Cidadão

Escola Municipal Roberto Panico promove V Feira Científica neste sábado (19)

Os trabalhos propõem soluções inovadoras e criativas para problemas locais; no total, haverá 20 apresentações, em feira aberta à comunidade

Neste sábado (19), a Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico realiza a V Feira Científica, que é aberta aos pais e à comunidade. A atividade será das 9h às 13h na unidade, que fica na Avenida Máximo Péres García, 540, no Jardim São Vicente Palotti. Serão apresentados 20 trabalhos, um de cada turma, feitos por 490 alunos do P5 ao 5º ano. As iniciativas foram desenvolvidas nas turmas desde o início de 2022, e por meio delas os alunos propõem soluções inovadores e criativas para problemas locais. Haverá também apresentação de projetos desenvolvidos com os alunos em parceria com instituições de ensino superior. Além das apresentações, a Associação de Pais e Mestres (APM) da unidade estará presente, vendendo cachorros-quentes e refrigerantes, e o valor arrecadado será usado na escola.

A diretora da unidade, Thatiane Verni Lopes de Araujo, contou que os assuntos abordados nos trabalhos abrangem diversos temas. “Cada turma trabalhou um tema ao longo do ano, com base nos interesses dos alunos. Em um dos trabalhos, os alunos propõem maneiras de economizar energia na iluminação da fachada das escolas; em outro, eles usaram os conceitos da Educação 4.0 para aplicar tecnologia nas hortas escolares e inová-las; outro é sobre alimentação saudável nas merendas escolares”, citou.

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Outros trabalhos enfocam o descarte correto de resíduos como óleo de cozinha, as consequências dos problemas ambientais e a importância da preservação das abelhas. “Para todos os assuntos, as crianças apresentam uma solução criativa e inovadora. Teremos na Feira a participação de professores da Secretaria Municipal de Educação (SME), que estarão avaliando as soluções”, contou. Os professores da SME vão avaliar os trabalhos quanto aos aspectos que se destacarem em cada turma, com relação ao problema, à criatividade da solução e à inovação, e deverão enviar à escola os resultados até o fim de novembro.

Nos últimos dois anos, por conta da pandemia, as feiras científicas anuais da escola foram realizadas de forma virtual. “Nossas expectativas estão bem grandes, pois vamos retornar à Feira presencial pela primeira vez desde 2019. As crianças estão bem animadas, porque querem mostrar o que estão aprendendo. É também uma oportunidade para a comunidade e os pais estarem na escola, e acompanharem o quanto a escola pública pode fazer a diferença na vida dos alunos”, destacou Araujo.

A Feira conta com apoio da Secretaria Municipal de Educação (SME), do Programa Workshop Aficionados em Software e Hardware (WASH), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), do Instituto Federal do Paraná (IFPR) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que apoiam projetos de iniciação científica desenvolvidos na escola no contraturno, os programas Workshop Aficionados em Software e Hardware (WASH), Makerspace e Garotas STEM.

Estarão presentes também no evento, apresentando experimentos científicos, representantes do Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal) e professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL). “Os professores vão mostrar trabalhos de Física, Biologia, Astronomia. É muito importante para as crianças ter esse contato com pesquisadores, pois pode interessá-las e incentivá-las a buscar essas carreiras”, apontou a diretora.

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Iniciação Científica – Além dos trabalhos de cada turma, os alunos que participam dos programas WASH, Makerspace e Garotas STEM, apresentam também os trabalhos feitos nesses projetos ao longo do ano.

O Programa WASH já é desenvolvido na escola desde 2019, e promove oficinas práticas que ensinam aos alunos sobre as linguagens da programação. “Temos esse projeto em parceria com o IFPR, em que estudantes bolsistas do CNPq instruem voluntariamente nossos alunos sobre programação”, contou a diretora da escola. Participam do projeto cerca de 60 alunos de 4º e 5º ano da escola, que irão demonstrar na Feira os jogos e atividades desenvolvidos neste ano. A diretora informou ainda que o projeto participou da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) de 2021, em Brasília, realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Já o Projeto Makerspace é um produto educacional também implementado em 2019, com a participação de 178 alunos, criado a partir do mestrado da diretora da unidade. “O intuito é que as crianças sejam protagonistas na criação de soluções inovadoras para os problemas que observam. Trabalhamos bastante as questões de sustentabilidade, o uso de recursos renováveis para resolver situações”, explicou Araujo.

