Geografia e tecnologia a serviço do Município
Sistema pretende implantar a cultura geográfica dentro da Prefeitura, para uma gestão mais eficiente, rápida e democrática
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Pouca gente faz ideia que, em uma sala da prefeitura, geógrafos tentam organizar parte da vida dos londrinenses. O SIGLON (Sistema de Informação Geográfica de Londrina) é um portal onde estão reunidas informações sobre os aspectos físicos e socioeconômicos da cidade, em um banco de dados com referências geográficas. Sua característica principal é que ele possibilita o georreferenciamento de dados, isto é, qualquer informação pode ser localizada em qualquer ponto (coordenada geográfica) no Município. O sistema permite a atualização constante de informações pelos servidores do Município e o acesso a elas por qualquer cidadão conectado pela internet.
O SIGLON difunde a cultura geográfica dentro da prefeitura, diminui o uso de papéis, por meio da inserção de informações no meio digital, com objetivo de ter uma gestão mais eficiente e rápida, e democratiza informações para todas as secretarias. Segundo o geógrafo do SIGLON, Adilson Nalin Luiz, tudo isso é importante para a tomada de decisões pela equipe do executivo municipal, pois o sistema permite obter informações que possibilitam, por exemplo, definir a arrecadação de impostos, fazer uma melhor fiscalização dos serviços e atender as mais variadas áreas da prefeitura, como saúde, educação, entre outras.
“Iniciamos o trabalho pela Secretaria de Fazenda, com a digitalização das fichas quadras, que são mapas das quadras que antes eram feitos em papel e anotações em caneta. Já digitalizamos 10 mil fichas quadras e alimentamos, com elas, nossa base cartográfica. Agora, estão mudando o fluxo do processo e, com isso, todo terreno que for precisar de desmembramento ou anexação será feito digitalmente pelo Sistema Eletrônico de Informação (SEI), sem o uso de papéis”, informou Nalin.
Os técnicos do SIGLON explicam que a paridade da base cartográfica do município com o banco de dados do cadastro tributário encontra-se com 98.5% de precisão. Quase a totalidade dos 165 mil lotes existentes em Londrina, na área urbana e dos distritos, sejam públicos ou privados, estão desenhados e revisados. O sistema também contém os desenhos dos canteiros centrais, praças e fundos de vale.
“Tudo é mapeado e comparado com o banco de dados do Sistema Tributário da Secretaria Municipal de Fazenda e os dados mostram o nome do proprietário dos lotes, inscrição imobiliária, tamanho do imóvel, entre outras informações. Juntamente com a base cartográfica é possível fazer vários filtros que apontam diversas informações importantes, por exemplo, quais são os terrenos com mais de dois mil metros quadrados, quais deles estão em uma via de acesso do tipo arterial ou coletora, que tem zoneamento comercial cinco (ZC-5), etc.”, explicou o geógrafo. Estas informações possibilitam, por exemplo, que o empresário que tem interesse em se instalar aqui consulte detalhes fundamentais para a tomada de decisão. “Com as imagens de satélite, ele consegue ver se existe construção no terreno de interesse, se tem torre de celular próxima, unidades escolares, posto de saúde, ou seja, uma série de equipamentos urbanos que podem ou não facilitar para ele se instalar naquele local”, contou.
Mais sobre o sistema – Neste início de semana, a equipe da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia, que gerencia o sistema, fez uma explanação aos secretários municipais e suas equipes técnicas, na Prefeitura de Londrina, com a presença do vice-prefeito, João Mendonça. Segundo Nalin, a intenção da apresentação foi mostrar, à equipe da Prefeitura, que muito mais ainda pode ser feito. “Queremos que as secretarias produzam dados e nós vamos dar todo suporte técnico e também motivacional para eles”, frisou. Desde a implantação do SIGLON, há quatro anos, mais de 20 aplicativos foram desenvolvidos para as secretarias e órgãos municipais, com o intuito de consulta e compartilhamento de dados entre as secretarias. O acesso é feito por login e senha, e a própria equipe pode editar e inserir novos dados.
A geógrafa do SIGLON, Carolina Nunes França Acosta, exemplificou alguns APP’s desenvolvidos pelo sistema, para uso exclusivo dos servidores, respeitando as restrições de impessoalidade previstas em Lei. Para a Defesa Social, um desses APP´s tipifica os locais onde há maior incidência de crimes na cidade. No caso da CMTU, um deles permite visualizar as áreas permeáveis onde deve ser feita capina e roçagem nas áreas públicas; em outro, os locais de acidentes de trânsito e por último os mapeamento de todos os semáforos da cidade. Para o IPPUL, os servidores daquele Instituto realizam a edição do EIV online, por meio do próprio aplicativo. A SEMA, por meio de APP, pode saber os locais onde deve ser feito cortes e podas de árvore. Já para a Secretaria de Fazenda, uma consulta para a gerência do cadastro imobiliário. A Secretaria de Educação utiliza o APP para fazer o georreferenciamento dos alunos da rede municipal, que também fez o mapeamento das áreas de abrangência das unidades escolares, entre outros.
Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com os geógrafos do SIGLON, no 3372-4872.