Cidadão

Mulheres atendidas no CAPS AD e CAPS III recebem oficinas de teatro gratuitas

Atividades começam, a partir de agosto, no CAPS AD e continuam no CAPS III, em outubro; iniciativa conta com patrocínio do PROMIC

O projeto “Tecendo um manto de memórias com a Nós Clandestinas”, patrocinado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC), irá realizar oficinas teatrais gratuitas direcionadas a mulheres que são atendidas pelos serviços municipais de saúde mental prestados pelo Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD) e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III). Estão sendo disponibilizadas 20 vagas por grupo que será formado e as oficinas irão ocorrer semanalmente, nas próprias sedes dos Centros.

As atividades do projeto são coordenadas pelo coletivo de mulheres artistas Nós Clandestinas, formado em Londrina, em 2018, que atua com foco no teatro performativo e promove ações formativas para as mulheres.

Foto: Divulgação

O atual projeto do grupo envolve exercícios teatrais e artísticos para somar ao objeto cênico-poético “Manto de Memórias”. A construção, criativa e coletiva, é representada por uma grande peça em tecido, onde estão sendo costurados depoimentos e objetos de mulheres, que são marcantes positiva ou negativamente em suas vidas. Assim, carrega memórias de mulheres que vivenciaram as ações propostas pelo coletivo. A partir disso, a ideia agora é continuar a reunir memórias e histórias compartilhadas pelas pessoas atendidas, transferindo as experiências para as práticas de teatro.

A atriz, psicóloga e integrante do Nós Clandestinas, Renata Santana, disse que as abordagens no CAPS AD e CAPS III irão ocorrer em dois momentos. “No primeiro, haverá uma sensibilização e contatos iniciais com elementos de teatro e dança, para aproximar as participantes do conceito do projeto. Depois, vem o compartilhamento das memórias e conhecimentos de fato, tendo o “Manto de Memórias” como fio condutor, além de outras abordagens com elementos sensoriais”, contou.

Segundo Renata, que também já trabalhou como psicóloga, por dois anos, no CAPS I da cidade de Tarumã, no interior paulista, a interação e troca de visões promovidas pelo projeto podem ajudar as mulheres atendidas a ressignificar suas experiências de vida, contribuindo para a transformação de seu cotidiano. “Muitas pessoas inseridas no contexto do CRAS passam por problemas sérios, inclusive a dependência química, por conta de traumas e experiências negativas que tiveram. Vamos procurar estimular entre elas a reflexão e o autoconhecimento, que são formas importantes de superação pessoal e entendimento sobre a realidade”, afirmou.

No encerramento das vivências artísticas, o Manto de memórias” será instalado para exposição e as atrizes da Nós Clandestinas apresentarão a performance “Tarja Preta” nos CAPS AD e CAPS III. Dessa maneira o projeto pretende ampliar o alcance de suas ações artísticas e promover a universalização do acesso aos bens culturais criados pelo projeto.

Atividades – No CAPS AD, serão formados dois grupos de trabalho com as mulheres atendidas pelo serviço. As atividades terão início no dia 6 de agosto e vão até 25 de setembro deste ano, com encontros às terças-feiras, no período da tarde, e nas manhãs de quarta-feira. O endereço é Rua Alberto Preto, 75, Conjunto Milton Gavetti, região norte.

Já no CAPS III, cuja demanda de mulheres atendidas pelo serviço é maior, serão oferecidos cinco grupos de trabalho, com atividades que terão início em outubro de 2019 e se estenderão até fevereiro de 2020. Os dias e horários dos encontros ainda serão definidos. O local fica na Rua Alba Bertolete Clivati, 233-43, no Alto da Boa Vista, região norte.

A carga horária total oferecida para cada grupo de trabalho será de 24 horas. Dessa forma, a Nós Clandestinas pretende atender toda a demanda de mulheres atendidas pelos serviços de saúde mental do município. As inscrições estão sendo feitas internamente pelas próprias coordenações dos Centros.

O Coletivo – “Nós Clandestinas” foi formado em 2018, quando as atrizes Drica Nunes, Raquel Palma e Renata Santana começaram a pesquisar a linguagem da performance e o teatro performativo. Após pesquisa cênica coletiva e colaborativa, também patrocinada pelo PROMIC, elas desenvolveram juntas ações formativas e performativas para mulheres, como forma de acessar histórias e memórias relacionadas ao universo feminino, em busca de ressignificar o lugar da mulher na sociedade.

Essa pesquisa resultou na montagem do espetáculo teatral “Bizarria: substantivo feminino, boa postura”, que circulou pela cidade entre os meses de maio e junho de 2019. O “Manto de Memórias”, projeto atual, também fruto da pesquisa cênica realizada pelo grupo.

Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com a atriz do Nós Clandestinas, Renata Santana – obter contato com o N.Com (3372-4465).

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