Sistema de Cotas da UEL será discutido na segunda
Audiência pública será aberta à população interessada; Conselho Universitário vai discutir e votar continuidade dessa política
Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CMPIR), em uma ação conjunta com a Câmara Municipal de Londrina, Comissão de Educação, Cultura e Desporto e Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Cidadania, promove, na segunda-feira (22), com início às 19h, no auditório do Sindicato de Bancários de Londrina, na avenida Rio de Janeiro, 854, a audiência pública: “As Políticas de Inclusão: Cotas Raciais na UEL”.
Durante o evento, aberto a toda população interessada e com a presença de profissionais da Universidade Estadual de Londrina (UEL), serão escolhidos um representante da Secretaria Especial da Igualdade Racial e alunos cotistas da UEL, para dar seus depoimentos acerca do tema.
A discussão sobre o sistema de cotas da UEL continua na terça-feira (23), com debate na Câmara Municipal, e, na sexta-feira (26), com a reunião do Conselho Universitário da UEL, que vai votar a manutenção e continuidade da política de cotas na universidade.
Segundo a gestora pública de Promoção da Igualdade Racial, Maria de Fátima Beraldo, o principal objetivo é promover debate sobre o aperfeiçoamento e continuidade do Sistema de Cotas Raciais e Sociais adotado pela UEL. “ Implantado em 2005, depois de debates junto à sociedade civil e poder público, o sistema previa que, em sete anos, as ações afirmativas deveriam ser revistas e avaliadas”, explicou.
Maria de Fátima destacou que, como a política é uma medida transitória, uma comissão permanente a acompanha desde a sua implantação. “Essa comissão vai avaliar como se deu o processo e se ainda há a necessidade da continuidade dessa política”, completou.
A gestora também ressaltou que a política só deve ser suspendida no momento em que não mais existirem desigualdades raciais. “Uma grande parcela de negros e índios estuda até o ensino médio em instituições públicas, e, quando chega a hora de ingressar na universidade, acaba optando por entidades particulares, já que a dificuldade em ingressar na pública é muito grande”, explicou.
O fortalecimento das Políticas de Promoção da Igualdade Racial depende muito da participação da comunidade nas decisões. “É fundamental a participação de todos e até dos contrários à política, pois podem sugerir novos métodos de inclusão. Nossos estudos, até agora, não encontraram outro método para minimizar as desigualdades”, disse.
Atualmente, 40% das vagas ofertadas nos cursos de graduação da UEL, através de concurso vestibular, estão sendo destinadas para alunos cotistas. Deste percentual, metade é destinada a alunos oriundos de escolas públicas e metade aos alunos que se autodeclaram pretos e pardos. Em 2004, 26 alunos negros ingressaram na UEL, em 2010, o número foi de aproximadamente 1.700.