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Comitiva potiguar visita cooperativa de coleta seletiva

Londrina serve como modelo no quesito coleta seletiva

Representantes do Movimento Nacional de Catadores e de associações da cidade de Natal, Rio Grande do Norte, pretendem adotar modelo de Londrina

O prefeito Barbosa Neto, a gestora de Coleta Seletiva da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Marilys Garani, e membros do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma) receberam hoje (19), no gabinete do prefeito, representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana), do Rio Grande do Norte, da Fundação Banco do Brasil e da Coca-Cola.

O encontro foi motivado pelo interesse das partes envolvidas em conhecer o sistema de coleta seletiva londrinense que, por meio da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Londrina (Coopersil), promove o reaproveitamento de cerca de 23% de todo o lixo produzido no município, levando aos processos de reciclagem até 90 toneladas por dia de materiais descartados pela população.

“Temos participado de muitos eventos nacionais, e, em todos os lugares, Londrina é colocada como referência em modelo de coleta seletiva eficiente”, afirmou o diretor de Operações da Urbana, Haroldo Martins. A Urbana realiza em Natal trabalho equivalente ao da CMTU em Londrina. “Por isso, resolvemos vir pessoalmente conhecer o trabalho e tentar levar a experiência para nosso município”, explicou o diretor.

Legalidade dos trabalhadores londrinenses foi destacada pelos potiguarsA comitiva natalense veio com integrantes de quatro associações de coleta seletiva da capital potiguar. Conforme explicou o representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, Severino Lima Júnior, além do alto volume de detritos desviados do destino do aterro para o reaproveitamento, também, se destaca a organização dos trabalhadores, que atuam por meio de contrato legalizado, com base no artigo 57 da Lei 11.445.

“É um modelo que não torna os catadores dependentes exclusivos da renda das vendas dos materiais coletados, já que eles possuem renda fixa”, avaliou. Atualmente, quem atua na coleta seletiva ganha R$ 0,20 por residência visitada, R$ 64 por tonelada de material vendido e participa do rateio de R$ 33 mil, divididos entre os funcionários, como remuneração mensal fixa.

Tal modelo de pagamento, implantado pela gestão Barbosa Neto, que dá a garantia de uma renda mínima por mês, mas, ao mesmo tempo, estimula a produtividade, aumentou a média de ganhos mensais dos catadores em cerca de 40%, segundo dados da Gestão de Coleta Seletiva. Severino Lima Júnior antecipou que a intenção é levar o modelo de Londrina tanto para Natal quanto a outros municípios brasileiros.

Para o superintendente regional do Banco do Brasil em Londrina, Flavio Mazzaro, o sucesso do programa resulta em indicativos efetivos em favor do processo de inclusão socioambiental. A Fundação Banco do Brasil está investindo, aproximadamente, R$ 360 mil na construção de quatro barracões, de 600 a 800 m².

“Com a regularização da situação dos trabalhadores, o projeto começou a andar e gera a perspectiva de novos investimentos e parcerias por parte do banco”, disse Mazzaro, ao lembrar das dificuldades em firmar acordos de cooperação com ações de coleta seletiva, devido à situação de irregularidade vivida pelos catadores há alguns anos.

Marilys Garani afirmou que, além do diferencial de ter seu programa de reaproveitamento de material reciclável operado como prestação de serviço, tocado por pessoas devidamente regulamentadas, os membros da cooperativa em Londrina, também, estão  capacitados a administrar e gerir os negócios, como uma genuína empresa. “É um trabalho democrático, transparente e de autogestão”, observou.

A gestora de Coleta Seletiva da CMTU lembrou que a participação da população é muito importante para o sucesso do programa. “Quando o cidadão separa corretamente o material, está contribuindo e muito com o processo”, analisou. Marilys informou que parcerias com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) já estão sendo firmadas, para ações de apoio à gestão dos negócios ligados à coleta seletiva.

O prefeito Barbosa Neto agradeceu à visita e enalteceu os integrantes da Coopersil e demais catadores, pelos ótimos serviços prestados em prol do município. “Sem a participação ativa dessas pessoas, não teríamos chegado aonde chegamos. O programa de coleta seletiva é hoje um movimento que se autossustenta”, declarou o prefeito.

Fotos: Luiz Jacobs

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