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Compras da Prefeitura com empresas de Londrina batem 54,4% do total negociado

Resultado recorde desse primeiro trimestre equivale a R$ 64,6 milhões, e integra a estratégia do Programa Compra Londrina dentro do Plano Municipal de Retomada Econômica

Entre janeiro e março de 2022, a maior parte das compras por licitações da Prefeitura de Londrina foi realizada com empresas de Londrina, especialmente pequenos negócios – Microempresas e Empresas de Pequeno Porte locais. No total, mais de R$ 64,6 milhões foram fechados com o mercado local. 

Divulgação

Os dados do primeiro trimestre de 2022 são do Programa Compra Londrina, da Secretaria Municipal de Gestão Pública (SMGP), com parceria da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), Sebrae e Observatório de Gestão Pública (OGPL). O Compra Londrina estimula as empresas de Londrina e região, principalmente os pequenos negócios, a disputarem compras em órgãos públicos. 

Os indicadores do Programa mostram que, nos três primeiros meses de 2022, a Prefeitura fechou 95 licitações, o que representa R$ 118.518.036,65 aplicados em negócios de produtos, serviços e obras.   

Desse total, 54,54% ficou com empresas de Londrina, o equivalente a R$ 64.637.187,72. Pequenos negócios locais foram contratados pela Prefeitura para fornecimentos de materiais gráficos, asfalto, flores, materiais de construção, pintura e limpeza de calhas, entre vários. O montante inclui compras com entrega e pagamento à vista e produtos, serviços e obras a serem entregues durante o ano inteiro. O valor arrematado por empresas de outros municípios ficou em R$ 53.880.848,93 (45,46% do negociado). 

Foto: Vivian Honorato / NCom

No mesmo período, 53 empresas de Londrina foram contratadas pela Prefeitura. Delas, 42 são Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; cinco venceram uma compra pública, na Prefeitura de Londrina, pela primeira vez. 

Para o secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, o sucesso nas experiências das empresas de Londrina é explicado por uma série de medidas para abrir mais as portas das licitações aos CNPJs com DNA local e regional. “Adotamos estratégias unificadas: agora, fazemos licitações com preferência para pequenas empresas de Londrina e região, criamos as disputas por videoconferência – ferramenta bem simples e de acesso fácil aos licitantes – ligamos convidando as empresas para cursos e disputas por meio do novo serviço do TELECOMPRA. E o melhor: pagamos rápido e em dia”, listou.

Foto: Arquivo/Emerson Dias

Um estudo elaborado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) para o Compra Londrina estimou o impacto de R$ 64,6 milhões na economia local: os recursos são suficientes para gerar 484 novos empregos, R$ 10,2 milhões em salários para trabalhadores do Município e até R$ 14,9 milhões em impostos municipais, estaduais e federais. “O foco do Programa é exatamente esse e o resultado do trimestre mostra que vamos comprar, cada vez mais, sempre que possível, de empresas de Londrina e da região”, define Marcelo Frazão, coordenador do Compra Londrina na Prefeitura.  

Casos reais 

Eduardo e Sandro, pai e filho: empresa familiar de Londrina é responsável pela pintura de centenas de escolas municipais. Foto: Emerson Dias / NCom

“Nunca tinha disputado uma licitação na vida. Aprendi tudo no Programa Compra Londrina e com esse contrato recuperei o meu negócio completamente”, comemorou Sandro Luciano das Neves, sócio da Pinturas Condor. A microempresa tem 27 anos no mercado de pintura local e é especializada em pintura de prédios residenciais. Chegou a ter 50 funcionários antes da pandemia.  

“Fiquei dois anos e meio sem pintar um único metro de obra. Estava totalmente desestruturado, nem sabia como recomeçar. Sem saída mesmo: nunca imaginei que a pandemia me deixasse sem chão. O Compra Londrina apareceu no momento de mais dificuldade da minha empresa”, lembra. “Quando liguei na Prefeitura, o pessoal do Programa me deu uma injeção de ânimo: tinha uma licitação aberta e me encorajaram. Era a chance de colocar a minha empresa novamente de pé”, disse.

Sandro, da Pinturas Condor: “Consegui reerguer minha empresa de uma forma que nunca imaginei”. Foto: Emerson Dias / NCom

Sandro aprendeu tudo sobre licitação, disputou o pregão com mais nove concorrentes, venceu o serviço por quase R$ 3 milhões (contrato de 5 anos) e regularizou a microempresa por completo. Hoje, já tem 26 pintores em escolas municipais de Londrina ao mesmo tempo. Espera chegar a 36 simultâneos.

