Captação de água de chuva é incentivada em Londrina
Ecometropole apresenta alternativas para reaproveitamento de água em pontos da cidade; escola municipal tem captação de água de chuva e reservatório de sete mil litros
Em comemoração à semana da Água e das Boas Práticas Ambientais, o Projeto Ecometrópole tem hoje (24)como dia temático a Captação da Água da Chuva em Londrina. O uso indevido e abusivo de água potável para lavagem de calçadas, carros, entre outros, gera desperdício e contraria práticas ambientais positivas. Um exemplo de ação positiva pode ser observado na Escola Municipal Bartolomeu de Gusmão. A prefeitura de Londrina, ao construir a quadra de esportes na unidade escolar, localizada na rua São João, 1.863, no bairro Cervejaria, incluiu no projeto um captador de água para alimentar o reservatório de sete mil litros. A diretora da escola, Márcia Makiolke, explicou que a água é usada para a limpeza da quadra e dos banheiros, além de ser usada na descarga dos vasos sanitários. Márcia Makiolke informou que recentemente foi feito uma adaptação na escola, ligando o encanamento do prédio com o reservatório da quadra, que fica no outro lado da rua, o que possibilitou o uso da água para a lavagem de todo o pátio da unidade. A diretora disse ainda que além de toda economia, há o fator educacional, já que na unidade escolar estão mostrando a importância que a água possui. Ela defendeu que todas as escolas e casas do município adotem a captação da água da chuva. “Isso é importante para a preservação de água potável, que logo poderá ficar escassa”, concluiu. O secretário municipal do Meio Ambiente, Carlos Levy, explicou que toda água da chuva que cai em solo impermeável, se não captada, vai para as galerias públicas, e segue para os rios, causando enchentes, erosão e outros problemas. Se houver o aproveitamento adequado, essa mesma água vai abastecer o lençol freático. Ela pode ser usada também na economia doméstica e sanitária dos imóveis que adquirem o sistema. Levy salientou ainda que na semana da água, a captação dela é um ponto importante a ser discutido e incentivado. O secretário falou também sobre o projeto para as obras aprovados pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Consemma), que define que todas as construções com mais de 200 m² devem fazer a captação da água da chuva. Algumas construtoras privadas também estão adotando medidas parecidas. Projetos estão se espalhando pela cidade, e trazendo benefícios principalmente na economia financeira, seja na construção ou no valor pago em condomínios. O edifício Jardins Eco Resort, que está sendo construído pela Plaenge utiliza, em um primeiro momento, a água captada para a lavagem de materiais, bem como nos vasos sanitários. Neste período de obras, foi adotada também uma lâmpada natural, na qual é colocada uma garrafa pet com água encaixada no telhado dos almoxarifados, de forma que ela reflete a luz solar e ilumina o local. O gerente de engenharia da construtora, Rogério Cardoso, explicou que após o término das construções, o prédio vai continuar a utilizar a captação da água da chuva para a lavagem das áreas comuns e para regar as plantas. Cardoso salientou que haverá uma diminuição no valor pago no condomínio, pois não será utilizada a água da Sanepar para este fim. Outra iniciativa que está sendo construída em Londrina é o Ecomercado. O responsável técnico e consultor da obra pela Master Ambiental, Fernando Barros, evidenciou que a obra está dentro dos padrões para obter o Certificado Leed, que prevê inúmeros pontos de cuidados com o meio ambiente e com a economia sustentável. “Eles pedem que haja economia de pelo menos 30% na água, e nós já estamos em 49%”, salientou. A água captada pelo sistema é usada, assim como nos outros exemplos, para a limpeza do local e descarga de vasos sanitários. De acordo com o projeto, serão economizados 4,2 milhões de litros de água anualmente, o que representa R$ 14 mil nas contas financeiras.
(Londrina, 24 de março de 2010) foto> Luiz Jacobs




