Cidade
Londrina está na rota internacional de softwares de TI
Consultores do grupo Brazil IT destacam o potencial da cidade em expandir empresas e produtos locais de Tecnologia da Informação para outros países
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O Brazil IT congrega dois projetos federais já existentes no Brasil. O primeiro é o Programa Nacional de Software para Exportação (Softex), que, segundo o endereço eletrônico www.softex.br, foi criado em 1992, com a Lei da Informática, e considerado como um dos programas prioritários em informática e Tecnologia da Informação pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que administra o Softex.
O segundo trata-se da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) que, em parceria com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), realiza atividades voltadas à promoção das exportações brasileiras de serviços e investimentos.
Robert Janssen, consultor nacional do Brazil IT, lembra que a consultoria prestada pela entidade a empresários, que tenham interesse em trabalhar no mercado internacional, não visa apenas à exportação: “o mercado de hoje exige que o empresário se internacionalize, ou seja, não apenas exporte seu produto, como também crie raízes no exterior, monte filiais em outros países, produza em outros países, viaje e mantenha contato direto com investidores de fora”, afirmou.
Segundo o consultor, o Brazil IT atingiu em 2009 a faixa de 2 bilhões de reais em transações comerciais de cunho internacional, efetuadas por empresas brasileiras assistidas pela instituição. Atualmente, a entidade trabalha com 16 vertentes, cada qual voltada a setores e mercados determinados. Janssen é responsável pela área de serviços.
O objetivo da visita à cidade, de acordo Robert Janssen, é que o Brazil IT está em busca de cidades com potencial de oferta de serviços de TI para internacionalização. Kelly Zeni, consultora responsável pelo Paraná, explicou que o grupo quer trazer ao interior do estado, especialmente a Londrina, a experiência bem sucedida realizada em Curitiba, município que, segundo ela, já é hoje destaque de qualidade de vida e boa prestação de serviços em todo o mundo.
Zeni destacou que Londrina conta com todas as condições de se tornar pólo de exportação de softwares e demais serviços de TI. “Os dados demográficos e sócio-econômicos locais são todos favoráveis, desde a qualidade e o custo de vida, passando pela fluidez do trânsito e do transporte coletivo local, até a formação de bom número de mão de obra qualificada, visto que a cidade possui várias e boas universidades”, disse.
A consultora paranaense enumerou ainda outras vantagens londrinenses para competir no mercado externo. Uma delas é a excelência regional no trabalho em cooperativas. Outra é o fato da cidade estar em um estado que paga o menor preço pela energia elétrica em todo o Brasil. Também, citou a referência do município no Arranjo Produtivo Local (APL), que consiste no agrupamento, em uma mesma região, de empresas que tenham especialização produtiva semelhante. “Potencial e qualidade produtiva a cidade já tem. Falta a divulgação e a organização para operar no exterior, que é o que queremos ajudar a implementar”, concluiu.
Na primeira visita, os consultores ministraram palestras aos empresários de Londrina e adjacências. O resultado, segundo eles, foi positivo. “Alguns se mostraram meio relutantes com o assunto antes da palestra, mas, depois, se empolgaram e mostraram grande espírito empreendedor de querer iniciar a internacionalização”, contou Robert Janssen.
Após introduzir o tema ao empresariado local, o grupo pretende retornar a Londrina, na última semana de fevereiro, a fim de iniciar os trabalhos de instrução com os interessados e direcioná-los de acordo com as necessidades de cada um. Janssen esclareceu que as empresas estão divididas em três estágios de internacionalização: os que nunca exportaram, os que exportam esporadicamente e os que exportam sistematicamente.
A consultoria realiza um diagnóstico da situação de determinada empresa, promove a sua capacitação, faz simulações de negociação internacional e, depois, realiza novo diagnóstico para avaliar a evolução. Caso a empresa esteja preparada, o Brazil IT auxilia, então, a divulgar seu produto no mercado externo.
Para o diretor de desenvolvimento e tecnologia do Instituto de Desenvolvimento de Londrina, Codel, Marcus Von Borstel, “o trabalho do Brazil IT vai fortalecer cada vez mais o setor de softwares de TI londrinense e ajudar a cidade a crescer e se destacar no mercado nacional e internacional”, destacou.
(Londrina, 25 de janeiro de 2010)