Cidade

Londrina se mobiliza pela Sercomtel nesta terça-feira(17)

A ideia é, primeiramente, explicar o que se passa com a empresa que já foi um símbolo do arrojo de pioneiros, vanguardista na expansão rápida da telefonia e da banda móvel

 

Hoje é dia de tirar um tempo para redefinir os rumos que a cidade deseja para a Sercomtel, a holding que cresceu junto com Londrina e hoje soma uma operadora de telefonia e dados, uma empresa de iluminação pública, uma agência de Call Center e uma difusora de tecnologia. Na organização do evento que pretende mobilizar opiniões e ações, está o Fórum Desenvolve Londrina, formado pelas maiores entidades e lideranças de diversos segmentos que lutam pelo desenvolvimento econômico sustentável da região; além do Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia das Comunicações do Paraná e, finalmente, o município, através do prefeito Marcelo Belinati.

A ideia é, primeiramente, explicar o que se passa com a empresa que já foi um símbolo do arrojo de pioneiros, vanguardista na expansão rápida da telefonia e da banda móvel. E, em segundo lugar, deflagrar um debate importante: afinal, o que a comunidade londrinense deseja para a Sercomtel, que atravessa dificuldades financeiras, mas que vem liderando o  desenvolvimento tecnológico da cidade, que sonha com fibra ótica, internet das coisas e soluções digitais para os moradores.    

Prestes a completar 50 anos de existência, a Sercomtel gera mais de quatro mil empregos, entre os 1.500 diretos e os três mil indiretos. Em 2016, a telefônica do grupo arrecadou cerca de 64 milhões de impostos, que retornam, em parte, para a cidade. Em torno dela, gira o Arranjo Produtivo Local de Tecnologia e Telecomunicação, de alcance regional e que  agrega mais de 1.300 empresas de software, startups e componentes eletrônicos.  A economia, o comércio local e o setor de serviços são aquecidos pela pujança da operadora.

A empresa opera telefonia fixa e celular, GSM e 3G, além de longa distância pelo código 43 e banda larga de alta velocidade. É a única operadora pública do país que atua como concessionária, especificamente em Londrina e Tamarana, mas está presente em 196 cidades paranaenses. São 15 cidades atendidas com infraestrutura própria e, em parceria com a Copel, outras 181 cidades. Na telefonia celular, a companhia também opera em Londrina e Tamarana. São suas acionistas a Prefeitura de Londrina (55%) e a Copel (45%).

É amargo, porém, o quadro financeiro. De acordo com as notas explicativas do Balanço de 2016, a dívida a ser paga, caso se interrompam os serviços de uma hora para a outra, podem chegar em valores que variam de R$ 650 a 800 milhões de reais. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vinha emitindo alertas, desde 2012, sobre os riscos dos números. E, em junho deste ano,  exigiu que Sercomtel formulasse oficialmente um Plano de Recuperação, a fim de evitar a cassação da outorga para operar a telefonia fixa em Londrina e região 43. Foram formulados planos com ações desenhadas em várias direções: busca de novos contratos, parcerias  e corte de custos.

Em agosto, o Conselho Diretor da Agência notificou a Sercomtel da abertura do processo de caducidade, tomando como base a situação acompanhada no período entre 2009 e 2015. A empresa fez ajustes, apresentou uma defesa jurídica completa e aguarda agora novas decisões da reguladora, vitais para o futuro.

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