Londrina amplia testes para diagnosticar COVID-19
Objetivo é realizar 300 testes, por dia, também em pacientes com sintomas leves da doença, sob indicação médica; Município lançou a Central de Monitoramento de pacientes com síndromes respiratórias
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A cidade de Londrina lançou hoje o Programa Municipal de Testagem para diagnosticar COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, que vai ampliar substancialmente a capacidade de testagem da doença no município, que já se coloca como o que mais realiza testes no estado do Paraná, por um milhão de habitantes. O objetivo é realizar 300 testes por dia, iniciando com 200, a fim de possibilitar ter um cenário mais fidedigno da circulação do vírus na cidade.
Os testes já começaram e estão sendo realizados por meio de uma parceria entre a Prefeitura de Londrina e o laboratório do Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, explicou que o laboratório já realizou mais de 100 testes, contudo este processo de testagem ainda precisa ser validado pelo Laboratório Central de Curitiba (Lacen). “A validação se dá a partir do quinto caso positivo e Londrina está neste momento com quatro, dentre os 100 testes já realizados. Acredito que entre hoje e amanhã já tenhamos este quinto caso positivo, de modo que vamos conseguir ampliar esta testagem para todas as unidades respiratórias do município”, afirmou.
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Os exames realizados são o RT-PCR, padrão ouro para detecção viral do coronavírus, e ficam prontos em 48 horas, podendo reduzir este tempo para 24 horas. Segundo o secretário, com esta iniciativa a cidade vai ampliar o protocolo do Ministério da Saúde vigente, que orienta a testagem apenas em pacientes graves, em situação hospitalar, para um Protocolo Municipal, que possibilitará a testagem nos pacientes que têm sintomas leves da doença, mas com indicação médica.
Para se ter ideia da capacidade de ampliação, desde o início da pandemia a cidade de Londrina realizou cerca de 1.300 testes, em 60 dias. A partir de agora, o município poderá chegar a esta mesma quantidade em uma semana. Além disso, fora os exames adquiridos pela prefeitura, o município continuará com a cota de 300 exames por semana realizados no Lacen.
De acordo com Machado, com um número infinitamente maior de testes sendo realizados, é natural que haja um aumento de casos confirmados da doença no município. “Sabemos que há uma subnotificação de casos em todos os lugares do Brasil e a literatura mostra que a cada caso confirmado, podemos ter entre 8 e 15 que não são diagnosticados. Países que aplicaram a testagem em massa obtiveram uma taxa de conversão positiva entre 8% e 10% e é isso que esperamos para Londrina”, apontou.
Central de Monitoramento – Para dar suporte aos pacientes e à demanda dos casos de Covid-19 no município, a Prefeitura de Londrina lançou a Central de Monitoramento de Pacientes com Síndromes Respiratórias, que já está em funcionamento de segunda a segunda, das 8 às 18 horas.
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O local faz o monitoramento das pessoas que fizeram o teste para a Covid-19, podendo chegar a até 14 dias, por meio de um sistema de inteligência artificial, que indica, aos profissionais de saúde, a conduta que deve ser adotada no monitoramento. Este trabalho pode se dar por meio do acompanhamento do paciente por telefone, encaminhamento para uma teleconsulta com médico, para uma consulta em uma unidade de saúde ou para internação hospitalar, por meio do acionamento do SAMU, caso necessário.
De acordo com Machado, quando a pessoa é atendida nas unidades respiratórias ou na UPA Sabará e o médico a classifica com um quadro suspeito da doença, o monitoramento inicia imediatamente na central. “Isso permite termos um controle maior da circulação viral na cidade, bem como um melhor acompanhamento do paciente, possibilitando que ela não transmita o vírus para outras pessoas, em caso de confirmação da doença. Com isso, estes pacientes poderão ficar em casa, no isolamento social, tendo toda a retaguarda da nossa equipe de monitoramento, das diretorias de Vigilância Epidemiológica e de Atenção Primária, saindo de casa apenas em caso de necessidade”, explicou o secretário da pasta.
O secretário enfatizou ainda que Londrina mantém um bom controle viral devido ao processo de trabalho adequado realizado desde o início da pandemia pela Prefeitura, que iniciou com o isolamento social de forma precoce. “Depois retornamos com as atividades dentro de um rigoroso protocolo de segurança, fomos a primeira cidade do Brasil a estipular o uso obrigatório de máscaras de tecido para todos os cidadãos, e as pessoas daqui têm colaborado muito com todas as orientações de saúde. Contudo, não podemos afrouxar com as medidas, devemos permanecer vigilantes, uma vez que ainda teremos cerca de 60 dias estressantes pela frente, com relação ao enfrentamento ao coronavírus”, frisou.