Cidadão

Biblioteca da Zona Sul recebe 3ª Mostra de Cinema Negro de Londrina

Com entrada gratuita, o evento tem início às 16h30; curtas-metragens com foco em diferentes aspectos da experiência negra no Brasil compõem a programação

A Biblioteca Municipal Eugênia Monfranati (Zona Sul) recebe nesta sexta-feira (19) a 3ª Mostra de Cinema Negro de Londrina. O evento busca, sobretudo, ampliar a visibilidade e valorizar as produções audiovisuais de autoria de pessoas negras. Com entrada gratuita e classificação indicativa livre, a programação tem início às 16h30 com a exibição de três curtas-metragens. A Biblioteca da Zona Sul está localizada na avenida Guilherme de Almeida, 2.260, Parque Ouro Branco.

Os filmes exibidos serão “Crianças no Rio”, “Maré Braba” e “Orun Aiye”. Patrocinado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), o evento é apoiado pelo Coletivo de Cinema Negro de Londrina (Cocine), Canto do Marl, Nucleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Uiniversidade Estadual de Londrina (UEL) e do Cinekombiclube – Rodando Cinema Negro, que realizou parte das sessões da Mostra.

Em sua terceira edição, a Mostra tem como objetivo difundir as obras cinematográficas produzidas por pessoas negras e que abordam questões culturais, sociais e políticas relativas à sociedade brasileira que afetam diretamente a população negra. Por isso, os curtas-metragens selecionados para essa edição trazem narrativas impactantes, com foco em diferentes aspectos da experiência negra no Brasil. Após a exibição das obras, a programação prevê uma roda de conversa com o público.

O integrante do Coletivo de Cinema Negro de Londrina (Cocine) e coordenador da Oficina de Cinema Popular, Fagner Bruno de Souza, ressaltou a urgência em tornar o cinema nacional mais plural. “Nós priorizamos exibir filmes realizados por pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+ e mulheres, visto que, ainda hoje, mais de 80% dos filmes brasileiros de grande público são dirigidos por homens brancos (de acordo com dados do Gemaa – Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa da UERJ)”, comentou.

Com sua 1ª edição em 2023, a Mostra de Cinema Negro de Londrina surgiu como ação de valorização da memória e do trabalho de Ari Candido Fernandes, primeiro cineasta negro de Londrina e primeiro fotojornalista correspondente de guerra negro brasileiro.

Fagner destacou o compromisso da Mostra na promoção de reflexões importantes sobre representatividade e diversidade no cinema brasileiro. “O Cinema Negro é um movimento do cinema brasileiro que foi consolidado na década de 1970, com o intuito de apresentar um discurso nas obras audiovisuais que refletisse a realidade da maior parte da população brasileira, e também atender às demandas de combate às injustiças de cunho racial presentes em nosso país”, explicou o coordenador da Oficina de Cinema Popular.

Para a bibliotecária Leticia Baptista Pires, da Biblioteca Municipal Eugênia Monfranati, a biblioteca enquanto espaço público é um importante ponto para a valorização da cultura negra na cidade. “Uma biblioteca que abre suas portas para eventos culturais negros cumpre seu papel social de forma integral, não apenas como depositária de livros, mas como um espaço vivo de transformação, educação e celebração da diversidade”, afirmou.

Texto: Sabrina Heck, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação (N.Com) da Prefeitura de Londrina

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