Município divulga balanço de estragos causados pelas chuvas
Defesa Civil concluiu balanço sobre estragos causados por chuvas em Londrina
Defesa Civil concluiu balanço sobre estragos causados por chuvas em Londrina
A Secretaria Municipal de Defesa Social, por meio da Defesa Civil, divulgou nesta terça-feira (28), um balanço definitivo sobre as chuvas intensas que provocaram estragos em Londrina na última segunda-feira (20).
De acordo com o levantamento, o desastre natural ocasionou a queda de 254 árvores ao todo, afetando diversos bairros da cidade, principalmente em áreas da região leste. De acordo com os dados oficiais da Defesa Civil, os prejuízos causados com a queda de árvores somaram R$ 459.437,74. Isso porque, o custo médio para a erradicação de uma árvore de grande porte é de R$ 1.808,81.
Os locais mais atingidos pelas chuvas foram San Izidro, Vale Azul, Piza, Aeroporto, São Fernando, Alexandre Urbanas, Monte Belo, Bairo H.U. Califórnia, Hernani Moura Lima, Antares e São Pedro. O fenômeno foi considerado o mais grave registrado no município em 2017, com ventos que chegaram a atingir a marca de até 146 quilômetros por hora.
Ao todo, 45 pessoas foram afetadas com os destelhamentos de residências; 260 pela obstrução de residência em razão da queda de árvores e outros 500 alunos pela paralisação de um dia de aula no Colégio Estadual de Educação Fundamental e Média Professor Dr. Heber Soares Vargas (CEEFM).
Segundo o secretário municipal de Defesa Social, Evaristo Kuceki, apesar da força das chuvas e do impacto causado pelo acontecimento, o plano de contingência realizado pela Defesa Civil teve êxito e os trabalhos foram desempenhados com eficácia e a máxima rapidez possível pelas equipes envolvidas e apoio de voluntários. “Trata-se de uma força da natureza que não temos como prever ou controlar, e é mundialmente sabido que ocorrências naturais como essa têm sido cada vez mais fortes e frequentes. A cidade que não estiver preparada para isso sofrerá bastante. Londrina teve impactos com as chuvas e ventos intensos, mas conseguimos atuar de forma organizada e liberar os espaços públicos afetados em pouco tempo”, contou.
Além da queda de árvores, também foram registrados alagamentos na Avenida Higienópolis com a Rua Humaitá, na região central; na Avenida Duque de Caxias, Vila Ipiranga (região sul); Avenida Dez de Dezembro (região leste); na Rodovia Celso Garcia Cid – IAPAR (região sul); Rua São Pedro e na Avenida Paul Harris, ambos na Vila Siam (região leste).
Na segunda-feira (27), a Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação (SMOP) liberou o trânsito de veículos na ponte da Rua Charles Lindemberg e na Rua Almeida Garret, que estavam interditadas devido aos estragos das chuvas. “Além dos órgãos e secretarias municipais envolvidos nos procedimentos da Defesa Civil, como a Guarda Municipal e o Corpo de Bombeiros, voluntários também tiveram papel importante nas ações. Agradeço ao empenho do Jeep Club e Radioamadores de Londrina, além do Tiro de Guerra, que atendeu prontamente ao chamado da Defesa Civil”, comentou Kuceki.
O prejuízo total que a Prefeitura de Londrina teve pelos estragos registrados, no dia 20 de novembro, foi de aproximadamente R$ 3,7 milhões, incluindo danos causados em estabelecimentos públicos como escolas, prédios e imóveis atingidos, além do Parque Municipal Arthur Thomas. O parque foi local com prejuízo mais significativo, representando cerca de R$ 3 milhões do montante total devido ao volume de terra e barro que desceu para o lago, destruição de para-peitos, trilhas e exposição da tubulação de esgoto.
Além do parque, seis escolas municipais, um Centro Municipal de Educação Infantil e um Colégio Estadual de Educação Fundamental e Média sofreram danos causados pela queda de árvores, como muros quebrados, alagamento de salas de aulas, goteiras em salas, refeitório, bibliotecas, queda de toldo e de portão de acesso interno, além de telhas quebradas. Foram eles: Escola Municipal Miguel Bespalhok; Arthur Thomas; Mábio Gonçalves Palhano; Maestro Andréa Nuzzi; Joaquim Pereira Mendes; Suely Ideriha; CMEI Iracema de Barros Mello e o CEEFM Professor Dr. Heber Soares Vargas.
Outros prédios públicos também arcaram com prejuízos como o Aeroporto Governador José Richa, que registrou a queda do muro; a sede do Tiro de Guerra de Londrina que sofreu destelhamento e o Viveiro Municipal que registrou a queda de quatro árvores. A Associação Portuguesa Londrinense, que é um estabelecimento particular, também registrou destelhamento.
“Os impactos são consideráveis, mas o valor do prejuízo somado é insuficiente para que o Município possa publicar decreto de estado de emergência. Neste momento, a Prefeitura terá que absorver as despesas. O levantamento está concluído e o prefeito agora poderá analisar a situação e tratar junto ao secretariado municipal quais medidas serão adotadas para solucionar os problemas”, explicou Kuceki.
De acordo com o coordenador-adjunto da Defesa Civil em Londrina, Demerval Anderson do Carmo, existe uma regra estabelecida pela Secretaria Nacional de Defesa Civil que precisa ser seguida pelo município que pretende decretar situação de emergência. “Para isso, é necessário que o valor dos prejuízos obtidos alcancem um nível percentual de 2.77% do PIB total do Município, o que não ocorreu em Londrina. Houve danos, mas quase todos relacionados à queda de árvores. Neste caso, um decreto facilitaria a liberação de compras de equipamentos, a contratação de empresas para ações de reconstrução e recuperação de equipamentos, e a liberação de outros recursos sem tanta burocracia”, esclareceu.
Texto: Renan Oliveira e Ana Paula Hedler