Ouvidoria-Geral de Londrina é tema de aula de MBA em São Paulo
Durante duas horas, alunos do MBA em Gestão Estratégica em Ouvidoria Pública e Privada conversaram com o ouvidor-geral do Município a respeito dos trabalhos desenvolvidos na Prefeitura de Londrina
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O ouvidor-geral do Município de Londrina, Alexandre Sanches Vicente, participou na última segunda-feira (23) de uma aula com os alunos do MBA em Gestão Estratégica em Ouvidoria Pública e Privada, do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo (SP). O convite partiu da coordenadora técnica do MBA, professora Maria Lumena Balaben Sampaio, que também é ouvidora-geral do Município de São Paulo e presidente da Associação Brasileira de Ouvidores (ABO), seção São Paulo. Vicente interagiu com o grupo remotamente, através de uma plataforma de comunicação on-line.
A proposta desta aula foi apresentar os trabalhos realizados pela Ouvidoria-Geral do Município de Londrina sob três eixos: articulação entre as ouvidorias, em especial as municipais; competências do ouvidor; e as contribuições da formação profissional, bem como o papel de formação/educação para a ouvidoria. Em duas horas, Alexandre Vicente falou das experiências de Londrina, sua estruturação como órgão e, principalmente, dos desafios diante dos problemas que o setor encontra diariamente na relação entre poder público e sociedade.
“Foi muito produtiva a conversa, principalmente com as intervenções pontuais da professora Maria Lumena e os questionamentos dos alunos. Tivemos a oportunidade de apresentar o histórico da Ouvidoria da Prefeitura de Londrina, e mostrar a estruturação realizada ao longo dos anos para chegar ao modelo atual. Os estudantes, ouvidores de instituições públicas e privadas de todo o país, questionaram diversos aspectos do nosso trabalho e se surpreenderam com o muito que realizamos, em tão pouco tempo e com o quadro funcional atual”, explicou o ouvidor-geral do Município.
Ele lembrou também que Londrina não trabalha sozinha na construção do trabalho da ouvidoria pública, mas que é preciso estar sempre conectado com outras ouvidorias para ter um bom resultado. “Como este é um assunto considerado recente, com fórmulas distintas nas três instâncias governamentais (federal, estadual e municipal), é importante a troca de experiências. É preciso estar ligado no que há de novidade no quintal do vizinho e trazer as boas práticas para o seu quintal, também. As redes de ouvidorias e o networking realizado são fundamentais para que os trabalhos fluam cada vez mais”, enfatizou, lembrando que Londrina faz parte da Rede Nacional de Ouvidorias (Renouv), órgão ligado à Controladoria-Geral da União (CGU), além de participar de uma rede de ouvidores em Santa Catarina.
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No Paraná, Londrina, juntamente com a Ouvidoria-Geral do Estado e o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), também estão trabalhando para a formação de uma rede de ouvidorias públicas.
A respeito das competências do ouvidor, Alexandre Sanches Vicente foi enfático ao abordar que a formação acadêmica é importante, porém, quem vai trabalhar na área de ouvidoria deve ter também habilidades específicas. “A formação ajuda bastante, porém, não adianta a pessoa ter diplomas diversos se não tem a habilidade de conversar e de ouvir o outro. Realizar um concurso para o cargo de ouvidor, por exemplo, é algo que considero inapropriado, pois você vai medir apenas a teoria, mas a vivência e, principalmente, este diferencial para lidar com o público, é que faz com que o órgão funcione adequadamente. E isso eu tenho com a minha equipe, a começar pelo acolhimento aos cidadãos que nos procuram diariamente”, salientou.
Já quanto ao papel de formação/educação da ouvidoria, o foco foi justamente no trabalho de formação e capacitação realizado pela Ouvidoria-Geral do Município, muitas vezes em parceria com a Escola de Governo de Londrina, da Secretaria Municipal de Governo, junto aos servidores públicos municipais. Além disso, foi discutido também o papel de educação para a sociedade, via imprensa, via campanhas publicitárias e até mesmo nas visitas a órgãos e entidades. “Temos, inclusive, utilizado os nossos perfis de redes sociais no Instagram e Facebook para educar através de nossas publicações. As postagens procuram orientar as pessoas a como proceder, quais são os serviços que realizamos, e o que fazer em determinadas situações”, destacou.
Em geral, foi também apresentado que a Ouvidoria-Geral do Município possui um canal pouco utilizado pelas Ouvidorias Públicas, que é o telefone tridígito 162, número difundido para ser utilizado nacionalmente. E que o papel do órgão em Londrina está no âmbito de formalizar as demandas referentes ao não atendimento de um protocolo de atendimento em primeira instância nas secretarias, ou um serviço mal prestado para a sociedade pelos órgãos. “Deixamos claro que temos esta característica, enquanto que muitas focam no serviço do 156, que é de solicitação de serviços. Não somos um mero protocolo de demandas, mas trabalhamos para que as informações que são produzidas nos registros em Ouvidoria sejam transformadas em informações que mensuram onde a administração pode e deve investir mais, para que a sociedade tenha um melhor serviço público com a qualidade que ela espera”, afirmou.
Para a professora Maria Lumena Balaben Sampaio, a participação de Londrina no relato das suas atividades de Ouvidoria-Geral do Município auxiliaram a turma no objetivo da construção de um modelo eficiente de Ouvidoria Pública. “As Ouvidorias Municipais contribuem decisivamente para o fortalecimento da cidadania. Receber a Ouvidoria de Londrina no MBA de Gestão Estratégica em Ouvidoria propiciou uma troca de experiências muito rica e um debate que destacou a importância da atuação das Ouvidorias. Uma oportunidade leve e consistente. Foi ótimo!”, assinalou.