Prefeitura promove palestras de sensibilização sobre luto gestacional e perinatal
Encontros ocorrem na Maternidade Municipal de Londrina e tem profissionais de saúde como público-alvo
A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com o Instituto Para Sempre Luna, está promovendo nesta quarta-feira (25) palestras de sensibilização sobre o luto gestacional e perinatal, que ocorre quando a mulher sofre a perda de um bebê durante a gravidez, no parto ou no pós-parto. Sediados na Maternidade Municipal de Londrina, os encontros foram divididos entre os três períodos do dia, o primeiro às 9h, outro às 16h, e o último que será às 19h30, para que todos os turnos de trabalho sejam contemplados.
Dentre os participantes estão enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais e funcionários administrativos. Além dos funcionários da Maternidade Municipal de Londrina, também foram convidados profissionais de maternidades de cidades da região, como Cambé, Ibiporã e Rolândia, além dos profissionais do Hospital Evangélico e Hospital Universitário.
A ação busca alcançar todos os profissionais que estão envolvidos no processo de atendimento do serviço, para promover a sensibilização sobre como abordar as famílias que passam pelo luto. Os encontros fazem parte das posturas adotadas pelo Município a respeito do Programa Municipal de Cuidados Paliativos, uma vez que o luto gestacional e perinatal também precisa ser abordado dentro desse contexto.
A palestrante Izabela Simão, jornalista e fundadora do Instituto Para Sempre Luna, falou aos profissionais e compartilhou sua história de vida e de luto, que envolve a perda de três filhos, e sobre como o atendimento humanizado e acolhedor faz diferença no processo de vivência e resolução do luto gestacional e perinatal. “Quando criamos o instituo, colocamos como missão tornar esse luto visível em todas as esferas sociais, porque quem passa por isso vive de uma forma muito sozinha e isso dificulta muito a resolução desse luto. Eu falo que é um problema de saúde pública. Então eu trouxe essa questão da sensibilização, e nada melhor do que a gente trazer histórias reais”, disse.
Durante a palestra, Izabela mostrou processos de humanização do momento do luto e atividades que os profissionais de saúde podem aplicar em momentos como esses. Dentre os exemplos, uma caixa de memórias, na qual serão guardados registros do bebê, como peças de roupas, fotos, carta com informações sobre a criança, para que a família leve para casa. “Infelizmente, morte e luto não são algo que os profissionais aprendem na faculdade. Quando a gente faz essa sensibilização estamos cutucando a ferida. É mostrar para as pessoas que, se elas forem humanas, não vão deixar de ser técnicas. Muito pelo contrário, eles serão profissionais ainda melhores”, completou a jornalista.