Mais de quatro mil casos suspeitos de dengue nas últimas semanas
Situação poderia ser ainda mais grave, caso não estivessem sendo tomadas várias medidas pontuais, porém o alerta continua.
A Secretaria Municipal de Saúde divulgou, nesta quinta-feira, o boletim semanal sobre a situação da dengue em Londrina. Durante entrevista coletiva, foi informado que a cidade possui 4 mil 363 notificações suspeitas de dengue, registradas desde o início de janeiro até o momento. Isso equivale a uma média de 872 casos suspeitos por semana. Entre o total de 4 mil 363 notificações, 391 casos estão confirmados. Outros 219 foram descartados, com resultados negativos para dengue ou confirmação de outras doenças. Permanecem em análise outros 3.736 casos.
O secretário municipal de Saúde frisou que, dadas as condições climáticas favoráveis para a proliferação do Aedes aegytpi, transmissor da dengue, é esperado que o número de notificações e confirmações continue crescendo. “Nós temos conseguido, com várias ações implantadas pela Prefeitura, uma repercussão muito positiva na conscientização e limpeza a área urbana, com os mutirões. Indo aos bairros, o que temos observado é o envolvimento da população em relação à necessidade de olhar para dentro dos próprios quintais. Os números apontam que 97% dos focos estão dentro das casas, e medidas simples podem evitar que a gente enfrente uma epidemia”, destacou.
A região com maior número de notificações de dengue em Londrina é a zona leste. Com uma população estimada em 143.474 pessoas, ali foram registradas 1.330 notificações e 116 casos confirmados de dengue. Na sequência, vem a região leste, onde residem 79.987 moradores e foram notificadas 1.281 suspeitas de dengue, sendo que 133 estão confirmadas. E em terceiro, a área central acumula 819 notificações e 81 casos positivos de dengue, dentre uma população de cerca de 120.216 pessoas.
As demais regiões da cidade, sul, oeste e área rural (distritos), possuem 470, 411 e 52 notificações, respectivamente. E forma confirmados nessas áreas 25, 30 e 6 casos de dengue, nesta ordem.
Machado ressaltou que ainda não houve envio do novo inseticida que irá combater o mosquito Aedes em sua forma alada, por parte do governo federal. No entanto, recentemente, o governo do Estado encaminhou cerca de mil litros do inseticida utilizado anteriormente, para uso de forma emergencial. “Já preparamos esse material para aplicação e estamos aguardando as condições climáticas adequadas, para que não haja desperdícios. Quando fizermos um mutirão no bairro, aplicaremos no entorno o veneno, criando uma barreira de proteção e evitando que o mosquito alcance outras localidades e aumente os números de casos notificados”, detalhou.
Em relação aos dois casos de óbitos que estavam sob investigação, o comitê responsável já descartou a possibilidade de terem sido causados pela dengue.
Para melhor assistir aos pacientes que estão com suspeita de dengue, ou tiveram a confirmação, para este sábado (8), a UBS da Vila Casoni abrirá exclusivamente para estes casos, das 7 às 19 horas. “Vamos manter a UBS da Vila Ricardo em horário estendido, e fizemos um reforço nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Pronto Atendimento Infantil (PAI), ampliando de forma considerável as escalas médicas para atender os pacientes que procuram por estas unidades de saúde”, explicou o secretário.
A Prefeitura vai prosseguir com as ações para combater a proliferação do Aedes. Também neste sábado (8), uma força-tarefa composta por várias secretarias e órgãos municipais, e entidades da sociedade civil fará um mutirão nos bairros Franciscato e Itapoã, para limpeza de áreas públicas, junto com a orientação aos moradores para que eliminem possíveis criadouros em casas, terrenos e estabelecimentos comerciais.
Nas últimas semanas, a Prefeitura realizou estes mutirões de limpeza na região leste, no Jardim Santa Fé, e norte, no Novo Amparo. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde, dado o ciclo de vida do Aedes, apesar destas operações é comum que o número de casos suspeitos nestas áreas cresça por certo período. “O vetor ainda tem um ciclo de mais duas semanas nestas localidades, apesar das operações de limpeza. Mas vamos sim observar uma diminuição dos casos notificados nesta região. Em contrapartida, o mosquito começou a se direcionar para outras regiões, como a oeste e sul, onde aumentaram os casos notificados. Então se por um lado conseguimos fazer o controle, por outro infelizmente ele se espalhou para outras regiões”, citou.
Fernandes destacou que a comunidade deve priorizar a eliminação dos criadouros dentro dos imóveis. Objetos que ficam expostos às chuvas e outros pontos com água parada compõem a maioria dos criadouros identificados no Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa). “Nos locais onde fazemos mutirão de limpeza, as pessoas voltam a jogar o lixo em local indevido. Esse é um grande problema, mas o lixo jogado nos fundos de vale não é a maior preocupação. 97% dos criadouros estão dentro das casas, o Aedes é extremamente preguiçoso, não gosta de voar, e ele vai ficar sempre dentro de casa, onde ele encontra alimento e as condições ideias para se procriar”, frisou.