Licitações ficam mais ágeis e econômicas com consultoria da UEL para Prefeitura de Londrina
Análise de compras mostra economia de R$ 3,4 milhões e os resultados serão detalhados nesta terça-feira (30), com renovação do termo de cooperação com o Nigep
Em um ano, a consultoria do Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública (NIGEP) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) para a Prefeitura de Londrina reduziu o tempo médio das licitações, melhorou a organização dos processos de compras públicas e diminuiu os preços pagos por produtos e serviços, com economia real para os cofres municipais de R$ 3,4 milhões. Nesta terça-feira (30), 8h30, os resultados detalhados da consultoria, com foco na gestão, vão ser apresentados durante a assinatura da continuidade da cooperação da UEL com o Município. Será no auditório, no segundo andar da Prefeitura, na Avenida Duque de Caxias, 635.
O Nigep é formado por professores mestres e doutores, alunos e pesquisadores – mestrandos e doutorandos – nas áreas de Economia, Administração, Contabilidade, Direito e Serviço Social, com especialidade na gestão pública. O grupo de consultoria é formado por 15 integrantes, alunos e professores, com dedicação constante às demandas da Prefeitura de Londrina.
No mercado, a consultoria do Nigep foi estimada em R$ 816.000,00. Já para o Município o trabalho, fruto de um termo de cooperação, teve custo zero.
A parceria começou em setembro de 2017, com o desenvolvimento de análises e estratégias de curto, médio e longo prazo principalmente para a Secretaria Municipal de Gestão Pública (SMGP) e depois para a Autarquia Municipal de Saúde (AMS), Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e Secretaria Municipal de Educação (SME). Para as secretarias, são executadas avaliações específicas, como levantamento de custos das unidades básicas de saúde, das escolas municipais e também avaliações sobre serviços como a capina e roçagem na cidade – todas ainda em curso.
Na Secretaria de Gestão, o primeiro passo dos consultores do Nigep/UEL foi mapear a duração de 160 licitações em curso em 2017. A análise revelou que, em média, um processo de compras durava até 167 dias, do início ao fim, quando um contrato entre a Prefeitura e uma empresa fornecedora era assinado. O grupo de trabalho UEL/PML fixou prazo de 120 dias como meta inicial para o fim de uma licitação.
Há um ano, no início da medição pelos indicadores, 67% das licitações em trâmite estavam atrasadas – acima da meta de 120 dias – e apenas 19% dentro do prazo. Hoje, a realidade é completamente diferente: 69% das licitações estão dentro do prazo e 18% dos processos atrasados.
Para estabelecer o indicador de prazo, entre 135 e 150 processos de compras, permanentemente abertos, passaram a ser monitorados de forma contínua. Os prazos e demais indicadores ficam expostos em um Painel de Gestão à Vista – fixado na Diretoria de Licitações – que mostra, por um sistema de cores, o cumprimento das metas. Em toda a Prefeitura, por sugestão da UEL, foram implantados 120 indicadores de desempenho – 33 deles apenas na Secretaria de Gestão.
Todas as quintas-feiras, as equipes de licitações da Prefeitura e da equipe do NIgep/UEL discutem os indicadores e avaliam o fluxo de compras nas licitações. Após uma série de ações de correção, em um ano, o prazo de fim dos processos licitatórios em curso caiu de 167 dias para 98 dias – uma impactante redução de 41,3%. O diretor de Gestão, Licitação e Contratos (DGLC), Paulo Moura, contou que houve uma mudança na cultura do setor de licitações da Prefeitura. “Aprendemos a visualizar os problemas e a intervir neles de forma mais incisiva a partir dos indicadores”, frisou. O local conta com quase 50 servidores nos processos de compras de todas as secretarias da Prefeitura.
Economia – Com o suporte do Nigep e os ajustes na DGLC, as compras da Prefeitura de Londrina também ficaram mais econômicas. Em uma análise de 1.352 itens adquiridos de janeiro a setembro de 2018, comparados com aquisições semelhantes em 2016 e 2017, houve uma economia de 12,66% nos preços pagos, totalizando R$ 3.455.804,06.
Só no setor de medicamentos e equipamentos, por exemplo, as compras de medicamentos e equipamentos para abastecer as unidades de saúde ficaram 9,63% mais baratas em relação aos contratos anteriores. Com isso, foi possível comprar os mesmos itens com uma economia de R$ 2,2 milhões.
Em apenas uma compra de 235 medicamentos, na comparação com a aquisição anterior, houve redução de preços em 70% dos itens, com uma economia de R$ 2,2 milhões. “O acordo com a UEL torna possível que a Secretaria de Gestão Pública cumpra três objetivos: licitar cada vez mais rápido, comprar mais barato e adquirir cada vez mais de empresas locais, como prevê o Programa Compra Londrina”, afirmou o secretário municipal de Gestão Pública Fábio Cavazotti. “Os resultados que obtivemos até o momento são parte de um processo de mudança real e prática para a gestão dos serviços públicos”, completou.
Para a professora Vera Suguihiro, coordenadora do Nigep, o acordo da UEL com a Prefeitura de Londrina tem ganhos além dos mensuráveis. “O Nigep ajuda os estudantes e professores a exercitar o conhecimento de forma prática nos problemas diários que a gestão pública de Londrina vive. Além de dar suporte e respostas às demandas, é um espaço fundamental de pesquisa e prática entre alunos e professores”, explicou. “Criamos expertise acadêmica”, frisou.
Saulo Vieira, professor do curso de Administração e integrante do Nigep, afirmou que o trabalho da UEL com a Prefeitura valoriza o trabalho dos servidores. Para ele, os resultados são fruto do trabalho coletivo, sintonizado e inédito para nós e para a gestão da cidade. “O que fazemos é ajudar na gestão dos recursos do município, possibilitando melhor prestação dos serviços públicos para os moradores de Londrina”, disse.
O controlador geral da Prefeitura, Newton Hideki Tanimura, definiu a parceria da Prefeitura com o Nigep/UEL como “ganha-ganha”: “É uma relação que deu certo porque traz benefícios tanto para o poder público quanto para quem participa dos estudos e levantamentos, e se atualiza vivendo o dia a dia de um órgão complexo, cheio de desafios como a Prefeitura de Londrina”, opinou.
Fotos: Vivian Honorato