Cidadão

Peça “Transtornada Eu” retoma apresentações no Cemitério de Automóveis

Tanto a vila cultural como o espetáculo contam com patrocínio do PROMIC


O que pode um corpo? O que pode o corpo trans na arte? Pode uma travesti falar? Todo mundo tem direito? Todo mundo é teatro? O que esconde sua personagem? O que é ser normal? O que é mais frágil: nossas certezas sobre os gêneros e sexualidades ou os corpos que são vulnerabilizados? É possível existir alegria diante de tanta violência transfóbica?

Questões como estas são trabalhadas na peça “Transtornada Eu”, que será encenada pela Cia. Translúcidas de Teatro neste sábado (16) e domingo (17), na Vila Cultural Cemitério de Automóveis. As apresentações, que irão começar às 20h30, têm entrada gratuita. A vila fica na Avenida Arthur Thomas, 342.

A peça, que se desenvolve num barracão, convida o público a transitar, e assim, traçar um percurso acompanhando as cenas dispostas em diferentes espaços do local onde se realiza a apresentação. As cenas são fragmentos que interagem e buscam criar narrativas não-lineares. Essas conexões são parciais, incompletas, dadas a variações. Afinal, são múltiplas visões do que estamos falando. Tudo depende do que se vê.

O título “Transtornada Eu” faz referência ao movimento de despatologização das identidades trans, questionando essa visão de doença atribuída às vidas que são, na verdade, singulares: vidas possíveis.

A peça seguiu uma proposta de criação coletiva através da provocação cênica de Herbert Proença, e contou com a colaboração, além das que compõem o elenco, de outras pessoas que participaram de momentos diferentes das oficinas. A dramaturgia propõe a recriação de narrativas de vida e foi elaborada coletivamente a partir das experimentações teatrais.

A circulação da peça Transtornada Eu e a Vila Cemitério de Automóveis contam com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura, através do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC).

Quem faz – Em seu trabalho de estreia, a Cia. Translúcidas de Teatro compartilha o resultado das experimentações teatrais realizadas com o grupo, formado em julho de 2016. O Translúcidas é fruto de um processo de oficinas teatrais, acompanhado de uma pesquisa de mestrado em psicologia na Unesp de Assis. Este trabalho foi realizado em conjunto com o Coletivo ElityTrans Londrina, grupo formado por travestis e transexuais da cidade.

As oficinas tiveram participação de pessoas trans e travestis entre outras LGBs, que se reuniram para fazer um teatro que abordasse experiências pessoais, a partir das potencialidades, vivências e questionamentos compartilhados pelas pessoas que se achegaram ao grupo.

Elenco: Linaê Mello, Mel Campus, Rafael Avansini, Herbert Proença
Participação em vídeo: Christiane Lemes

Classificação: 18 anos

Foto: Divulgação

 

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