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Segunda-feira encerram as inscrições para a roda de conversa com jornalistas

Conselho Municipal dos Direitos da Mulher vai debater o papel da mídia na cobertura de casos de violência contra as mulheres

Os profissionais da imprensa interessados em participar da roda de conversa on-line sobre “O papel da mídia no enfrentamento à violência contra as mulheres” devem se inscrever até segunda-feira (28). As inscrições estão sendo feitas gratuitamente pelo endereço eletrônico encurtador.com.br/dgizC. O encontro organizado pelo Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (CMDM) será na quarta-feira (30), às 9h, através da Plataforma Zoom. O link para acesso ao encontro será enviado por e-mail aos inscritos.

O público-alvo são os profissionais da imprensa em geral, como jornalistas, repórteres, fotojornalistas, apresentadores, editores, pauteiros, produtores e apresentadores. O objetivo é debater a abordagem jornalística em coberturas de fatos e acontecimentos que envolvem violência contra a mulher, especialmente nos casos de violência física e sexual.

Divulgação

Segundo a presidente do CMDM, Rosalina Batista, é comum verificar uma cobertura midiática que explora vídeos e imagens das mulheres que são vítimas dos crimes de violência, o que acaba gerando traumas e revitimizando aquelas que sofreram a agressão. A fim de mudar isso, o CMDM decidiu conversar com os jornalistas e produtores de notícias. “Queremos estabelecer uma parceria do Conselho da Mulher com os profissionais da imprensa falada e escrita, porque eles são uma parte fundamental da sociedade. Eles ajudam a disseminar as informações e têm o poder de mudar a opinião das pessoas. Essa troca de conhecimento é para que todos conheçam o potencial que tem cada um na defesa da mulher”, disse Batista.

O objetivo da roda de conversa é promover uma reflexão crítica, a fim de sensibilizar os profissionais da comunicação, para a importância de uma comunicação livre de preconceitos e estereótipos de gênero, evitando a reprodução de conteúdos que naturalizam e banalizam a violência contra as mulheres. “A sociedade ainda julga muito as mulheres e isso pode ser percebido na cobertura midiática dos casos de violência contra elas. As pessoas costumam comentar a roupa que as vítimas usavam, o local onde elas estavam, o horário e o motivo que levou à agressão, ou seja, acabam julgando a vítima como se a violência fosse culpa dela e não do agressor”, ponderou a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Liange Doy Fernandes.

Sobre isso, uma das organizadoras do evento, jornalista e integrante do Néias – Observatório de Feminicídios de Londrina, Cecília França, explicou que os profissionais da imprensa, ao cobrirem casos de violência de gênero, precisam  considerar as questões estruturais que envolvem a sociedade, por isso a importância dos debates. “Como jornalistas e formadores de opinião, temos a responsabilidade de contribuir para a queda dessas estruturas violentas e limitantes inerentes à sociedade patriarcal. Temos que estar atentos às atualizações legislativas, para não recorrer ao uso de termos já abolidos e nos atentarmos à vitima, tomando cuidado para não expô-la a uma nova violência, e, acima de tudo, não esquecer: a culpa nunca é da vítima”, ressaltou a jornalista.

Para falar sobre o assunto foram convidadas três jornalistas mulheres atuantes na área: a assessora de imprensa do Observatório de Feminicídios de Londrina (Néias), Carol Avansini;  a jornalista integrante da Coalizão Negra por Direitos e Coalização Afro e membro do Colegiado Nacional da Rede Sapatá, Leila Lopes; e a jornalista e colaboradora do Portal Feminas, Aline Melo. Além delas, irá participar o promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná, Ronaldo Costa Braga, que atua desde 2016 no enfrentamento à violência doméstica e familiar. A mediação da roda de conversa será feita pela mestre em Ciência da Informação, coordenadora do Coletivo Black Divas e coordenadora da Comissão de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, Sandra Aguilera.

A ação é uma realização do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (CMDM), por meio de sua Comissão de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, em parceria com a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina e Néias – Observatório de Feminicídios de Londrina.

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Ana Paula Hedler

Gestora de Comunicação, formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, especialista em Comunicação com o Mercado pela Universidade Estadual de Londrina e Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná.

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