Ambos os projetos, por focarem em inovação e tecnologia, levaram a escola a ser selecionada, neste ano, pelo Garotas STEM, um edital de chamada pública lançado pelo programa Mulheres na Ciência. A iniciativa é do British Council em parceria com a Fundação Carlos Chagas, e tem o intuito de incentivar meninas a se engajar na ciência. “Participam meninas da escola que já tinham contato com iniciação científica, por meio desses projetos. É importante para desmistificar a ideia de que as ciências são apenas de interesse masculino”, avaliou a diretora.

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Astronomia – O presidente do Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal), Miguel Fernando Moreno, explicou que a equipe estará na Feira expondo dois telescópios, globos terrestres e lunares e maquetes celestes. “Nós vamos fazer um bate-papo com as crianças e os pais, e uma ‘mini exposição’ de instrumentos de astronomia”, contou.

Para Moreno, a participação com as crianças é muito importante. “É muito bacana, nós percebemos que o interesse científico das crianças em geral começa pelos dinossauros ou pela astronomia. Em nossos eventos de observação celeste, sempre percebemos que pessoas de todas as idades ficam maravilhadas com a astronomia. Para as crianças, pode ser um incentivo muito grande para estudar e aprender mais, pode ajudar em diferentes matérias escolares, e é um incentivo também aos alunos para participar da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA)”, apontou.

Guardiões das Abelhas – Um dos trabalhos desenvolvidos na escola, e que será apresentado pelos alunos do 1º ano, teve o auxílio de um projeto de extensão do curso de Biologia da UEL. A professora Dra. Silvia Helena Sofia, do Departamento de Biologia Geral da Universidade, que pesquisa sobre abelhas há mais de 30 anos, contou que trabalhar com as crianças tem sido uma experiência nova e motivadora. “Há alguns meses estamos desenvolvendo atividades com as crianças, tanto da E.M. Maestro Roberto Pereira Panico, como da E.M. Maestro Andrea Nuzzi, e de escolas privadas de Londrina. Em geral, as escolas nos chamaram para dar aulas a partir do interesse dos alunos sobre o tema”, contou.

A professora explicou que ela e alunos da graduação e pós-graduação em Biologia têm levado suporte técnico e informações às escolas sobre a importância da preservação das abelhas. “Nós demos aulas nessas duas escolas municipais para várias turmas, de várias idades. Na escola Roberto Panico, acompanhamos também, em especial, a turma do 1º ano, que desenvolveu um trabalho sobre abelhas. Eles mesmos pesquisaram muito, e nós fomos levar mais informações a partir disso. É mérito também das professoras dessas unidades, que estão de parabéns, pois estão desenvolvendo esses conteúdos com os alunos, e vemos o quanto eles têm se aprofundado”, observou.

Sofia revelou que antes, não tinha muita experiência lecionando para crianças pequenas, e que tem sido surpreendente ver o quanto elas ficam empolgadas. “Eles sempre respondem que ‘sim’, quando pergunto se querem ser guardiões das abelhas. Mostramos também as coleções de abelhas que temos na UEL, e as crianças nos motivam, pois se interessam muito. É também muito importante trabalhar com elas, pois são multiplicadoras, e levam essas informações para as famílias”, ressaltou.

A pesquisadora não poderá participar da Feira neste sábado (19), porém estarão presentes alunas dela, do curso de Biologia da UEL. “Elas vão mostrar um pouco do que trabalhamos com as escolas, vão levar alguns materiais e desenhos que mostram a diversidade de abelhas no Brasil e no mundo, e explicar a importância da preservação delas. Sabemos que 75% da produção agrícola precisa das abelhas para existir. Além disso, alguns alimentos como o maracujá, não existiriam sem a polinização das abelhas”, apontou.

Sofia contou que o próximo passo da atividade com as escolas será criar jardins para abelhas nas unidades. “Vamos levar colmeias de abelhas sem ferrão, que são mansas, e levar mudas e flores que as abelhas gostam, para incrementar o espaço delas nas áreas urbanas. Queremos também expandir para outras escolas municipais e estaduais, se houver demanda. Ano que vem, tem mais”, revelou. 

Texto: Débora Mantovani, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina

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