Projeto de Terapia Comunitária atende usuários com hipertensão na região norte
O trabalho, desenvolvido na UBS Padovani/Vista Bela desde 2015, será apresentado em congresso internacional de Terapia Comunitária
Um trabalho desenvolvido pela equipe da Unidade Básica de Saúde Doutor José Guidugli (UBS Padovani/Vista Bela) será apresentado no mês de setembro no IX Congresso Brasileiro e VI Congresso Internacional de Terapia Comunitária Integrativa. Desde 2015, os usuários da UBS têm à disposição o serviço de terapia comunitária, voltado a pessoas que sofrem de hipertensão arterial. Participam do grupo não só os pacientes, mas também seus familiares e cuidadores.
No total, já ocorreram 45 encontros, realizados semanalmente às terças-feiras, às 7h30, com pessoas de todas as idades. A agente comunitária de Saúde Surli Belchor de Oliveira, que também é terapeuta comunitária, contou que há cerca de dois meses um novo grupo foi iniciado, e há pacientes que continuam no projeto desde as primeiras conversas. “O trabalho inicia com uma fisioterapeuta, que faz os alongamentos. Em seguida, eles começam a roda que é conduzida pelo terapeuta. Ali, falam sobre seus problemas, sentimentos, o que está afligindo a vida deles. Cada encontro dura de 45 minutos a 1 hora, em média”, disse.
A hipertensão arterial é uma condição prevalente na população, que pode acarretar em vários problemas secundários. Segundo Surli, o projeto surgiu diante da alta demanda de usuários hipertensos na UBS, e que em sua maioria utilizavam uma alta quantidade de medicamentos. “O objetivo é garantir um espaço para troca de experiências, fornecendo apoio aos que encontram dificuldades no tratamento e evitar o aumento da medicação. Durante o acompanhamento desse projeto, observamos que a maior parte deles conseguiu reduzir a medicação necessária, tendo melhoras visíveis”, citou.
A terapia comunitária auxilia os pacientes na medida em que trabalha questões além da hipertensão, explicou a terapeuta. “Às vezes é uma briga familiar, uma dívida, uma pequena discussão que desperta sentimentos como medo, ansiedade, tristeza, provocam insônia. Nessas rodas eles têm a oportunidade de falar sobre isso e apontar casos de superação, pois é um espaço para falar sobre questões que você não tem com quem ou onde se abrir. E também distribuímos o caso para os serviços da rede. Por exemplo, se uma pessoa precisar, fazemos o encaminhamento específico para psicólogo, psiquiatra, e outros”, apontou.
Em cada encontro, participam de 15 a 20 pessoas, aproximadamente. Surli citou que os usuários têm aprovado o projeto de Terapia Comunitária, com visível melhora na qualidade de vida e saúde. “O nosso trabalho é tabulado, com levantamento, colhemos os depoimentos e temos relatos de pacientes que conseguiram diminuir a medicação pois a pressão baixou. Houve o caso de uma senhora que se dizia sem rumo, deprimida, e ela disse que a participação no grupo foi a melhor coisa da vida dela. Isso nos motiva muito, assim como a apresentação nesse congresso, pois ver que seu trabalho está sendo reconhecido e dá resultado positivo, traz uma satisfação. Esse trabalho ainda é algo não muito conhecido nas UBSs, e dá resultados”, destacou.