“Como tive todo apoio da Prefeitura, agora faço a minha parte: em cada bairro, contrato parte do pessoal da comunidade. Entendi que a nossa cidade precisa de emprego e salário nos locais mais humildes, em todo canto. Se a Prefeitura foi uma porta para recuperar a empresa da minha família, faço o mesmo. Oferto emprego temporário, com carteira assinada e tudo, principalmente para quem é pai de família, para quem precisa de comida na mesa e tem conta para pagar. Faço o mesmo que aconteceu comigo”, contou Sandro.

Neste momento, a empresa pinta escolas nos conjuntos Jardim São Jorge, Farid Libos e João Paz e no distrito de Guaravera. Em breve, inicia as pinturas na unidade escolar municipal no Jardim União da Vitória. As tintas e materiais de pintura também foram comprados de uma empresa de Londrina. “Além do que está no contrato assinado, pintamos cada escola do município com carinho. Onde a gente passar, deixo tudo bonito, no padrão. É para Londrina: só tenho a agradecer”, diz, emocionado, ao rever a própria história. 

Vidraçaria também deu salto 

Os sócios Éverson e Fernando, no barracão ampliado: faturamento com a Prefeitura mudou os rumos da empresa. Foto: Emerson Dias / NCom

Até o ano passado, a Vidraçaria Martioli era uma pequena empresa familiar. Após ganhar uma licitação exclusiva para empresas locais, assinou novo contrato com a Prefeitura e deu um salto exponencial.

Em poucos meses, a microempresa mudou-se para um barracão maior na Vila Casoni, contratou seis funcionários (antes eram três) e comprou equipamentos – entre eles, um maquinário da China para aumentar a velocidade das entregas de vidros para o poder público e o mercado privado.

Vidraçaria investiu em maquinário para crescer mais. Foto: Emerson Dias / NCom

“Passamos bem pela crise, felizmente. E só fizemos esses investimentos na empresa porque o giro dos serviços na Prefeitura de Londrina garantiu o negócio aberto. Estamos empolgados: a ideia é crescer cada vez mais e não parar”, comemora Fernando Oliveira, sócio.  

“Essas histórias são o motivo do Compra Londrina existir: contratar o máximo possível com empresas locais que sejam capazes de gerar empregos, impostos e pagar salários aqui em Londrina”, atestou o coordenador do Programa Compra Londrina na SMGP, Marcelo Frazão. 

Material de Construção 

Kaio Masironi é o filho mais novo da família que há 17 anos tem uma microempresa de material de construção na zona norte de Londrina, o Depósito Betel, na Avenida Saul Elkind. Recebeu uma ligação do Programa Compra Londrina e, como nunca tinha vendido nada para a Prefeitura, aceitou participar de um curso sobre como disputar as licitações. Após seis licitações, fechou 2021 com quase R$ 800 mil faturados com a Prefeitura. 

As licitações fechadas com o Depósito Betel foram exclusivas para empresas de Londrina, uma das estratégias do Programa. “A Prefeitura precisa de muito material de construção. Sabia disso, mas nunca pensei que conseguiria vender tijolos, areia, brita, diversos produtos. Achava que seria difícil, mas não foi não: o pessoal explicou tudo sobre como participar. Na primeira que entrei, já venci. Depois, foi só alegria”, disse Masironi. 

Insistência

Gelson dos Santos é sócio e administrador da Frigelon Ar-Condicionado, uma microempresa responsável pela manutenção dos equipamentos de todas as salas do prédio comercial Twin Towers na Avenida Tiradentes. Há sete anos no mercado, a a empresa nunca tinha disputado nenhuma licitação pública. Gelson soube do Compra Londrina e aprendeu tudo para as disputas. Participou seis vezes: na sétima, após muita insistência, ganhou. Venceu para instalar ares condicionados de grande porte da Prefeitura. “Sou cauteloso, mas chega uma hora que a gente tem que ganhar”, brinca, contando sobre a “jornada”, quando arrematou, na última, R$ 55 mil em serviços. “Não paro mais”, acrescentou. 

Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com o secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, no telefone 3372-4386; com o coordenador do Programa Compra Londrina, Marcelo Frazão, pelo 9.9141-1750; ou com o consultor do Sebrae Londrina,Sérgio Ozório, (43) 9.8415-7279. 

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