Comerciantes e moradores da Joaquim de Matos Barreto comemoram fim de enchentes
Mesmo com os temporais recentes e o novembro mais chuvoso dos últimos dez anos na cidade, a rua não registra inundações há quase dez meses
Região afetada cronicamente por alagamentos e enchentes, há vários anos, a rua Professor Joaquim de Matos Barreto, às margens do Aterro do Lago Igapó, está desde fevereiro de 2025 sem episódios de inundações expressivas. Após intervenções realizadas pela Prefeitura no entorno da via e do lago, ao longo do ano, comerciantes e moradores relatam estar aliviados e mais seguros, sem os transtornos que antes eram recorrentes.
A região não registrou enxurradas mesmo com as intensas chuvas e temporais ocorridos desde novembro na cidade, com médias pluviométricas que alcançaram até 90 milímetros diários. O mês de novembro, por exemplo, foi o mais chuvoso dos últimos dez anos em Londrina.
A mudança de cenário começou logo nos primeiros dias de setembro, quando a Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação (SMOP) iniciou uma operação crucial de desassoreamento e limpeza em pontos críticos do sistema de drenagem urbana na área do Lago Igapó II, próximo às avenidas Maringá e Ayrton Senna, no sentido da rua Prefeito Faria Lima.
Com maquinário próprio, os serviços alcançaram inicialmente o Córrego Pequeno Mundo, que margeia a pista da Professor Joaquim de Matos Barreto, envolvendo a remoção de volume significativo de entulho e matéria orgânica. O trabalho da SMOP também atacou problemas no bueiro celular perto da rotatória da avenida Maringá com a Ayrton Senna, e no Ribeirão Cambezinho, paralelo à rua Bento Munhoz da Rocha Neto.

Os serviços no local duraram algumas semanas, dada a quantidade expressiva de resíduos nesses locais, incluindo lodos, galhos, bambuzais, folhagens e outros elementos. Aproveitando o período de seca, a SMOP buscou melhorar o fluxo da água para evitar que, nos períodos de chuva que estavam porvir, essas áreas alagassem, afetando acessos, trânsito, comércios e residências.
E foi exatamente o que ocorreu, conforme contam alguns comerciantes e proprietários de imóveis da Joaquim de Matos Barreto. Atualmente, a vazão de água no local é pouca, mesmo com chuvas fortes, e não chega aos imóveis. Alcança, quando muito, apenas a parte inicial da pista e em nível baixo como em outras ruas.

Neide Aparecida Pereira, proprietária de imóveis comerciais na rua, há quase 20 anos, e moradora da via de cima, a Charles Robert Darwin, acompanhou de perto todo o histórico das chuvas e alagamentos. Integrante da diretoria da Associação dos Moradores e Amigos do Jardim Maringá (Assomar), desde que chegou à região, ela disse se sentir mais leve nesses últimos meses todos sem transtornos causados por inundações.
Ela afirmou estar esperançosa de que o panorama possa continuar sem situações problemáticas e as condições sejam melhoradas ainda mais. “Há anos, estou nesse grupo que vai até a Prefeitura conversar com as autoridades, reivindicar e pedir soluções mais concretas para resolver um problema que afeta essa região faz tanto tempo. O serviço feito agora pela atual gestão é um paliativo, mas que vem tendo bons resultados até então. Estou mais esperançosa agora para que isso siga sendo aprimorado e a água não suba para as casas, lojas e estabelecimentos, que é a parte mais triste e vinha ocorrendo com frequência nos últimos anos”, enfatizou ela, que tem a sacada de sua casa voltada exatamente para a Joaquim de Matos Barreto e o Aterro do Igapó.

Neide pontuou ainda que foram diversos os episódios de enxurradas severas que causaram prejuízos e dores de cabeça a quem vive, trabalha ou passa pela área. “O primeiro alagamento mais alto de que me lembro foi por volta de 2007 e 2008, quando o lago transbordou bastante e a água invadiu os imóveis. Depois de alguns anos ocorreram outros, mais espaçadamente. Mas, foi depois daquele janeiro de 2016, com chuvas que causaram danos por toda Londrina, que a coisa ficou mais feia e os alagamentos passaram a ser mais e mais constantes, gerando alerta e medo a cada chuva mais forte. Teve comerciantes, inclusive, que preferiram sair daqui para outros lugares nesses últimos anos”, lembrou.

Outro aliviado com a ausência de alagamentos é João de Lima, há três anos proprietário de um lava-rápido na Joaquim de Matos Barreto. O empresário disse que, em fevereiro de 2025, na última inundação registrada, dois carros que estavam parados na rua foram totalmente alagados, trazendo grandes prejuízos para os donos. “Em dias assim, o pessoal tinha dificuldades para transitar pelo local, era bem ruim. Depois das intervenções da Prefeitura no entorno, melhorou bastante e não teve mais enchentes. Houve dias recentes com 80 ou 90 milímetros de chuva e a água chegou bem pouco na pista, então, está mais tranquilo isso agora e queremos que permaneça assim”, afirmou.
Dono de um bar na via, há dois anos, o empresário Carlos Mendes mostrou o estado do local na última inundação, que subiu a ponto de invadir as dependências e chegou a estragar um freezer seu. “Nessa última ocorrência, em fevereiro, a água em frente ao bar chegava até a cintura. Não tivemos mais nenhum episódio, desde então, e as coisas se acalmaram, felizmente, até com os temporais do último mês para cá. No último fim de semana, por exemplo, a água mal chegou até a grama ali perto do Lago Igapó”, comemorou.




