetivo promover a cidadania nas escolas municipais. Há o projeto “Guarda Municipal Mirim”, que promove atividades dentro e fora da sala de aula, a fim de promover ações que visam valorizar as medidas preventivas, que contribuem para a redução dos crimes e de toda violência praticada ou sofrida pelas crianças no ambiente escolar ou no seu entorno.
Atualmente, apenas o projeto “Guarda Municipal Mirim” é desenvolvido pelos agentes. Em princípio, três escolas são contempladas: Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, na região leste; Escola Municipal Maria Cândida Peixoto Sales, na oeste e também na Escola Municipal Carlos Dietz, no centro. Este ano, aula de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e capoeira, agregaram à grade do projeto.
De acordo com a supervisora do grupamento, Cássia Munhoz, para o segundo semestre de 2017, está previsto um cronograma de palestras que vão atender algumas escolas de acordo com a demanda de reclamações. “Estão sendo mapeados os locais onde têm maior incidência de bullying, violência, relato de uso de drogas e crianças agressivas, para que sejam feitas palestras específicas para esses casos”, explicou.
Defesa Civil do Município – Existe um grupo que atua especificamente quando ocorre eventos desastrosos, vendavais, temporais, tremores de terra, alagamento entre outros fenômenos. O trabalho preventivo é feito por guardas municipais que atuam diretamente no departamento de Defesa Civil. Porém, todos os agentes são habilitados para atuarem nesta área. No ano de 2016 foram registrados 396 atendimentos a diversos tipos de ocorrências. O mês que teve maior registro foi janeiro. Em 2017, até o presente mês, foram registrados 47 atendimentos.
De acordo o agente responsável pelo departamento, Demerval do Carmo, a Defesa Civil do município trabalha com o foco na prevenção. Ele contou que alguns trabalhos são desenvolvidos junto às secretarias municipais de Educação e Ambiente, no trabalho emergencial de corte de árvores.
História – A Guarda Municipal completa sete anos em 5 de julho. Ela integra a Secretaria Municipal de Defesa Social e soma esforços à manutenção da segurança pública no município. A proteção dos bens, serviços e instalações municipais, patrulhamento preventivo e principalmente a proteção à vida, são algumas das suas principais atribuições de acordo com a lei federal 13.022 de agosto de 2014. Atualmente, a instituição conta com 354 agentes.
A Secretaria Municipal de Defesa Social conta com a central de emergência que atende pelos telefones 153 e 199.
Fotos: Arquivo
