Traçado da Ferrovia Norte-Sul passará pela região de Londrina
Os esforços movidos pelo prefeito de Londrina e de outras lideranças regionais, para a manutenção do traçado, foi determinante ao atendimento aos interesses da região metropolitana de Londrina. O projeto inicial, que previa o trajeto pelos municípios de Apucarana, Guarapuava e Pato Branco foi mantido. O anúncio foi feito hoje (15) pelo prefeito Barbosa Neto e pelo presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Kentaro Takahara, durante coletiva semanal.
A confirmação se deu no último dia 25 de junho, pelo secretário de Política Nacional de Transportes, Marcelo Perrupato, do Ministério dos Transportes, que encaminhou uma resposta em ofício ao prefeito Barbosa Neto, na qual ,afirma que o traçado original da Ferrovia Norte-Sul está mantido. A definição depende agora das conclusões de um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), serviço ainda a ser contratado pelo Governo Federal. No ano passado, o projeto recebeu propostas de alteração do seu traçado original, propondo mudança para a região de Maringá.
Logo ao receber a notícia da mudança, o prefeito Barbosa Neto conversou sobre o tema com o subsecretário de Planejamento e Orçamento do Ministério do Transporte, Mauro Barbosa, fez o mesmo com o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e providenciou, em seguida, encaminhamento de um ofício ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, solicitando a manutenção do trajeto original.
Esse ofício foi assinado, além de Barbosa Neto, pelos prefeitos de outros sete municípios da região: (Apucarana, Arapongas, Assaí, Cambe, Ibiporã, Jataizinho e Rolândia). Os presidentes das Associações Comerciais e Industriais das oito cidades, também, registraram suas rubricas no documento, legitimando apoio à causa.
“A manutenção do traçado original da Ferrovia Norte-Sul significa um desenvolvimento muito grande para a cidade de Londrina, já que estamos pensando no projeto estruturante do Arco Norte que, com certeza, trará uma nova perspectiva de recursos econômicos ao município, além de uma inserção nacional e internacional”, disse Barbosa Neto.
Para o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Kentaro Takahara, a manutenção do projeto inicial é um grande avanço e garante a construção da Ferrovia Norte-Sul nas proximidades de Londrina. Kentaro diz, ainda, que a elaboração do traçado original foi feita pelo Ministério dos Transportes, com bases técnicas. “O trajeto inicial não poderia ser alterado por uma simples emenda parlamentar, que só leva em conta questões políticas”, avaliou.
O presidente da Codel lembrou que a região maringaense não será prejudicada com a decisão, visto que Apucarana está localizada numa posição geográfica eqüidistante, com relação a Londrina e Maringá. “Os dois municípios poderão ser bem atendidos pela ferrovia”, disse. Takahara destacou , também, que o Vale do Ivaí, que engloba o município de Ivaiporã, será, igualmente, beneficiado com o atual traçado, que trará desenvolvimento àquela região central do Paraná.
“Além disso, a Ferrovia Norte-Sul é um elemento importantíssimo para a composição do sistema de transportes intermodal Arco Norte”, pontuou Takahara. O Arco Norte é uma empreitada que consiste na construção de um novo sítio aeroportuário na região metropolitana de Londrina, em um ponto equidistante aos principais municípios, com estrutura logística para o transporte aéreo de produtos de exportação, que engloba centros industriais e malha de transporte rodoviário e ferroviário.
Kentaro salientou que a Ferrovia Norte-Sul já poderia ser amplamente usufruída pelos setores da economia londrinense. “É uma via de incremento fantástica para o escoamento de produtos industriais e matérias-primas a outras regiões do Brasil e ao porto de Paranaguá, além de ser um sistema de transporte mais rápido, mais barato e eficiente que o sistema rodoviário”, concluiu.
Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Nivaldo Benvenho, a posição da entidade em defender a mudança do traçado da ferrovia resultou nos benefícios oferecidos para toda a região metropolitana da cidade com a medida. “Conseguimos encontrar um ponto convergente entre todos os municípios, exemplo que deve ser repetido em outras ações do poder público”, disse.
Foto: Luiz Jacobs